Reações dos docentes da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro às reformas gerenciais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Gabriel Guimarães Melgaço da
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9921
Resumo: A partir de 2011, a Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro é submetida a um novo modelo de gestão escolar, conhecimento como Programa de Gestão Integrada da Escola (GIDE), representando a intensificação do avanço dos ideais gerencialistas burgueses sobre a educação pública no Rio de Janeiro e submetendo o corpo docente a uma nova forma de se pensar a escola pública, na qual se mimetiza o setor privado, inserido toda uma lógica empresarial, ao mesmo tempo em que o professor perde sua autonomia, o que gera uma desprofissionalização do seu saber, gerando nesses profissionais variados tipos de reação. Assim, este trabalho se debruça sobre as reações dos docentes da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro aos novos modelos de gestão escolar na rede desde 2011, com a implementação da GIDE até os dias atuais. Objetivamos, portanto, categorizar e explicar as formas de reação docente a tal reforma gerencial, a partir do pressuposto da existência de três categorias ontológicas de reação: resistência, consentimento ativo e consentimento passivo, tendo como elemento norteador para a correta categorização o conceito marxiano de práxis. Trata-se de uma pesquisa básica, qualitativa e de caráter explicativo, que se dispôs para a análise das reações docentes de entrevistas estruturadas, via questionário, com profissionais da rede, de diversas escolas, e entrevista oral com alguns professores. Através da epistemologia do materialismo histórico dialético e da análise das respostas obtidas foi possível traçar um perfil geral do corpo docente da rede estadual, como um profissional desmotivado pela precariedade de seu trabalho, sem autonomia e expectativa de melhoras e que não se percebe representado pelo seu principal sindicato, o que se apresenta como fatores para a formação do perfil geral de consentimento passivo entre uma parcela da categoria, detrimento de uma outra que ainda se mobiliza para lutar contra o novo modelo de gestão. À título de conclusão, apontamos não somente a validade das categorias estabelecidas para a análise da reação docente às reformas gerenciais, como a constatação de que o consentimento ativo é minoritário na rede, o que nos levou a perceber no consentimento passivo, que se apresenta sob a forma de resiliência docente, o principal meio de propagação dos ideais gerenciais e elemento fundamental para a dificultar a mobilização da categoria na luta por melhores condições de trabalho e contra o avanço burguês sobre a educação pública
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Tese (Doutorado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares) - Instituto de Educação/Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2020.https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9921A partir de 2011, a Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro é submetida a um novo modelo de gestão escolar, conhecimento como Programa de Gestão Integrada da Escola (GIDE), representando a intensificação do avanço dos ideais gerencialistas burgueses sobre a educação pública no Rio de Janeiro e submetendo o corpo docente a uma nova forma de se pensar a escola pública, na qual se mimetiza o setor privado, inserido toda uma lógica empresarial, ao mesmo tempo em que o professor perde sua autonomia, o que gera uma desprofissionalização do seu saber, gerando nesses profissionais variados tipos de reação. Assim, este trabalho se debruça sobre as reações dos docentes da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro aos novos modelos de gestão escolar na rede desde 2011, com a implementação da GIDE até os dias atuais. Objetivamos, portanto, categorizar e explicar as formas de reação docente a tal reforma gerencial, a partir do pressuposto da existência de três categorias ontológicas de reação: resistência, consentimento ativo e consentimento passivo, tendo como elemento norteador para a correta categorização o conceito marxiano de práxis. Trata-se de uma pesquisa básica, qualitativa e de caráter explicativo, que se dispôs para a análise das reações docentes de entrevistas estruturadas, via questionário, com profissionais da rede, de diversas escolas, e entrevista oral com alguns professores. Através da epistemologia do materialismo histórico dialético e da análise das respostas obtidas foi possível traçar um perfil geral do corpo docente da rede estadual, como um profissional desmotivado pela precariedade de seu trabalho, sem autonomia e expectativa de melhoras e que não se percebe representado pelo seu principal sindicato, o que se apresenta como fatores para a formação do perfil geral de consentimento passivo entre uma parcela da categoria, detrimento de uma outra que ainda se mobiliza para lutar contra o novo modelo de gestão. À título de conclusão, apontamos não somente a validade das categorias estabelecidas para a análise da reação docente às reformas gerenciais, como a constatação de que o consentimento ativo é minoritário na rede, o que nos levou a perceber no consentimento passivo, que se apresenta sob a forma de resiliência docente, o principal meio de propagação dos ideais gerenciais e elemento fundamental para a dificultar a mobilização da categoria na luta por melhores condições de trabalho e contra o avanço burguês sobre a educação públicaCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorAs of 2011, the State Education Network