Apropriação e usos do uniforme escolar por jovens do ensino médio do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Luanda dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12963
Resumo: A pesquisa aqui apresentada trata de um estudo de caso a respeito da apropriação e usos do uniforme escolar por alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR). Os objetivos foram: compreender a roupa e o uniforme escolar como meios de comunicação entre os jovens, identificar as concepções estudantis sobre a função do uniforme escolar do CTUR, assim como as práticas de alteração do uniforme realizadas pelos estudantes. Sob uma abordagem qualiquantitativa, utilizamos diversas fontes de pesquisa: legislação brasileira, documentos oficiais do CTUR, entrevistas semiestruturadas com servidores e alunos, observação não participante e registro fotográfico. Através das fotografias e falas dos entrevistados, e baseada nos documentos oficiais que tratam do uniforme escolar do Colégio, apresentamos e discutimos os termos utilizados pelos pesquisados. Os alunos mostraram-se conhecedores das funções primárias do uniforme escolar, além de apontarem vantagens e desvantagens no seu uso – discussão bastante atual em redes sociais e sites especializados em educação. Atribuíram ao uniforme as funções de segurança, identificação, disciplina, e não diferenciação das classes sociais. Como pontos positivos do uso do uniforme apontaram a economia e a praticidade; e como pontos negativos o pouco destaque à individualidade e a possibilidade de estereotipar o aluno. Apresentaram-se orgulhosos por poderem vestir o uniforme de um Colégio Federal, mas, ainda assim, mostraram determinados predicados juvenis – que os levam a um comportamento transgressor, necessitando burlar normas para construir (e afirmar) suas próprias identidades – se apropriando e transformando o uniforme, seja customizando-o, seja alterando-o para proporcionar conforto, seja compondo-o com acessórios. Assim, as práticas de uso como alterações de cortes de manga e de gola da camisa com a justificativa de proporcionar conforto foram as mais significativas. Juntamente a elas, as marcas identitárias ficaram muito ligadas à moda, tais como: uso de chinelo e sandália – mesmo com a proibição expressa; bermuda mais curta e de cores e materiais não permitidos; calças compridas de cores, estampas e materiais também variados, confrontando com o que é permitido pelo Colégio; acessórios diversos como bonés, brincos, cordões, casacos e outros elementos – pulseira de couro, faixas e turbantes, piercing, unhas e bocas pintadas – característicos de grupos específicos – rock, hippie, rastafári, movimento de consciência negra, homoafetivo. Observamos que, apesar de existirem regras, a fiscalização por parte do Colégio não é realizada de forma muito acirrada, deixando espaço para que os alunos se apresentem enquanto jovens em formação de suas identidades, nos possibilitando concluir que o uniforme escolar – e os elementos a ele acoplados – constituem meio de comunicação específico entre os jovens estudantes do CTUR. Mas que nesta comunicação também se torna importante para os alunos a sua identificação como tais, apresentando um status de pertencimento desejável pelos mesmos.
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Os objetivos foram: compreender a roupa e o uniforme escolar como meios de comunicação entre os jovens, identificar as concepções estudantis sobre a função do uniforme escolar do CTUR, assim como as práticas de alteração do uniforme realizadas pelos estudantes. Sob uma abordagem qualiquantitativa, utilizamos diversas fontes de pesquisa: legislação brasileira, documentos oficiais do CTUR, entrevistas semiestruturadas com servidores e alunos, observação não participante e registro fotográfico. Através das fotografias e falas dos entrevistados, e baseada nos documentos oficiais que tratam do uniforme escolar do Colégio, apresentamos e discutimos os termos utilizados pelos pesquisados. Os alunos mostraram-se conhecedores das funções primárias do uniforme escolar, além de apontarem vantagens e desvantagens no seu uso – discussão bastante atual em redes sociais e sites especializados em educação. Atribuíram ao uniforme as funções de segurança, identificação, disciplina, e não diferenciação das classes sociais. Como pontos positivos do uso do uniforme apontaram a economia e a praticidade; e como pontos negativos o pouco destaque à individualidade e a possibilidade de estereotipar o aluno. Apresentaram-se orgulhosos por poderem vestir o uniforme de um Colégio Federal, mas, ainda assim, mostraram determinados predicados juvenis – que os levam a um comportamento transgressor, necessitando burlar normas para construir (e afirmar) suas próprias identidades – se apropriando e transformando o uniforme, seja customizando-o, seja alterando-o para proporcionar conforto, seja compondo-o com acessórios. Assim, as práticas de uso como alterações de cortes de manga e de gola da camisa com a justificativa de proporcionar conforto foram as mais significativas. Juntamente a elas, as marcas identitárias ficaram muito ligadas à moda, tais como: uso de chinelo e sandália – mesmo com a proibição expressa; bermuda mais curta e de cores e materiais não permitidos; calças compridas de cores, estampas e materiais também variados, confrontando com o que é permitido pelo Colégio; acessórios diversos como bonés, brincos, cordões, casacos e outros elementos – pulseira de couro, faixas e turbantes, piercing, unhas e bocas pintadas – característicos de grupos específicos – rock, hippie, rastafári, movimento de consciência negra, homoafetivo. Observamos que, apesar de existirem regras, a fiscalização por parte do Colégio não é realizada de forma muito acirrada, deixando espaço para que os alunos se apresentem enquanto jovens em formação de suas identidades, nos possibilitando concluir que o uniforme escolar – e os elementos a ele acoplados – constituem meio de comunicação específico entre os jovens estudantes do CTUR. Mas que nesta comunicação também se torna importante para os alunos a sua identificação como tais, apresentando um status de pertencimento desejável pelos mesmos.The research presented here is a case study concerning the appropriation and uses of the school uniform for the 3rd students of Technical High School of Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR). The main goals were: understanding the clothes and school uniform as a way of communication among young people, identify