Um novo mestrado em terapia ocupacional: perspectivas e desafios
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional |
Texto Completo: | https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/2572 |
Resumo: | No ano em que comemoramos cinco décadas da regulamentação da profissão de terapia ocupacional no Brasil identificamos que várias foram as conquistas, mas muitos desafios ainda se apresentam para os profissionais e docentes da área, especialmente em um contexto de crescente valorização da pesquisa. A produção do conhecimento, no cenário nacional, está intimamente relacionada à pós-graduação, que tem proporcionado o aumento da produção científica e consolidação do conhecimento; o aumento da parceria de pesquisa entre academia e serviço e a formação de recursos humanos (RODACKI, 2015), impactando diretamente na avaliação e reformulação das políticas públicas, com vistas à melhoria dos serviços de saúde prestados e sua gestão. Nesta direção, a criação de espaços para produção do conhecimento e disseminação dos saberes da terapia ocupacional é fundamental, indispensável (MONZELI et al., 2018) e, por que não dizer, vital para a sobrevivência da profissão dentro de ambiente cada vez mais competitivo.A terapia ocupacional apresenta percurso recente no contexto nacional da pós-graduação, com a criação, em 2010, do primeiro curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A ampliação da oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu no sistema nacional, nos quais o principal objeto de estudo é a terapia ocupacional, favorece o crescimento, fortalecimento, consolidação e reconhecimento da terapia ocupacional enquanto ciência e deve ser uma meta para os grupos de docentes que vem avançando em pesquisa. A aprovação recente, pela CAPES, de dois cursos de mestrado em terapia ocupacional, um mestrado profissional na Universidade de São Paulo (USP) e outro acadêmico na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vem agregar esforços nessa direção.O Mestrado em Estudos da Ocupação (CPGEO-UFMG), com início das atividades no segundo semestre de 2019, apresenta proposta pautada na articulação de diferentes áreas do conhecimento que contribuem para o avanço do saber interdisciplinar sobre a ocupação e tem caráter inovador ao propor, desde o início do programa, um modo de produção científica mais colaborativo. O curso tem como objetivo formar recursos humanos qualificados para lidar com questões ocupacionais de forma sistêmica, considerando seus aspectos biológicos, sociais, econômicos, históricos, antropológicos, filosóficos e culturais. Visa também fomentar análise crítica das teorias e recursos que utilizamos, criando ambiente estimulante para a discussão, inovação e geração de ideias que consolidem o estudo da ocupação como área de investimento acadêmico e, ao mesmo tempo, deem suporte à prática baseada em evidências.O curso conta com uma área de concentração e duas linhas de pesquisa. A área de concentração, denominada “Ocupação, Participação e Inclusão”, aborda temas/conteúdos relacionados ao estudo da Ocupação como objeto principal de investigação, com foco na análise da participação das pessoas em situações de vida no que tange às tendências e perspectivas da inclusão social. A linha de pesquisa “Ocupação, Cuidado e Funcionalidade” tem como propósito investigar a influência de fatores intrínsecos e extrínsecos (relacionados ao ambiente, incluindo produtos e tecnologia) ao indivíduo, no engajamento nos papéis ocupacionais. Além disso, enfatiza a compreensão das estratégias de cuidado (avaliação e intervenção) para prevenção, promoção e recuperação da funcionalidade sob perspectivas transdisciplinares. A linha de pesquisa “Ocupação, Políticas Públicas e Inclusão Social” busca: (1) compreender os papéis ocupacionais a partir das dimensões socioeconômica e relacional, analisando como os aspectos sociais impactam nas oportunidades ocupacionais e na construção da cidadania de diferentes grupos populacionais, sejam eles vinculados à questão de gênero, raça, estigma, cultura, entre outros; (2) investigar condições de risco e de proteção, sobre bem-estar e a participação, bem como analisar a implementação das Políticas Sociais; (3) compreender as estratégias de inclusão social e como o estado, por meio das políticas públicas, atende as necessidades e as demandas que tangenciam as vivências ocupacionais no trabalho, lazer, estudo, cultura, atividades domésticas e cotidianas.O Mestrado em Estudos da Ocupação contará com a participação de docentes permanentes de outras Instituições Federais de Ensino Superior, estimulando a parceria entre pesquisadores e fortalecendo grupos de pesquisa interinstitucionais, bem como ampliando a possibilidade de captação de alunos de outras regiões do estado, com maior capilarização do curso.A criação do Mestrado em Estudos da Ocupação é resultado de muita luta, não só dos docentes envolvidos, mas também de colegas que nos estimularam e, de alguma forma, contribuíram para a aprovação da proposta. Representa mais um passo, diante de uma longa trajetória, no sentido da consolidação da terapia ocupacional e da produção do conhecimento no país. Celebramos essa vitória, juntamente com colegas da USP, cientes da nossa responsabilidade e dos desafios que se apresentam diante do contexto atual do país. Esperamos que, em breve, possamos avançar dentro do sistema da pós-graduação, com a aprovação de novos cursos de pós-graduação stricto sensu na área de terapia ocupacional, considerando-se as demandas de um país com de dimensões continentais e enorme diversidade cultural como o Brasil. Adriana Maria Valladão Novais Van Petten, Iza de Faria-Fortini, Lívia de Castro MagalhãesMestrado em Estudos da Ocupação, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil. |
