Fishery statistics and commercialization of the mangrove crab, Ucides cordatus (L.), in Bragança - Pará - Brazil

• Autor(a) principal: Araujo, Ana Rosa da Rocha
• Data de Publicação: 2006
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: eng
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFS
• Texto Completo: https://ri.ufs.br/handle/riufs/1037
• topic: Bragança (PA); Caranguejo-uçá; Ucides cordatus; Estatísticas da pesca

This research was part of the scientific MADAM project developed in collaboration between Brazil and Germany. The work focused on fishery statistics and commercialization of the mangrove crab, Ucides cordatus, from the mangrove areas in Bragança District, Para, Brazil. The study area was situated in a continuous mangrove area spanning three districts of the Pará State coast: Tracuateua, Bragança and Augusto Correa. This 6.000 km2 area extends between the northeastern coast of Pará State and the northwestern coast of the Maranhão State (480 km of real coastline). The total mangrove area available to crab fishermen was approximately 877 km² divided among: Bragança Peninsula 170 km², west zone 181 km² and east zone 526 km². The main objective of this study was to determine the yearly volume of crab landings (data from January of 2003 to June of 2004) in Bragança District and to identify the channels of and mercantile agents in the crab commercialization. By choosing local communities with the highest landing volume for monitoring, approximately 80% of the total catch in Bragança District could be directly monitored. The communities or points chosen for monitoring were: Caratateua, Tamatateua, Treme and the Bragança-Ajuruteua road (Taici). Results showed that in 2003-2004, there were 1195 crab fishermen in Bragança District. The crab fishermen moved by small boats, canoes and on foot into the mangrove area. The total volume of recorded crab landings in Bragança District was 1859 t in 2003 and 1039 t from January to June of 2004. Due to the impossibility of monitoring all landing points the catch data presented, represent only approximately 80% of the total catch landed in Bragança District. The highest fishing pressure was recorded on the Bragança Peninsula. The mean CPUE in this area was 150 crabs/ man-day, and the carapace widths at capture varied between 5.1 and 9.1 cm. For the study period, the average carapace width of crabs captured on the Bragança peninsula was 7.1 ± 0.5 cm. The best growth parameter combination achieved by ELEFAN I was L = 8.58 cm and K = 0.20 / year. The probability of capture for U. cordatus males calculated with FISAT showed that the size class represented in the actual catch lay between 6.8 and 7.3 cm. The cohort analysis gave estimates of total mortality rate (Z) for this size class varied between 0.40 and 0.80 per year, increasing with increasing size (carapace width, cm). The same tendency was observed for the fishing mortality rate (F), where estimates varied between 0.0 and 0.4 per year. The commercialization analysis showed that the crabs captured and landed in the Bragança District entered the market via the crab fishermen (producers) in two forms: a) in natura – live crab and b) processed - pulp and chelae crabmeat. For live crabs, the most frequently used unit in the landings was the cambada. The commercialization chain’s main mercantile agent was the wholesaler/retailer and it ran through three different commercialization channels. The average monthly net income for a producer with a boss was R$ 314.00 and the producer without a boss received R$ 367.00. The total markup (MKT) during the commercialization of live crab raised the end prices by 32% to 67% on the Bragança market and by 58% to 150% on the Belém market. The live crabs that were landed and sold at diverse points in Bragança District, supplied not only the local market, but the state market as well. The processed crab was sold by the kilogram (Kg) and most frequently sold directly to the fisherman’s boss (PC). The mercantile agents in the chain were: the middleman, the wholesaler and the retailer. Four processed crabmeat commercialization channels were identified. The average monthly net income of a producer with a boss was R$ 590.00 and R$ 594.00 for a producer without a boss. The total markup (MKT) in the commercialization system of pulp and chelae crabmeat showed that the price paid by the final consumer during the year of 2003 was always more than double the price at first commercialization. The processed crabmeat was commercialized predominantly in Belém. It can be concluded that the crab fishery in Bragança District produces enough financial resources to not only allow the local families to subsist but to maintain a large money flow within the communities that is not easily apparent to the outsider. The Bragança Peninsula still presents a favorable situation for sustainable exploitation because the average size of captured individuals is sufficiently higher than the size at first sexual maturation (L50%=3.51 cm for males and L50%= 4.01 for females). Though the exploitation is presently at sustainable levels, any small fishing effort increase, deforestation or the use of unlawful capture methods could rapidly lead to overfishing of large individuals. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT: Este trabalho foi parte do projeto de coperação científica MADAM desenvolvido entre o Brasil-Alemanha. O estudo descreveu sobre a estatística de pesca e a comercialização do caranguejo-uçá, Ucides cordatus, que desembarca no Município de Bragança, Pará, Brasil. A área de estudo, compreendendo três Municípios da costa do estado do Pará: Tracuateua, Bragança and Augusto Corrêa, e encontra-se situada na maior área de manguezal continuos do Brasil. Com uma área de aproximadamente 6.000 km2 , entre a costa nordeste do Estado do Pará e do Maranhão (480 km de linha de costa). A área total explorada pelos tiradores de caranguejo do Município de Bragança foi de aproximadamente 877 km² dividida em: Braganca Peninsula 170 km², zona oeste 181 km² e zona leste 526 km². O principal objetivo foi determinar o volume de caranguejo-uçá desembarcado no Município de Bragança e identificar o canal de comercialização. Os dados do presente trabalho foram coletados de janeiro de 2003 a junho de 2004. Os locais escolhidos para o monitoramento representou apenas 80% das capturas totais desembarcada no Municipio de Bragança. As comunidades escolhidas para o monitoramento foram Caratateua, Tamatateua, Treme e um ponto na rodovia Bragança-Ajuruteua (Taici). Os resultados mostraram existir aproximadamente 1195 tiradores de caranguejo no Município de Bragança. Esses tiradores se deslocam para as áreas de captura andando, em montarias ou em barcos pequenos motorizados. A captura total de caranguejo-uçá desembarcada foi de 1859 ton em 2003 e de 1039 ton de janeiro a junho de 2004. Porém esse total representou apenas 80% das capturas desembarcada no Município de Bragança. A maior pressão de pesca está acontecendo na Peninsula de Bragança. A CPUE média dessa área foi de 150 caranguejos / homem-dia e os indivíduos capturados variaram entre as classes de tamanho de 5.1 and 9.1 cm, e a média anual de largura de carapace para a Peninsula de Bragança foi de 7.1 ± 0.5 cm. As melhores combinações encontradas através do programa ELEFA I para os parâmetros de crescimento foram L = 8.58 cm and K = 0.20 / ano. A probabilidade de capturar machos de U. Cordatus calculado pelo FISAT I mostrou que as classes de comprimento representativas das atuais capturas estão entre 6.8 e 7.3 cm. A analise virtual de coortes mostrou que a biomassa estimada para as classes de comprimento foi de 6.190 ton. Individuos menores que 6.0 cm e indivíduos maiores que 8.0 cm não foram representativos nas capturas. As estimativas de Z (taxa de mortalidade total) para as classes de tamanhos variaram entre 0.40 and 0.80 por ano, decrescendo com o decrescimo dos tamanhos de carapaça. A mesma tendência foi observada para a mortalidade de pesca (F) que variou entre 0.0 to 0.4 por ano. O estudo sobre a comercialização do caranguejo-uçá desembarcado no Município de Bragança é comercializado de duas formas: a) in natura – caranguejo vivo e b) beneficiado – massa e pata de caranguejo. A unidade de comercialização mais usada foi a cambada, para o caranguejo vivo. Foram identificados três canais de comercialização e o principal agente mercantil foi o atacadista/varejista. A renda liquida media mensal do produtor com patrão foi de R$ 314.00 e do produtor autônomo foi de R$ 367.00. A diferença de preço entre o produtor e o consumidor (Markup) foi entre 32% e 67% nas feiras de Bragança e de 58% a 150% nas feiras de Belém. O caranguejo vivo desembarcado no Município de Bragança abastece o mercado local e alguns mercados em outros Estados. A unidade mais frequente utilizada para a comercialização do caranguejo beneficiado foi o kilograma (Kg). O tipo de comercialização mais praticada foi venda direta para o patrão (PC). Os agentes mercantis identificados foram o comprador local, o atacadista e o varejista. Nessa cadeia de comercialização quatro canais de comercialização foram identificados. A renda liquida media mensal do produtor com patrão foi de R$ 590.00 e do produtor autônomo foi de R$ 594.00. O Markup total médio neste sistema de comercialização mostrou que o preço final pago pelo consumidor foi o dobro do preço da primeira comercialização. O caranguejo processado frequentemente foi comercializado em Belém. Concluímos que a pesca do caranguejo no Município de Bragança produziu retorno financeiro suficiente, não só para as familias dos tiradores de caranguejo, mas também para movimentar o comércio local. A Peninsula de Bragança ainda apresenta uma situação favorável para a exploração sustentável porque o tamanho dos indivíduos capturados são suficientemente maior que o tamanho de primeira maturação sexual (L50%=3.51 cm para machos e L50%= 4.01 femeas). Porém, qualquer alteração nos níveis atuais de esforço de pesca, desmatamento ou utilização de artes de pesca predatórias podem levar o estoque a situação de sobrepesca dos indivíduos grande.