the students conceptions about the role of school uniform CTUR, as well as the uniform changes made by students. From a qualitative-quantitative approach, we use many sources for the research: Brazilian legislation, official CTUR documents, semi-structured interviews with employees and students, non-participant observation and photographic records. Through photographs and the interviews, and based on official documents regarding the school uniform of the institution, we present and discuss the terms used by the interviewees. Students proved to be aware of the primary functions of the school uniform, and also pointed out advantages and disadvantages in their use - quite current discussion on social networks and websites specialized in education. They attributed to uniform safety functions, identification, discipline, and no differentiation of social classes. As positive points of the uniform use indicated economy and practicality; and as negatives little emphasis on individuality and the possibility of stereotyping students. They presented themselves proud to be able to wear the uniform of a Federal College, but still showed some youth predicates - that lead to a transgressive behavior, needing bypass rules to build (and state) their own identities - appropriating and transforming uniform, is customizing it, either by changing it to provide comfort, is writing it with accessories. Thus, the use of practices such as changes sleeve cuts and shirt collar on the grounds of comfort were the most significant. Along with them, the identity marks were closely linked to fashion, such as: use of slipper and sandal - despite the express prohibition; shorter shorts and colors and materials not allowed; trousers of colors, patterns and materials also varied, confronted with what is permitted by the College; various accessories such as caps, earrings, necklaces, jackets and other items - leather bracelet, banners and turbans, piercing, nails and painted mouths - characteristic of specific groups - rock, hippie, rasta, movement of black consciousness and homoaffective. We note that, although there are rules to control by the School, that is not performed in a very tough way, leaving room for students to present themselves as young people in shaping their identities, enabling us to conclude that the school uniform - and the elements he engaged - are specific means of communication between young students CTUR. But that in this communication also becomes important for students to be identified as such, with a membership status desired by them.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Educação AgrícolaUFRRJBrasilInstituto de AgronomiaSchoolschool uniformyouth identitiesEscolauniforme escolaridentidades juvenisEducaçãoApropriação e usos do uniforme escolar por jovens do ensino médio do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroAppropriation and use of school uniform by young people at Technical High School of Universidade Federal Rural do Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisABRAMO, H. W. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. In: Peralva. A. T. &Sposito, M. P. (Orgs.). Juventude e contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação. Mai/Jun/Jul/Ago 1997, Nº 5e Set/Out/Nov/Dez 1997, Nº6. 272p. P. 25 a 36. BARDIN, L. Análise de conteúdo. 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description A pesquisa aqui apresentada trata de um estudo de caso a respeito da apropriação e usos do uniforme escolar por alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR). Os objetivos foram: compreender a roupa e o uniforme escolar como meios de comunicação entre os jovens, identificar as concepções estudantis sobre a função do uniforme escolar do CTUR, assim como as práticas de alteração do uniforme realizadas pelos estudantes. Sob uma abordagem qualiquantitativa, utilizamos diversas fontes de pesquisa: legislação brasileira, documentos oficiais do CTUR, entrevistas semiestruturadas com servidores e alunos, observação não participante e registro fotográfico. Através das fotografias e falas dos entrevistados, e baseada nos documentos oficiais que tratam do uniforme escolar do Colégio, apresentamos e discutimos os termos utilizados pelos pesquisados. Os alunos mostraram-se conhecedores das funções primárias do uniforme escolar, além de apontarem vantagens e desvantagens no seu uso – discussão bastante atual em redes sociais e sites especializados em educação. Atribuíram ao uniforme as funções de segurança, identificação, disciplina, e não diferenciação das classes sociais. Como pontos positivos do uso do uniforme apontaram a economia e a praticidade; e como pontos negativos o pouco destaque à individualidade e a possibilidade de estereotipar o aluno. Apresentaram-se orgulhosos por poderem vestir o uniforme de um Colégio Federal, mas, ainda assim, mostraram determinados predicados juvenis – que os levam a um comportamento transgressor, necessitando burlar normas para construir (e afirmar) suas próprias identidades – se apropriando e transformando o uniforme, seja customizando-o, seja alterando-o para proporcionar conforto, seja compondo-o com acessórios. Assim, as práticas de uso como alterações de cortes de manga e de gola da camisa com a justificativa de proporcionar conforto foram as mais significativas. Juntamente a elas, as marcas identitárias ficaram muito ligadas à moda, tais como: uso de chinelo e sandália – mesmo com a proibição expressa; bermuda mais curta e de cores e materiais não permitidos; calças compridas de cores, estampas e materiais também variados, confrontando com o que é permitido pelo Colégio; acessórios diversos como bonés, brincos, cordões, casacos e outros elementos – pulseira de couro, faixas e turbantes, piercing, unhas e bocas pintadas – característicos de grupos específicos – rock, hippie, rastafári, movimento de consciência negra, homoafetivo. Observamos que, apesar de existirem regras, a fiscalização por parte do Colégio não é realizada de forma muito acirrada, deixando espaço para que os alunos se apresentem enquanto jovens em formação de suas identidades, nos possibilitando concluir que o uniforme escolar – e os elementos a ele acoplados – constituem meio de comunicação específico entre os jovens estudantes do CTUR. Mas que nesta comunicação também se torna importante para os alunos a sua identificação como tais, apresentando um status de pertencimento desejável pelos mesmos.
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