of Rio de Janeiro is subjected to a new model of school management, known as Programa de Gestão Integrada da Escola (GIDE), representing the intensification of the advancement of bourgeois managerialist ideals about public education in Rio de Janeiro and submitting the teaching staff to a new way of thinking about the public school, in which the private sector is mimicked, inserting a whole business logic, at the same time that the teacher loses his autonomy, which generates a deprofesionalization of his knowledge, generating in these professionals various types reaction. Thus, this work focuses on the reactions of teachers from the State Education Network of Rio de Janeiro to new models of school management in the network since 2011, with the implementation of GIDE to the present day. Therefore, we aim to categorize and explain the forms of teaching reaction to such managerial reform, based on the assumption of three ontological categories of reaction: resistance, active consent and passive consent, with the Marxian concept of praxis as a guideline for our work. It is a basic, qualitative and explanatory research, which was prepared for the analysis of the teaching reactions of structured interviews, via questionnaire, with professionals from the network, from different schools, and an oral interview with some teachers. Through the epistemology of dialectical historical materialism and the analysis of the responses obtained, it was possible to draw a general profile of the teaching staff of the state network, as a professional unmotivated by the precariousness of his work, without autonomy and expectation of improvement and who does not feel represented by his main union, which presents itself as factors for the formation of the general profile of passive consent among a portion of the category, to the detriment of another that is still mobilizing to fight against the new management model. In conclusion, we point out not only the validity of the categories established for the analysis of the teaching reaction to managerial reforms, but the observation that active consent is a minority in the network, which led us to perceive in passive consent, which is presented under the form of teaching resilience, the main means of spreading managerial ideals and a fundamental element to hinder the mobilization of the category in the struggle for better working conditions and against the bourgeois advance on public educationapplication/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas PopularesUFRRJBrasilInstituto de EducaçãoInstituto Multidisciplinar de Nova IguaçuGerencialismoGestão escolarReação docenteReforma do estadoManagerialismSchool managementTeaching reactionState reformEducaçãoReações dos docentes da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro às reformas gerenciaisReactions of theachers of the state education network of Rio de Janeiro to managerial reformsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisALBUQUERQUE, José Augusto. 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description A partir de 2011, a Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro é submetida a um novo modelo de gestão escolar, conhecimento como Programa de Gestão Integrada da Escola (GIDE), representando a intensificação do avanço dos ideais gerencialistas burgueses sobre a educação pública no Rio de Janeiro e submetendo o corpo docente a uma nova forma de se pensar a escola pública, na qual se mimetiza o setor privado, inserido toda uma lógica empresarial, ao mesmo tempo em que o professor perde sua autonomia, o que gera uma desprofissionalização do seu saber, gerando nesses profissionais variados tipos de reação. Assim, este trabalho se debruça sobre as reações dos docentes da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro aos novos modelos de gestão escolar na rede desde 2011, com a implementação da GIDE até os dias atuais. Objetivamos, portanto, categorizar e explicar as formas de reação docente a tal reforma gerencial, a partir do pressuposto da existência de três categorias ontológicas de reação: resistência, consentimento ativo e consentimento passivo, tendo como elemento norteador para a correta categorização o conceito marxiano de práxis. Trata-se de uma pesquisa básica, qualitativa e de caráter explicativo, que se dispôs para a análise das reações docentes de entrevistas estruturadas, via questionário, com profissionais da rede, de diversas escolas, e entrevista oral com alguns professores. Através da epistemologia do materialismo histórico dialético e da análise das respostas obtidas foi possível traçar um perfil geral do corpo docente da rede estadual, como um profissional desmotivado pela precariedade de seu trabalho, sem autonomia e expectativa de melhoras e que não se percebe representado pelo seu principal sindicato, o que se apresenta como fatores para a formação do perfil geral de consentimento passivo entre uma parcela da categoria, detrimento de uma outra que ainda se mobiliza para lutar contra o novo modelo de gestão. À título de conclusão, apontamos não somente a validade das categorias estabelecidas para a análise da reação docente às reformas gerenciais, como a constatação de que o consentimento ativo é minoritário na rede, o que nos levou a perceber no consentimento passivo, que se apresenta sob a forma de resiliência docente, o principal meio de propagação dos ideais gerenciais e elemento fundamental para a dificultar a mobilização da categoria na luta por melhores condições de trabalho e contra o avanço burguês sobre a educação pública
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