Heidegger, Hölderlin e a fundação poética: superação da metafísica e platonismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Engler, Maicon Reus
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Journal of Lean Systems
Texto Completo: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/915
Resumo: Resumo: A partir do horizonte hermenêutico das Explicações da poesia de Hölderlin, o artigo visa elucidar a figura do poeta na obra hölderliniana. Para tanto, enfatizam-se três de seus contornos: o poeta como fundador da pátria invisível, responsável por revelar o pertencimento de um povo ao seu destino historial; o poeta como receptáculo do sagrado, capaz de transmitir aos mortais o fogo dos deuses em intensidade abrandada; e, por fim, o poeta como extemporâneo errante, uma condição advinda das duas tarefas acima. O artigo insiste criticamente em mostrar algo que ficou oculto na interpretação heideggeriana, a saber, que tais imagens do poeta relacionam-se com a situação histórica que Hölderlin vivia e, mais do que isso, com a filosofia platônica. Heidegger não parece ter percebido o primeiro fato em virtude de seus princípios hermenêuticos, os quais buscam afastar a poesia de Hölderlin de toda a concretude história, uma vez que, se ela estivesse sujeita à epigonalidade, não poderia realizar a sua missão primordial de ultrapassar a tradição. Quanto ao segundo ponto – que possui ainda maior importância – o artigo argumenta que Heidegger não pôde ver as ressonâncias de Platão em Hölderlin em razão da má-vontade ineludivelmente nietzschiana com que leu o Ateniense, algo admitido de há muito por outros estudiosos. Assim, da análise da figura do poeta e de suas ressonâncias platônicas, o artigo defende que o platonismo de Hölderlin constitui um entrave para o projeto heideggeriano de superação da metafísica.  Palavras-chave: Hölderlin; Heidegger; Platão; poeta; poesia. Heidegger, Hölderlin and the Poetic Foundation: Overcoming of Metaphysics and Platonism Abstract: Taking as hermeneutical horizon the reflections that Heidegger put forward in Elucidations of Hölderlin’s poetry, this article aims to clarify the figure of the poet in Hölderlin’s works. I emphasize three traces of this figure: the poet who, as a founder of the invisible country, reveals the belonging of some people to their historical destiny; the poet who, as a receptacle of the Sacred, conveys to other mortals the fire of the gods in a less powerful intensity; and finally the poet as an untimely wanderer, a condition derived from the earlier traces. I also show how these images are related to Hölderlin’s historical situation and, more than that, to the philosophy of Plato, a point that gives basis to a critique of Heidegger’s ideas. It seems that Heidegger did not realized the first fact because of his hermeneutical principles that try to remove from Hölderlin’s poetry every historical concreteness, since it could not carry out its mission of overcoming tradition if it were still bound to epigonality. As to the second point, which is much more important, the article claims that Heidegger could not see the platonic resonances in Hölderlin because of the undeniably Nietzschean spirit with which he read the Athenian, as it has been admitted by other scholars. This being so, from the analysis of the poet and his platonic resonances, the article claims that Hölderlin’s Platonism is an obstacle to Heidegger’s project of superseding Metaphysics. Keywords: Hölderlin; Heidegger; Plato; Poet; Poetry. 
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