Agrotóxicos no cotidiano dos agricultores familiares produtores de olerícolas na região de Barbacena/MG: práticas, legitimação e incertezas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Helena Rodrigues
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11590
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo central analisar as dinâmicas de estruturação e reprodução das práticas associadas ao uso de agrotóxicos desenvolvidas por agricultores familiares, produtores comerciais de olerícolas, na região de Barbacena/MG. Parte-se do pressuposto de que essas práticas não podem ser explicadas, unicamente, nem através da experiência individual dos atores e nem como um mero reflexo das pressões de uma estrutura social externa aos indivíduos, adotando-se, portanto, uma abordagem que busca compreender os atores e suas práticas levando em consideração a trama de relações nas quais estão envolvidos. A institucionalização do uso de agrotóxicos, sementes melhoradas e adubos químicos, a partir, principalmente, dos anos 1960, através da chamada Revolução Verde, apresentou-se, em boa medida, na região estudada, como uma imposição para os agricultores familiares. Uma série de mecanismos como o crédito agrícola e os programas públicos de extensão rural, possibilitaram que os agrotóxicos fossem legitimados ao longo do tempo e naturalizados como parte inerente ao processo de produção de olerícolas. Entretanto, apesar das forças coercitivas e da naturalização do uso dos agrotóxicos, os agricultores familiares revelam-se, de acordo com suas possibilidades, como agentes ativos na produção e reprodução destas práticas. Os agrotóxicos foram pensados neste trabalho, na sua dimensão material e simbólica, como tecnologias que ganham existência através de redes sociotécnicas. A rede na qual o agrotóxico está imerso organiza as condições de fabricação, venda, uso e legitimação desses produtos. Uma das funções da rede é garantir a circulação dessas tecnologias e cessar ou minimizar as controvérsias associadas à sua utilização, transformando o agrotóxico, nos termos propostos por Latour (2000; 2004), em uma caixa-preta, resguardada de riscos e incertezas. A pesquisa tomou como principal foco de investigação as práticas dos agricultores como usuários destas tecnologias. Utilizou-se para isso de uma perspectiva etnográfica, procurando apreender as relações que os agricultores familiares estabelecem com os agrotóxicos na vida cotidiana em um contexto econômico, social e ecológico específico. Recorreu-se, ainda, à pesquisa documental, à análise de fontes secundárias e à realização de entrevistas semi-estruturadas como forma de complementar as informações obtidas a campo. O trabalho evidenciou que as incertezas relativas aos agrotóxicos são parte integrante das práticas acionadas pelos agricultores familiares. Na região de Barbacena/MG, ao mesmo tempo em que se percebe a legitimação e naturalização do uso dos agrotóxicos e também a adoção de algumas práticas associadas ao chamado “uso seguro”, identifica-se a agência, tanto dos agricultores familiares como das organizações locais, construindo conhecimentos e reacendendo controvérsias em meios às regras e à naturalização. De acordo com seus próprios parâmetros, os agricultores familiares selecionam os agrotóxicos a serem utilizados em suas unidades e constroem estratégias de seguridade na sua relação com estas tecnologias, estabelecendo relações com diversos agentes que influenciam as práticas de uso dos agrotóxicos no cotidiano, incluindo os órgãos de fiscalização e defesa agropecuária, sindicatos de trabalhadores rurais, casas agropecuárias, técnicos agrícolas e agentes envolvidos na comercialização da produção agrícola em diferentes mercados. É nessa trama de relações que os agrotóxicos são legitimados e questionados. Outro ponto importante são as relações estabelecidas pelos agricultores na esfera doméstica, particularmente as relações familiares. O medo da contaminação dos filhos, da esposa ou do marido, é um fator importante que, em algumas situações, contribui para reorganizar as práticas em relação a esses produtos. As práticas associadas aos agrotóxicos revelam, assim, incertezas, em um ambiente no qual essas tecnologias são ao mesmo tempo legitimadas e reorganizadas de acordo com as condições e estratégias dos agricultores familiares e dos diferentes agentes com os quais se relacionam.
