Fazendo sentido do som
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1988 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Ilha do Desterro |
Texto Completo: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937 |
Resumo: | É um lugar comum na Linguistica deste século dizer-se que são fonológicas apenas aquelas diferenças de som que ervem para distinguir significações (Jakobson 1976:12[1932], Troubetzkoy1957119391: 1-15, Chomsky & Halle 1968:3-14). 0 que poucos linguistas reconhecem é que essa afirmação pode ser virada pelo avesso se interpretada à luz da Semántica e da Pragmática contemporâneas. Para simplificar, tomemos como ponto-de-partida a distinção feita por Lyons entre significado descritivo e não descritivo (1977, vol. 1:50-56). Se esse último contribui para diferenciar entre os enunciados possíveis, então há mais trilhas entre o som e a "coisa" do que sonha a nossa vã Fonologia. Pois um signatum elástico, variável, que vai além de um estado de coisas determinado num mundo objetivo, para incluir o social e até subjetivo, como querem, por exemplo, Austin (1962), Searle(1969) ou Ducrot (1973), supõe também um signans elástico, variável, que possa, ao menos, apontar para os contornos - vagos - de um tal real. Em outras palavras, assumir a existência de uma lista aberta de diferenças de sentido implica abrir mão de uma lista fechada de diferenças pertinentes de som. |
id |
UFSC-9_3aad4df9f17c62eb1ae3cb11bbf7dab8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:periodicos.ufsc.br:article/8937 |
network_acronym_str |
UFSC-9 |
network_name_str |
Ilha do Desterro |
repository_id_str |
|
spelling |
Fazendo sentido do somÉ um lugar comum na Linguistica deste século dizer-se que são fonológicas apenas aquelas diferenças de som que ervem para distinguir significações (Jakobson 1976:12[1932], Troubetzkoy1957119391: 1-15, Chomsky & Halle 1968:3-14). 0 que poucos linguistas reconhecem é que essa afirmação pode ser virada pelo avesso se interpretada à luz da Semántica e da Pragmática contemporâneas. Para simplificar, tomemos como ponto-de-partida a distinção feita por Lyons entre significado descritivo e não descritivo (1977, vol. 1:50-56). Se esse último contribui para diferenciar entre os enunciados possíveis, então há mais trilhas entre o som e a "coisa" do que sonha a nossa vã Fonologia. Pois um signatum elástico, variável, que vai além de um estado de coisas determinado num mundo objetivo, para incluir o social e até subjetivo, como querem, por exemplo, Austin (1962), Searle(1969) ou Ducrot (1973), supõe também um signans elástico, variável, que possa, ao menos, apontar para os contornos - vagos - de um tal real. Em outras palavras, assumir a existência de uma lista aberta de diferenças de sentido implica abrir mão de uma lista fechada de diferenças pertinentes de som.UFSC1988-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937Ilha do Desterro A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies; No. 19 (1988); 011-026Ilha do Desterro A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies; n. 19 (1988); 011-0262175-80260101-4846reponame:Ilha do Desterroinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCporhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937/8282Copyright (c) 1988 Eleonora Albanohttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessAlbano, Eleonora2022-12-06T13:11:06Zoai:periodicos.ufsc.br:article/8937Revistahttp://www.periodicos.ufsc.br/index.php/desterroPUBhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/oaiilha@cce.ufsc.br||corseuil@cce.ufsc.br||ilhadodesterro@gmail.com2175-80260101-4846opendoar:2022-12-06T13:11:06Ilha do Desterro - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Fazendo sentido do som |
title |
Fazendo sentido do som |
spellingShingle |
Fazendo sentido do som Albano, Eleonora |
title_short |
Fazendo sentido do som |
title_full |
Fazendo sentido do som |
title_fullStr |
Fazendo sentido do som |
title_full_unstemmed |
Fazendo sentido do som |
title_sort |
Fazendo sentido do som |
author |
Albano, Eleonora |
author_facet |
Albano, Eleonora |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Albano, Eleonora |
description |
É um lugar comum na Linguistica deste século dizer-se que são fonológicas apenas aquelas diferenças de som que ervem para distinguir significações (Jakobson 1976:12[1932], Troubetzkoy1957119391: 1-15, Chomsky & Halle 1968:3-14). 0 que poucos linguistas reconhecem é que essa afirmação pode ser virada pelo avesso se interpretada à luz da Semántica e da Pragmática contemporâneas. Para simplificar, tomemos como ponto-de-partida a distinção feita por Lyons entre significado descritivo e não descritivo (1977, vol. 1:50-56). Se esse último contribui para diferenciar entre os enunciados possíveis, então há mais trilhas entre o som e a "coisa" do que sonha a nossa vã Fonologia. Pois um signatum elástico, variável, que vai além de um estado de coisas determinado num mundo objetivo, para incluir o social e até subjetivo, como querem, por exemplo, Austin (1962), Searle(1969) ou Ducrot (1973), supõe também um signans elástico, variável, que possa, ao menos, apontar para os contornos - vagos - de um tal real. Em outras palavras, assumir a existência de uma lista aberta de diferenças de sentido implica abrir mão de uma lista fechada de diferenças pertinentes de som. |
publishDate |
1988 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1988-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937 |
url |
https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/view/8937/8282 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 1988 Eleonora Albano http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 1988 Eleonora Albano http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UFSC |
publisher.none.fl_str_mv |
UFSC |
dc.source.none.fl_str_mv |
Ilha do Desterro A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies; No. 19 (1988); 011-026 Ilha do Desterro A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies; n. 19 (1988); 011-026 2175-8026 0101-4846 reponame:Ilha do Desterro instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instacron:UFSC |
instname_str |
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
instacron_str |
UFSC |
institution |
UFSC |
reponame_str |
Ilha do Desterro |
collection |
Ilha do Desterro |
repository.name.fl_str_mv |
Ilha do Desterro - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
repository.mail.fl_str_mv |
ilha@cce.ufsc.br||corseuil@cce.ufsc.br||ilhadodesterro@gmail.com |
_version_ |
1799875276020121601 |