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Nesta direção, a criação de espaços para produção do conhecimento e disseminação dos saberes da terapia ocupacional é fundamental, indispensável (MONZELI et al., 2018) e, por que não dizer, vital para a sobrevivência da profissão dentro de ambiente cada vez mais competitivo.A terapia ocupacional apresenta percurso recente no contexto nacional da pós-graduação, com a criação, em 2010, do primeiro curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A ampliação da oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu no sistema nacional, nos quais o principal objeto de estudo é a terapia ocupacional, favorece o crescimento, fortalecimento, consolidação e reconhecimento da terapia ocupacional enquanto ciência e deve ser uma meta para os grupos de docentes que vem avançando em pesquisa. A aprovação recente, pela CAPES, de dois cursos de mestrado em terapia ocupacional, um mestrado profissional na Universidade de São Paulo (USP) e outro acadêmico na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vem agregar esforços nessa direção.O Mestrado em Estudos da Ocupação (CPGEO-UFMG), com início das atividades no segundo semestre de 2019, apresenta proposta pautada na articulação de diferentes áreas do conhecimento que contribuem para o avanço do saber interdisciplinar sobre a ocupação e tem caráter inovador ao propor, desde o início do programa, um modo de produção científica mais colaborativo. O curso tem como objetivo formar recursos humanos qualificados para lidar com questões ocupacionais de forma sistêmica, considerando seus aspectos biológicos, sociais, econômicos, históricos, antropológicos, filosóficos e culturais. Visa também fomentar análise crítica das teorias e recursos que utilizamos, criando ambiente estimulante para a discussão, inovação e geração de ideias que consolidem o estudo da ocupação como área de investimento acadêmico e, ao mesmo tempo, deem suporte à prática baseada em evidências.O curso conta com uma área de concentração e duas linhas de pesquisa. A área de concentração, denominada “Ocupação, Participação e Inclusão”, aborda temas/conteúdos relacionados ao estudo da Ocupação como objeto principal de investigação, com foco na análise da participação das pessoas em situações de vida no que tange às tendências e perspectivas da inclusão social. A linha de pesquisa “Ocupação, Cuidado e Funcionalidade” tem como propósito investigar a influência de fatores intrínsecos e extrínsecos (relacionados ao ambiente, incluindo produtos e tecnologia) ao indivíduo, no engajamento nos papéis ocupacionais. 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Representa mais um passo, diante de uma longa trajetória, no sentido da consolidação da terapia ocupacional e da produção do conhecimento no país. Celebramos essa vitória, juntamente com colegas da USP, cientes da nossa responsabilidade e dos desafios que se apresentam diante do contexto atual do país. Esperamos que, em breve, possamos avançar dentro do sistema da pós-graduação, com a aprovação de novos cursos de pós-graduação stricto sensu na área de terapia ocupacional, considerando-se as demandas de um país com de dimensões continentais e enorme diversidade cultural como o Brasil. Adriana Maria Valladão Novais Van Petten, Iza de Faria-Fortini, Lívia de Castro MagalhãesMestrado em Estudos da Ocupação, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.Brazilian Journal of Occupational TherapyCuadernos Brasilenos de Terapia OcupacionalCadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional2019-06-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/257210.4322/2526-8910.ctoED27021Brazilian Journal of Occupational Therapy; Vol. 27 No. 2 (2019); 231-232Cuadernos Brasilenos de Terapia Ocupacional; Vol. 27 Núm. 2 (2019); 231-232Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional; v. 27 n. 2 (2019); 231-2322526-8910reponame:Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacionalinstname:Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR-DTO)instacron:UFSCARporhttps://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/2572/1113Copyright (c) 2019 Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacionalhttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessVan Petten, Adriana Maria Valladão NovaisFaria-Fortini, Iza deMagalhães, Lívia de Castro2022-04-20T20:07:17Zoai:ojs.www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br:article/2572Revistahttp://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpcadto@ufscar.br||cadto@ufscar.br2526-89102526-8910opendoar:2022-04-20T20:07:17Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional - Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR-DTO)false |
