Comunidade quilombola da Ilha da Marambaia/RJ: educação, ancestralidade e decolonialidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ |
Texto Completo: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12916 |
Resumo: | A presente pesquisa tem por objetivo averiguar para compreender como o processo de encobrimento da cultura quilombola/caiçara interfere na formação identitária dos habitantes da Restinga da Ilha da Marambaia/RJ, situada em Mangaratiba, região litorânea do Rio de Janeiro. Área militar, em sua totalidade restrita; entrementes, por conta de sua localização estratégica, foi utilizada para desembarque ilegal de escravos. Os lócus de pesquisa foram a Comunidade Quilombola da Ilha da Marambaia/RJ e a Escola Municipal Levy Miranda também situada nessa Restinga, que acolhe a nova geração quilombola da região. No que tange aos aspectos pedagógicos e aos desejos dessa comunidade, refletimos sobre as possibilidades de uma proposta pedagógica decolonial, voltada para a educação diferenciada, possibilitando o respeito e o enaltecimento da cultura e dos saberes tradicionais, vinculados à realidade local e global. Principia-se da hipótese que aquela escola não oferecia uma proposta pedagógica que contemplasse os saberes tradicionais local. A comunidade é reconhecida oficialmente como remanescente de quilombo desde 2005 pela Fundação Cultural Palmares, subsidiando àqueles moradores fazerem uso de instrumentos de amparo legal que atestem seus direitos de comunidade tradicional, como a Constituição Federal de 1988, o Decreto Federal n.º 4.887/03 e o Termo de Ajustamento de Conduta decorrente de um processo de conciliação entre a Comunidade, a Marinha do Brasil e o Ministério Público Federal. O presente estudo foi realizado de uma forma metodológica híbrida no que se referiu à coleta e análise de dados. Possui uma essência etnográfica, perpassando pelas bases pedagógicas decoloniais para uma melhor aproximação do problema investigado. Foram realizadas análises documentais, questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas. A pesquisa referenciada recorreu-se aos estudos do Grupo Modernidade/Colonialidade e nas contribuições de Antunes (2014); Arroyo (2011); Bahia (2017); Coelho (2021); Freire (2011); Gomes (2007); Loureiro (2005); Yabetá (2009), entre outros autores enquanto aporte teórico. A pesquisa se justifica, porque hipoteticamente o planejamento curricular da Escola Municipal Levy Miranda não assume uma perspectiva que favoreça a formação da identidade pessoal e coletiva desses cidadãos, cuja demanda presente da comunidade quilombola é por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos. Algumas problematizações impulsionaram meus estudos como, por exemplo, a implementação da Lei Federal n.º 10.639/03, que ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira nos planos curriculares das escolas e de que forma essa Lei contribui para a formação identitária de uma comunidade tradicional. Quais as políticas educacionais municipais no sistema único de educação básica que Mangaratiba vem adotando em favor da educação escolar quilombola? Quais ações a Marinha do Brasil e a Secretaria Municipal de Educação de Mangaratiba desenvolvem na Escola Municipal Levy Miranda, observando o impacto no processo formativo de crianças e jovens quilombolas? Acredita-se que deve haver uma estreita ligação do cotidiano dos alunos com o saber e com a escola, suas experiências, sua forma de enxergar a vida e as maneiras pelas quais a escola responderá ou não às suas expectativas, como um espaço social de aprendizagem, de construção de saberes, de socialização e de valorização cultural. |
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Silva, Renan MotaBahia, Bruno Cardoso de Menezes052.061.917-01https://orcid.org/0000-0002-8976-0035http://lattes.cnpq.br/0728241677912831Bahia, Bruno de Cardoso Menezes052.061.917-01https://orcid.org/0000-0002-8976-0035http://lattes.cnpq.br/0728241677912831Silva, Alessandra Piohttps://orcid.org/0000-0001-5302-029Xhttp://lattes.cnpq.br/0968781274360926Coelho, Wilma de Nazaré Baíahttps://orcid.org/0000-0001-8679-809Xhttp://lattes.cnpq.br/1035616337472088115.928.557-84https://orcid.org/0000-0002-5855-5418http://lattes.cnpq.br/76286462679778232023-12-22T02:29:36Z2023-12-22T02:29:36Z2021-09-20SILVA, Renan Mota. Comunidade quilombola da Ilha da Marambaia/RJ: educação, ancestralidade e decolonialidade. 2021. 213 f. Dissertação (Mestrado em Educação Agrícola) - Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2021.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12916A presente pesquisa tem por objetivo averiguar para compreender como o processo de encobrimento da cultura quilombola/caiçara interfere na formação identitária dos habitantes da Restinga da Ilha da Marambaia/RJ, situada em Mangaratiba, região litorânea do Rio de Janeiro. Área militar, em sua totalidade restrita; entrementes, por conta de sua localização estratégica, foi utilizada para desembarque ilegal de escravos. Os lócus de pesquisa foram a Comunidade Quilombola da Ilha da Marambaia/RJ e a Escola Municipal Levy Miranda também situada nessa Restinga, que acolhe a nova geração quilombola da região. No que tange aos aspectos pedagógicos e aos desejos dessa comunidade, refletimos sobre as possibilidades de uma proposta pedagógica decolonial, voltada para a educação diferenciada, possibilitando o respeito e o enaltecimento da cultura e dos saberes tradicionais, vinculados à realidade local e global. Principia-se da hipótese que aquela escola não oferecia uma proposta pedagógica que contemplasse os saberes tradicionais local. A comunidade é reconhecida oficialmente como remanescente de quilombo desde 2005 pela Fundação Cultural Palmares, subsidiando àqueles moradores fazerem uso de instrumentos de amparo legal que atestem seus direitos de comunidade tradicional, como a Constituição Federal de 1988, o Decreto Federal n.