Entre a diferença e a indiferença: implicações da cultura escolar na problematização dos corpos de estudantes com deficiência física
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240994 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2022. |
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Entre a diferença e a indiferença: implicações da cultura escolar na problematização dos corpos de estudantes com deficiência físicaEducaçãoCultura escolarCorpo humanoDeficiência físicaEstudantes com deficiênciaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2022.Esta pesquisa tem como objetivo geral investigar como a cultura escolar participa do processo de construção dos corpos de estudantes com deficiência física por meio da socialização que estabelecem em uma instituição pública de ensino regular de Florianópolis. Tem como lente epistemológica a inspiração do pensamento complexo formulada por Edgar Morin. Participaram como sujeitos desta pesquisa estudantes com deficiência física, regularmente matriculados no ensino médio, professores de Educação Física e pais de estudantes com deficiência física. Metodologicamente segue as orientações dos estudos de tipo etnográficos, utilizando observação participante, diário de campo, entrevistas e análises de documentos. Em relação aos objetivos específicos, os dados desta pesquisa indicaram que os sentidos e significados que atravessam as vivências e experiências dos estudantes com deficiência na cultura escolar do Colégio Sonho, são distintas e atreladas à suas realidades antropossociais. São experiências de não aceitação da deficiência, de não reconhecimento da deficiência e de reconhecimento da deficiência. As aulas de Educação Física oportunizam momentos de liberdade e interação, onde os estudantes podem vivenciar tudo o que podem fazer com seus corpos em um ambiente com menos restrições. Uma vez que os estudantes anseiam pelo movimento, as aulas de Educação Física assumem um papel fundamental que é contribuir para que os corpos tenham a oportunidade de construírem experiências significativas. Nestas experiências, o corpo revela-se impregnado de suas ausências, mas não como limitação, e sim, como possibilidade. A existência de artefatos que auxiliam os estudantes a explorarem o máximo que podem fazer, direcionou a reflexão para o corpo ciborgue. A partir da simbiose entre corpo e máquina, torna-se possível que estes estudantes usufruam do que o mundo lhes apresenta como desafio e por vozes, experimentem o lugar de protagonistas. Assim, a cultura escolar é o espaço e tempo onde são construídas experiências significativas de movimento, mediadas pela interação que ocorrem nas aulas de Educação Física, e de onde é possível afirmar que o corpo em movimento de estudantes contribui para uma melhor aceitação de si mesmo e para o entendimento de como eles conseguem estar no mundo, bem como, o que podem fazer no mundo; e que a partir desta tomada de consciência de si e do seu agir, os estudantes com deficiência podem se aceitar melhor e conseguir ser aceito pelos demais. Entende-se que as aulas remotas e todas as demais medidas adotadas para além do âmbito escolar, são formas estruturadoras que a escola e a sociedade adotaram como estratégias emergenciais para tentar alcançar novamente a ordem que se encontrava desorganizada. A não abertura das câmeras pelos alunos providenciou a incerteza das suas participações nas aulas e junto com toda as dificuldades que a conjuntura social, política e econômica, que o momento revelou, influenciaram no modo de conduzir as aulas e as avalições, onde o ?duvidoso-monólogo-didático-necessário?, foi a síntese desta experiência educacional. Assim, como tentativa de uma compreensão complexa sobre a cultura escolar, a realidade está desde então, tanto no elo quanto na distância entre o sistema aberto e seu meio ambiente, de modo que os corpos dos estudantes com deficiência física no Colégio Sonho só podem ser compreendidos se neles incluímos o meio ambiente, que lhe é ao mesmo tempo íntimo e estranho, revelador da sua auto-eco-organização.Abstract: This research has as general objective of investigating how school culture participates in the process of building the bodies of students with physical disabilities through the socialization they establish in a public institution of regular education in Florianópolis. Its epistemological lens is the inspiration of complex thinking formulated by Edgar Morin. The subjects of this research were students with physical disabilities, regularly enrolled in high school, Physical Education teachers and parents of students with physical disabilities. Methodologically, it follows the guidelines of ethnographic studies, using participant observation, field diary, interviews and document analysis. Regarding the specific objectives, the data from this research indicated that the senses and meanings that cross the experiences of students with disabilities in the school culture of Colégio Sonho are distinct and linked to their anthroposocial realities. They are experiences of non-acceptance of disability, non-recognition of disability and recognition of disability. Physical Education classes provide moments of freedom and interaction, where students can experience everything they can do with their bodies in an environment with fewer restrictions. Since students yearn for movement, Physical Education classes assume a fundamental role that is to contribute so that bodies have the opportunity to build meaningful experiences. In these experiences, the body reveals itself to be impregnated with its absences, but not as a limitation, but as a possibility. The existence of artifacts that help students to explore as much as they can, directed the reflection to the cyborg body. From the symbiosis between body and machine, it becomes possible for these students to enjoy what the world presents to them as a challenge and through voices, experience the place of protagonists. Thus, school culture is the space and time where significant experiences of movement are built, mediated by the interaction that occurs in Physical Education classes, and from where it is possible to say that the moving body of students contributes to a better acceptance of themselves. and for the understanding of how they manage to be in the world, as well as, what they can do in the world; and that from this awareness of themselves and their actions, students with disabilities can better accept themselves and manage to be accepted by others. It is understood that remote classes and all other measures adopted beyond the school environment are structuring ways that the school and society have adopted as emergency strategies to try to achieve the order that was disorganized again. The non-opening of the cameras by the students provided the uncertainty of their participation in the classes and together with all the difficulties that the social, political and economic situation, which the moment revealed, influenced the way of conducting classes and evaluations, where the ?doubtful -necessary-didactic-monologue?, was the synthesis of this educational experience. Thus, as an attempt at a complex understanding of school culture, the reality is since then, both in the link and in the distance between the open system and its environment, so that the bodies of students with physical disabilities at Colégio Sonho can only be understood if we include in them the environment, which is both intimate and foreign to it, revealing its self-eco-organization.Conceição, Victor Julierme Santos daUniversidade Federal de Santa CatarinaStaviski, Gilmar2022-10-21T17:00:29Z2022-10-21T17:00:29Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis306 p.| il.application/pdf378838https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/240994porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-21T17:00:29Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/240994Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-10-21T17:00:29Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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