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Parte-se do pressuposto de que essas práticas não podem ser explicadas, unicamente, nem através da experiência individual dos atores e nem como um mero reflexo das pressões de uma estrutura social externa aos indivíduos, adotando-se, portanto, uma abordagem que busca compreender os atores e suas práticas levando em consideração a trama de relações nas quais estão envolvidos. A institucionalização do uso de agrotóxicos, sementes melhoradas e adubos químicos, a partir, principalmente, dos anos 1960, através da chamada Revolução Verde, apresentou-se, em boa medida, na região estudada, como uma imposição para os agricultores familiares. Uma série de mecanismos como o crédito agrícola e os programas públicos de extensão rural, possibilitaram que os agrotóxicos fossem legitimados ao longo do tempo e naturalizados como parte inerente ao processo de produção de olerícolas. 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As práticas associadas aos agrotóxicos revelam, assim, incertezas, em um ambiente no qual essas tecnologias são ao mesmo tempo legitimadas e reorganizadas de acordo com as condições e estratégias dos agricultores familiares e dos diferentes agentes com os quais se relacionam.CNPqThis study analyses the structuring and reproduction of social practices associated to the use of pesticides, developed by horticultural family farmers in the region of Barbacena/MG . It departs from the assumption that these practices cannot be explained solely through the experience of individual actors or as a mere reflection of the pressure of social structures, external to individuals, adopting an approach that seeks to understand actors and social practices, considering the network of relationships in which they are involved. The institutionalization, in the studied region, of the use of pesticides, improved seeds and chemical fertilizers, arising from the1960s through the so-called Green Revolution, was, in a large extent, imposed upon family farmers. A number of mechanisms such as agricultural credit and public rural extension programs, enabled the legitimation and naturalization of pesticides, over time, as an inherent part of vegetable production processes in the region under study. However, despite the coercive forces and the naturalization of the use of pesticides, family farmers emerge, according to their capacities, as active agents in the production and reproduction of social practices. Pesticides are considered, in this research, in their material and symbolic dimension, as an outcome of socio-technical networks that organize the manufacturing, sale, use and legitimation of these products. Networks ensure the circulation of such technologies and try cease, or minimize, the controversies associated with their use, turning pesticides, as proposed by Latour (2000; 2004), into a black-box , protected against risks and uncertainties. The mainfocus of the current research is the investigation of farmers’ practices as pesticide users. The work adopted an ethnographic approach aiming to apprehend the relations established by family farmers with pesticides in a specific ecological, social and economic context. It also resorted to documentary research, secondary data analysis and semi-structured interviews to supplement information from the field. The work showed that the uncertainties related to pesticides are an integral part of the social practices activated by family farmers. In the region of Barbacena/MG, at the same time that we perceived the legitimation and naturalization of pesticides, as well as the incorporation of “safe use” practices, we were able, also, to indentify the agency of family farmers and local organizations, building knowledge and relightening controversies, in the midst of institutionalized rules and naturalization. According to their own parameters, farmers select pesticides to be used in their farming units and build security strategies in their relationship with these technologies, establishing relationships with various agents that influence pesticide use practices in everyday life, including inspection bodies, agricultural defense agencies, rural workers' unions, agricultural supply stores, agricultural technicians and other agents involved in the marketing of agricultural production in different markets. It is in this web of relationships that pesticides are legitimate and questioned. Another important point is the relationship established by farmers in the domestic sphere, particularly family relationships. Fear of contamination of children, wife or husband, is an important factor that, in some situations, contributes to reorganize practices in relation to these products. The practices associated with pesticides reveal thus uncertainty, in an environment in which these technologies are both legitimate and reorganized according to the conditions and strategies of family farmers and the different agents with whom they relate.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e SociedadeUFRRJBrasilInstituto de Ciências Humanas e Sociaispracticesfamily farmingpesticidestechnologiespráticasagricultura familiaragrotóxicostecnologiasCiências SociaisAgrotóxicos no cotidiano dos agricultores familiares produtores de olerícolas na região de Barbacena/MG: práticas, legitimação e incertezasPesticides in the daily life of horticultural family farmers in the region of Barbacena/MG: practices, legitimacy and uncertaintiesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttps://tede.ufrrj.br/retrieve/7731/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/20570/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/26891/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/33276/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/39704/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/46076/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/52440/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/retrieve/58946/2015%20-%20Helena%20Rodrigues%20Lopes.pdf.jpghttps://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/1878Submitted by Jorge Silva (jorgelmsilva@ufrrj.br) on 2017-07-14T19:17:28Z No. of bitstreams: 1 2015 - Helena Rodrigues Lopes.pdf: 2227987 bytes, checksum: f197869caa16f7480da47dcf823527b2 (MD5)Made available in DSpace on 2017-07-14T19:17:28Z (GMT). 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