Do gozo ao mais de gozar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Clínica & Cultura |
Texto Completo: | https://periodicos.ufs.br/clinicaecultura/article/view/644 |
Resumo: | Este trabalho analisa o gozo como um conceito psicanalítico cuja primeira formulação, em Freud (1913), tomou a forma de um mito: o mito de um gozo absoluto pelo pai da horda primitiva. Esse mito, é necessário que se ressalte, já anunciava elementos estruturais que seriam fundamentais para a formulação, por Lacan, do conceito de gozo. Neste artigo, mostramos que, inicialmente, Lacan concebia o conceito de gozo através de uma analogia com a segunda lei da termodinâmica, a entropia. No entanto, quando Lacan formulou que (1) não há gozo do Outro, pois este não possui ser; (2) o Outro é um terreno do qual se limpou o gozo; iniciava-se uma nova concepção de gozo, não mais dependente de uma analogia com a termodinâmica, mas fundada em uma homologia. Lacan renomeava o gozo como mais-de-gozar e estabelecia uma homologia entre o mais-de-gozar e a mais-valia. Lacan estava elaborando uma estrutura discursiva cuja vertente econômica Marx havia revelado. Esse abandono da analogia não acontecia apenas graças à referência marxista, mas constituía também o percurso de uma pesquisa que resultou na elaboração topológica do conceito de objeto, da qual advém a criação do termo êxtimo como o que conjuga o íntimo com a exterioridade radical. |
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Do gozo ao mais de gozarEste trabalho analisa o gozo como um conceito psicanalítico cuja primeira formulação, em Freud (1913), tomou a forma de um mito: o mito de um gozo absoluto pelo pai da horda primitiva. Esse mito, é necessário que se ressalte, já anunciava elementos estruturais que seriam fundamentais para a formulação, por Lacan, do conceito de gozo. Neste artigo, mostramos que, inicialmente, Lacan concebia o conceito de gozo através de uma analogia com a segunda lei da termodinâmica, a entropia. No entanto, quando Lacan formulou que (1) não há gozo do Outro, pois este não possui ser; (2) o Outro é um terreno do qual se limpou o gozo; iniciava-se uma nova concepção de gozo, não mais dependente de uma analogia com a termodinâmica, mas fundada em uma homologia. Lacan renomeava o gozo como mais-de-gozar e estabelecia uma homologia entre o mais-de-gozar e a mais-valia. Lacan estava elaborando uma estrutura discursiva cuja vertente econômica Marx havia revelado. Esse abandono da analogia não acontecia apenas graças à referência marxista, mas constituía também o percurso de uma pesquisa que resultou na elaboração topológica do conceito de objeto, da qual advém a criação do termo êxtimo como o que conjuga o íntimo com a exterioridade radical.Universidade Federal de Sergipe2014-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufs.br/clinicaecultura/article/view/644Clínica & Cultura; Vol. 3 No 1 (2014); 34-44Clínica & Cultura; v. 3 n. 1 (2014); 34-44Clínica & Cultura; Vol. 3 No. 1 (2014); 34-44Clínica & Cultura; Vol. 3 Núm. 1 (2014); 34-442317-2509reponame:Clínica & Culturainstname:Universidade Federal de Sergipe (UFS)instacron:UFSporhttps://periodicos.ufs.br/clinicaecultura/article/view/644/2508Souto, Luís Adriano SallesSgarioni, Matheus MinellaD'Agord, Marta Regina de Leãoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-08-04T22:22:08Zoai:ojs.ufs.emnuvens.com.br:article/644Revistahttps://www.seer.ufs.br/index.php/clinicaecultura/PUBhttps://www.seer.ufs.br/index.php/clinicaecultura/oaisoaresms@gmail.com || eldercerqueira@gmail.com2317-25092317-2509opendoar:2014-08-04T22:22:08Clínica & Cultura - Universidade Federal de Sergipe (UFS)false |
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