º 4.887/03 e o Termo de Ajustamento de Conduta decorrente de um processo de conciliação entre a Comunidade, a Marinha do Brasil e o Ministério Público Federal. O presente estudo foi realizado de uma forma metodológica híbrida no que se referiu à coleta e análise de dados. Possui uma essência etnográfica, perpassando pelas bases pedagógicas decoloniais para uma melhor aproximação do problema investigado. Foram realizadas análises documentais, questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas. A pesquisa referenciada recorreu-se aos estudos do Grupo Modernidade/Colonialidade e nas contribuições de Antunes (2014); Arroyo (2011); Bahia (2017); Coelho (2021); Freire (2011); Gomes (2007); Loureiro (2005); Yabetá (2009), entre outros autores enquanto aporte teórico. A pesquisa se justifica, porque hipoteticamente o planejamento curricular da Escola Municipal Levy Miranda não assume uma perspectiva que favoreça a formação da identidade pessoal e coletiva desses cidadãos, cuja demanda presente da comunidade quilombola é por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos. Algumas problematizações impulsionaram meus estudos como, por exemplo, a implementação da Lei Federal n.º 10.639/03, que ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira nos planos curriculares das escolas e de que forma essa Lei contribui para a formação identitária de uma comunidade tradicional. Quais as políticas educacionais municipais no sistema único de educação básica que Mangaratiba vem adotando em favor da educação escolar quilombola? Quais ações a Marinha do Brasil e a Secretaria Municipal de Educação de Mangaratiba desenvolvem na Escola Municipal Levy Miranda, observando o impacto no processo formativo de crianças e jovens quilombolas? Acredita-se que deve haver uma estreita ligação do cotidiano dos alunos com o saber e com a escola, suas experiências, sua forma de enxergar a vida e as maneiras pelas quais a escola responderá ou não às suas expectativas, como um espaço social de aprendizagem, de construção de saberes, de socialização e de valorização cultural.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorEsta investigación tiene como objetivo descubrir para comprender cómo el proceso de encubrimiento de la cultura quilombola/caiçara interfiere con la formación identitaria de los habitantes de la Restinga da Ilha da Marambaia/RJ, ubicada en Mangaratiba, región costera de Río de Janeiro. Zona militar, en su totalidad restringida; mientras tanto, por su ubicación estratégica, fue utilizado para el desembarco ilegal de esclavos. El lugar de investigación fue la Comunidad Quilombola de Ilha da Marambaia/RJ y la Escuela Municipal Levy Miranda también ubicada en esta Restinga, que da la bienvenida a la nueva generación quilombola en la región. En cuanto a los aspectos pedagógicos y anhelos de esta comunidad, reflexionamos sobre las posibilidades de una propuesta pedagógica descolonial, orientada a la educación diferenciada, que posibilite el respeto y puesta en valor de la cultura y los saberes tradicionales, vinculada a la realidad local y global. Se parte de la hipótesis de que esa escuela no ofreció una propuesta pedagógica que contemplara los conocimientos tradicionales locales. La comunidad es reconocida oficialmente como un remanente de quilombo desde 2005 por la Fundación Cultural Palmares, subsidiando a los residentes para que hagan uso de instrumentos de protección legal que den fe de sus tradicionales derechos comunitarios, como la Constitución Federal de 1988, Decreto Federal No. 4.887/03 y el Plazo de Adecuación de Conducta resultante de un proceso de conciliación entre la Comunidad, la Armada de Brasil y el Ministerio Público Federal. El presente estudio se llevó a cabo de manera metodológica híbrida en lo que respecta a la recolección y análisis de datos. Tiene una esencia etnográfica, pasando por las bases pedagógicas descoloniales para una mejor aproximación al problema investigado. Se realizaron análisis documentales, cuestionarios estructurados y entrevistas semiestructuradas. La investigación referenciada utilizó los estudios del Grupo Modernidad / Colonialidad y los aportes de Antunes (2014); Arroyo (2011); Bahia (2017); Coelho (2021); Freire (2011); Gomes (2007); Loureiro (2005); Yabetá (2009), entre otros autores como aporte teórico. La investigación se justifica porque, hipotéticamente, la planificación curricular de la Escuela Municipal Levy Miranda no asume una perspectiva que favorezca la formación de la identidad personal y colectiva de estos ciudadanos, cuya demanda actual de