Discriminação relacionada ao peso e suas vinculações com características identitárias entre estudantes de uma universidade pública no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araujo, Jessica Rasquim
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/238321
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2022.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaAraujo, Jessica RasquimLeite, Maurício SoaresBastos, João Luiz Dornelles2022-08-18T23:20:29Z2022-08-18T23:20:29Z2022377983https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/238321Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2022.Introdução/Objetivos: A discriminação relacionada ao peso corporal, ou viés de peso, inclui preconcepções negativas, que atribuem, sobretudo às pessoas gordas, um conjunto de características morais que acarretam prejuízos em diversos âmbitos da vida, incluindo o pessoal, o acadêmico e o profissional. Reconhecendo que a questão da corporeidade inclui, além do peso, outras características identitárias que são marcadoras de opressões sociais, pensar a partir de uma perspectiva interseccional parece ser um modo de investigar, de forma mais abrangente, níveis e tipos de discriminação que podem estar (co)existindo ? e intensificando iniquidades em saúde. Para contribuir com a abordagem desse tema na literatura, o presente estudo teve como objetivo descrever a frequência, a intensidade e os contextos em que os estudantes de graduação de uma universidade no sul do Brasil perceberam tratamento diferencial ou discriminatório, motivado pelo peso corporal, bem como sua relação com outros aspectos identitários. Métodos: A pesquisa, com delineamento transversal e análise quantitativa de dados secundários, considerou as respostas de 765 estudantes matriculados em cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina no primeiro semestre do ano de 2012. Os estudantes responderam a um questionário autopreenchível, composto por itens que incluíam características socioeconômicas, demográficas, autopercepção de saúde, medidas antropométricas e experiências discriminatórias. Para avaliação de experiências discriminatórias, o questionário utilizou a Escala de Discriminação Explícita. Os dados obtidos passaram por análises descritivas e multivariadas para examinar as relações entre as variáveis de interesse, conforme os objetivos da pesquisa. Resultados: A frequência de tratamento diferencial percebida pelos estudantes em uma ou mais situações específicas abordadas pela Escala de Discriminação Explícita pelo motivo ?ser gordo ou magro? foi de 22,8% e a situação mais frequente foi ter sido chamado por nomes, palavras das quais não gostou ou termos pejorativos. A percepção do tratamento diferencial pelo motivo ?ser gordo ou magro? esteve vinculada com aquelas motivadas por ?comportamento? e ?modo de vestir?. A faixa etária (23 e 27 anos); a instrução do chefe do domicílio (até o ensino médio completo); o Índice de Massa Corporal (excesso de peso) e a autoavaliação da saúde (ruim) estiveram associadas com maior escore de percepção de discriminação por ?ser gordo ou magro?. Conclusões: Apesar do potencial das universidades para promover ambientes saudáveis, nossos resultados sugerem que os alunos estão inseridos em contextos sociais que reproduzem preconceitos e discriminação. Podemos igualmente concluir que a percepção da discriminação pelo peso corporal está acompanhada da discriminação percebida em função de outros aspectos da imagem corporal, como o modo de vestir, além de outras características e condições que tangenciam o estigma e patologização da gordura corporal. Tais aspectos devem ser considerados em abordagens que tratam de corporeidade e iniquidades em saúde.Abstract: Introduction/Objectives: The discrimination related to body weight, or weight bias, has been defined as prejudices, which attribute, especially to fat people, a set of moral characteristics and that have repercussions on damages in different areas of the individuals' lives, including personal, academic and professional. Recognizing that the issue of corporeality includes, in addition to weight, other identity characteristics that are often marked by social oppressions, thinking from an intersectional perspective seems to be a way of investigating, more comprehensively, levels and types of discrimination that may be (co)existing - and intensifying social inequalities in health. To contribute to the approach of this topic in the literature, the present study aimed to describe the frequency, intensity, and contexts in which undergraduate students at a university in southern Brazil perceived differential or discriminatory treatment, motivated by body weight, as well as its relationship with other identity aspects. Methods: The research with a cross-sectional design and quantitative analysis of secondary data, considered the responses of 765 students enrolled in undergraduate courses at the Federal University of Santa Catarina in the first semester of 2012. The students answered a self-completed questionnaire composed of items which included socioeconomic and demographic characteristics, self-perception of health, anthropometric measurements, and discriminatory experiences. To analyze discriminatory experiences, the questionnaire used the instrument called the Explicit Discrimination Scale. The data obtained underwent descriptive analysis of the relationship between the variables of interest to the research objectives. Results: The frequency of differential treatment perceived by students in one or more specific situations addressed by the Explicit Discrimination Scale for the reason ?being fat or thin? was 22.8% and the most frequent situation was having been called by names, words they did not like or pejorative terms. The perception of differential treatment for the reason ?being fat or thin? simultaneously with another mentioned reason, suggests a greater association with the reasons ?behaviour? and ?way of dressing?. The age group (23 and 27 years); the education of the head of the household (up to complete high school); BMI (excess weight) and self-rated health (poor) are variables associated with a higher score of perception of discrimination for ?being fat or thin?. Conclusions: Despite the potential of universities to promote healthy environments, our results suggest that students are inserted in social contexts that reproduce prejudice and discrimination. We can also conclude that the perception of discrimination by body weight follows other perceptions of body image, such as the way of dressing and other identity characteristics, such as gender, age, race/color, and social class. These are aspects that need to be considered in approaches that deal with corporeality and health inequalities.108 p.| il., gráfs.porNutriçãoPeso corporalInterseccionalidadeDesigualdades em SaúdeDiscriminação relacionada ao peso e suas vinculações com características identitárias entre estudantes de uma universidade pública no sul do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPNTR0310-D.pdfPNTR0310-D.pdfapplication/pdf2520837https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/238321/-1/PNTR0310-D.pdf616dc9f10947538e769e9488e8e20aa5MD5-1123456789/2383212022-08-18 20:20:30.529oai:repositorio.ufsc.br:123456789/238321Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-08-18T23:20:30Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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