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No ano em que comemoramos cinco décadas da regulamentação da profissão de terapia ocupacional no Brasil identificamos que várias foram as conquistas, mas muitos desafios ainda se apresentam para os profissionais e docentes da área, especialmente em um contexto de crescente valorização da pesquisa. A produção do conhecimento, no cenário nacional, está intimamente relacionada à pós-graduação, que tem proporcionado o aumento da produção científica e consolidação do conhecimento; o aumento da parceria de pesquisa entre academia e serviço e a formação de recursos humanos (RODACKI, 2015), impactando diretamente na avaliação e reformulação das políticas públicas, com vistas à melhoria dos serviços de saúde prestados e sua gestão. Nesta direção, a criação de espaços para produção do conhecimento e disseminação dos saberes da terapia ocupacional é fundamental, indispensável (MONZELI et al., 2018) e, por que não dizer, vital para a sobrevivência da profissão dentro de ambiente cada vez mais competitivo.A terapia ocupacional apresenta percurso recente no contexto nacional da pós-graduação, com a criação, em 2010, do primeiro curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A ampliação da oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu no sistema nacional, nos quais o principal objeto de estudo é a terapia ocupacional, favorece o crescimento, fortalecimento, consolidação e reconhecimento da terapia ocupacional enquanto ciência e deve ser uma meta para os grupos de docentes que vem avançando em pesquisa. A aprovação recente, pela CAPES, de dois cursos de mestrado em terapia ocupacional, um mestrado profissional na Universidade de São Paulo (USP) e outro acadêmico na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vem agregar esforços nessa direção.O Mestrado em Estudos da Ocupação (CPGEO-UFMG), com início das atividades no segundo semestre de 2019, apresenta proposta pautada na articulação de diferentes áreas do conhecimento que contribuem para o avanço do saber interdisciplinar sobre a ocupação e tem caráter inovador ao propor, desde o início do programa, um modo de produção científica mais colaborativo. O curso tem como objetivo formar recursos humanos qualificados para lidar com questões ocupacionais de forma sistêmica, considerando seus aspectos biológicos, sociais, econômicos, históricos, antropológicos, filosóficos e culturais. Visa também fomentar análise crítica das teorias e recursos que utilizamos, criando ambiente estimulante para a discussão, inovação e geração de ideias que consolidem o estudo da ocupação como área de investimento acadêmico e, ao mesmo tempo, deem suporte à prática baseada em evidências.O curso conta com uma área de concentração e duas linhas de pesquisa. A área de concentração, denominada “Ocupação, Participação e Inclusão”, aborda temas/conteúdos relacionados ao estudo da Ocupação como objeto principal de investigação, com foco na análise da participação das pessoas em situações de vida no que tange às tendências e perspectivas da inclusão social. A linha de pesquisa “Ocupação, Cuidado e Funcionalidade” tem como propósito investigar a influência de fatores intrínsecos e extrínsecos (relacionados ao ambiente, incluindo produtos e tecnologia) ao indivíduo, no engajamento nos papéis ocupacionais. 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A linha de pesquisa “Ocupação, Políticas Públicas e Inclusão Social” busca: (1) compreender os papéis ocupacionais a partir das dimensões socioeconômica e relacional, analisando como os aspectos sociais impactam nas oportunidades ocupacionais e na construção da cidadania de diferentes grupos populacionais, sejam eles vinculados à questão de gênero, raça, estigma, cultura, entre outros; (2) investigar condições de risco e de proteção, sobre bem-estar e a participação, bem como analisar a implementação das Políticas Sociais; (3) compreender as estratégias de inclusão social e como o estado, por meio das políticas públicas, atende as necessidades e as demandas que tangenciam as vivências ocupacionais no trabalho, lazer, estudo, cultura, atividades domésticas e cotidianas.O Mestrado em Estudos da Ocupação contará com a participação de docentes permanentes de outras Instituições Federais de Ensino Superior, estimulando a parceria entre pesquisadores e fortalecendo grupos de pesquisa interinstitucionais, bem como ampliando a possibilidade de captação de alunos de outras regiões do estado, com maior capilarização do curso.A criação do Mestrado em Estudos da Ocupação é resultado de muita luta, não só dos docentes envolvidos, mas também de colegas que nos estimularam e, de alguma forma, contribuíram para a aprovação da proposta. Representa mais um passo, diante de uma longa trajetória, no sentido da consolidação da terapia ocupacional e da produção do conhecimento no país. Celebramos essa vitória, juntamente com colegas da USP, cientes da nossa responsabilidade e dos desafios que se apresentam diante do contexto atual do país. Esperamos que, em breve, possamos avançar dentro do sistema da pós-graduação, com a aprovação de novos cursos de pós-graduação stricto sensu na área de terapia ocupacional, considerando-se as demandas de um país com de dimensões continentais e enorme diversidade cultural como o Brasil. Adriana Maria Valladão Novais Van Petten, Iza de Faria-Fortini, Lívia de Castro MagalhãesMestrado em Estudos da Ocupação, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil. |
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