O problema do solipsismo na obra A Transcendência do Ego de Jean-Paul Sartre
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Peri |
Texto Completo: | https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/peri/article/view/3034 |
Resumo: | Pretende-se analisar, nesse trabalho, em que medida a fenomenologia de Jean-Paul Sartre escapa ao problema do solipsismo. Para isso, consultaremos seu texto de juventude A Transcendência do Ego, publicado em 1936. Objetiva-se investigar o modo como Sartre aborda a relação da consciência intencional com os objetos transcendentes, assumindo a consciência como “campo transcendental” impessoal e rejeitando o “Eu” como imanente à consciência, mas, ao contrário, pensando-o também como transcendente, tal como os demais objetos mundanos. Nessa primeira obra, Sartre, ao fazer uso da noção de “consciência intencional” de Husserl, concebe a consciência como “consciência de alguma coisa” e, conjuntamente, consciência de si mesma. Com isso, recusará todo e qualquer conteúdo no interior da consciência. Nem mesmo o “Eu” pode ser assimilado como imanente à consciência. Com essa abordagem, Sartre escapa ao realismo absoluto, que deduz a consciência da matéria, do fisiológico; e ao idealismo absoluto, que deduz a matéria da consciência, reduzindo-a à representação da consciência. Desse modo, a única concepção capaz de escapar ao problema do solipsismo, segundo Sartre, é a teoria segundo a qual o Ego é um objeto transcendente, pois, se o Ego for uma estrutura imanente da consciência, seria possível que a existência dos fenômenos e de outros “Eus” fossem derivadas desse Ego imanente. Com isso, pretende-se verificar em que medida há uma superação deste problema clássico da tradição filosófica: o problema do solipsismo. |
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Pretende-se analisar, nesse trabalho, em que medida a fenomenologia de Jean-Paul Sartre escapa ao problema do solipsismo. Para isso, consultaremos seu texto de juventude A Transcendência do Ego, publicado em 1936. Objetiva-se investigar o modo como Sartre aborda a relação da consciência intencional com os objetos transcendentes, assumindo a consciência como “campo transcendental” impessoal e rejeitando o “Eu” como imanente à consciência, mas, ao contrário, pensando-o também como transcendente, tal como os demais objetos mundanos. Nessa primeira obra, Sartre, ao fazer uso da noção de “consciência intencional” de Husserl, concebe a consciência como “consciência de alguma coisa” e, conjuntamente, consciência de si mesma. Com isso, recusará todo e qualquer conteúdo no interior da consciência. Nem mesmo o “Eu” pode ser assimilado como imanente à consciência. Com essa abordagem, Sartre escapa ao realismo absoluto, que deduz a consciência da matéria, do fisiológico; e ao idealismo absoluto, que deduz a matéria da consciência, reduzindo-a à representação da consciência. Desse modo, a única concepção capaz de escapar ao problema do solipsismo, segundo Sartre, é a teoria segundo a qual o Ego é um objeto transcendente, pois, se o Ego for uma estrutura imanente da consciência, seria possível que a existência dos fenômenos e de outros “Eus” fossem derivadas desse Ego imanente. Com isso, pretende-se verificar em que medida há uma superação deste problema clássico da tradição filosófica: o problema do solipsismo. |
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