la comunidad quilombola es el reconocimiento, la valoración y la afirmación de derechos. Algunas problematizaciones impulsaron mis estudios, como la implementación de la Ley Federal No. 10.639 / 03, que enfatiza la importancia de la cultura negra en la formación de la sociedad brasileña en los planes curriculares de las escuelas y cómo esta Ley contribuye a la formación de la identidad de una cultura tradicional. comunidad. ¿Cuáles son las políticas educativas municipales en el sistema único de educación básica que viene adoptando Mangaratiba a favor de la educación escolar quilombola? ¿Qué acciones están desarrollando la Armada de Brasil y la Secretaría de Educación Municipal de Mangaratiba en la Escuela Municipal Levy Miranda, observando el impacto en el proceso de formación de niños y jóvenes quilombolas? Se cree que debe existir una estrecha conexión entre la vida cotidiana y los conocimientos de los estudiantes y con la escuela, sus vivencias, su forma de ver la vida y las formas en las que la escuela responderá o no a sus expectativas, como espacio social para el aprendizaje, la construcción del conocimiento, la socialización y la puesta en valor cultural.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Educação AgrícolaUFRRJBrasilInstituto de AgronomiaDecolonialidadeEducação Escolar QuilombolaMarinha do BrasilRestinga da Ilha da Marambaia/RJDescolonialidadEducación Escolar QuilombolaArmada de BrasilRestinga da Ilha da Marambaia/RJEducaçãoComunidade quilombola da Ilha da Marambaia/RJ: educação, ancestralidade e decolonialidadeComunidad quilombola de Ilha da Marambaia/RJ: educación, ascendencia y descolonialidadinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G.; PINHEIRO, L. 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A presente pesquisa tem por objetivo averiguar para compreender como o processo de encobrimento da cultura quilombola/caiçara interfere na formação identitária dos habitantes da Restinga da Ilha da Marambaia/RJ, situada em Mangaratiba, região litorânea do Rio de Janeiro. Área militar, em sua totalidade restrita; entrementes, por conta de sua localização estratégica, foi utilizada para desembarque ilegal de escravos. Os lócus de pesquisa foram a Comunidade Quilombola da Ilha da Marambaia/RJ e a Escola Municipal Levy Miranda também situada nessa Restinga, que acolhe a nova geração quilombola da região. No que tange aos aspectos pedagógicos e aos desejos dessa comunidade, refletimos sobre as possibilidades de uma proposta pedagógica decolonial, voltada para a educação diferenciada, possibilitando o respeito e o enaltecimento da cultura e dos saberes tradicionais, vinculados à realidade local e global. Principia-se da hipótese que aquela escola não oferecia uma proposta pedagógica que contemplasse os saberes tradicionais local. A comunidade é reconhecida oficialmente como remanescente de quilombo desde 2005 pela Fundação Cultural Palmares, subsidiando àqueles moradores fazerem uso de instrumentos de amparo legal que atestem seus direitos de comunidade tradicional, como a Constituição Federal de 1988, o Decreto Federal n.º 4.887/03 e o Termo de Ajustamento de Conduta decorrente de um processo de conciliação entre a Comunidade, a Marinha do Brasil e o Ministério Público Federal. O presente estudo foi realizado de uma forma metodológica híbrida no que se referiu à coleta e análise de dados. Possui uma essência etnográfica, perpassando pelas bases pedagógicas decoloniais para uma melhor aproximação do problema investigado. Foram realizadas análises documentais, questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas. A pesquisa referenciada recorreu-se aos estudos do Grupo Modernidade/Colonialidade e nas contribuições de Antunes (2014); Arroyo (2011); Bahia (2017); Coelho (2021); Freire (2011); Gomes (2007); Loureiro (2005); Yabetá (2009), entre outros autores enquanto aporte teórico. A pesquisa se justifica, porque hipoteticamente o planejamento curricular da Escola Municipal Levy Miranda não assume uma perspectiva que favoreça a formação da identidade pessoal e coletiva desses cidadãos, cuja demanda presente da comunidade quilombola é por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos. Algumas problematizações impulsionaram meus estudos como, por exemplo, a implementação da Lei Federal n.º 10.639/03, que ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira nos planos curriculares das escolas e de que forma essa Lei contribui para a formação identitária de uma comunidade tradicional. Quais as políticas educacionais municipais no sistema único de educação básica que Mangaratiba vem adotando em favor da educação escolar quilombola? Quais ações a Marinha do Brasil e a Secretaria Municipal de Educação de Mangaratiba desenvolvem na Escola Municipal Levy Miranda, observando o impacto no processo formativo de crianças e jovens quilombolas? Acredita-se que deve haver uma estreita ligação do cotidiano dos alunos com o saber e com a escola, suas experiências, sua forma de enxergar a vida e as maneiras pelas quais a escola responderá ou não às suas expectativas, como um espaço social de aprendizagem, de construção de saberes, de socialização e de valorização cultural. |
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