Viver não é preciso: discursos sobre o suicídio no século XXI
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/206223 |
Resumo: | Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Florianópolis, 2018. |
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Viver não é preciso: discursos sobre o suicídio no século XXICiências médicasSuicídioBiopolíticaDissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Florianópolis, 2018.O suicídio é considerado um fenômeno unívoco no século XXI, descrito em termos médicos e associado diretamente à presença de transtornos psiquiátricos. Segue, portanto, proscrito, como conduta incompatível com a Razão (moderna) e combatido em grande parte das sociedades ocidentais. Esta dissertação versa, por um lado, sobre as condições de possibilidade para a emergência de um tal discurso e, por outro lado, sobre o modo como ele incide configurando a subjetividade de pacientes e de profissionais . Neste sentido, vincula-se metodologicamente ao trabalho de Michel Foucault em suas prescrições de prudência acerca da polivalência tática dos discursos: em relação às expectativas de prevenção e medicalização dos comportamentos suicidas, é preciso fazer ver que se constituem em discursos produtores de vida e cuidado ao mesmo tempo que visam gerar sujeitos produtivos e dóceis. Neste estudo, de base documental, são abordados os fatores de risco mais frequentes na literatura, a saber, os transtornos mentais e o abuso de drogas, bem como as estratégias para legitimar socialmente a psiquiatrização do suicídio: a expectativa de tratamento com psicofármacos e a produção de evidências por pesquisas de tipo autópsia psicológica. Foram analisados dois manuais editados pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela Organização Mundial da Saúde dirigidos a profissionais para a prevenção do suicídio. A análise dos documentos evidenciou o caráter coercitivo-compassivo das prescrições feitas aos profissionais de saúde. Tendo em conta que, apesar dos esforços, os índices globais de mortes por suicídio não se reduzem, cabe verificar os efeitos dos discursos sobres os sujeitos (sejam os suicidas ou aqueles que os atendem) aqui narrados em quatro casos clínicos com diferentes características e desfechos. Por fim, identificou-se que, apesar de ser considerado um tabu no século XXI, há um imperativo para que se fale sobre o suicídio, mas que se fale apenas sob certo regime que envolve o saber médico, a proibição e a pecha de doente mental, criando uma impossibilidade de diálogo franco.Abstract : Suicide is considered a univocal phenomenon in the 21st century, described in medical terms and directly associated with the presence of psychiatric disorders. It is still rejected as a conduct that is incompatible with (modern) Reason and fought in the Western societies. This dissertation approaches the conditions of possibility for the emergence of such a discourse and, also, how it affects the subjectivity of \"patients\" and \"professionals\". In this way, it is methodologically linked to Foucault s work in his prescriptions of prudence about the tactical polyvalence of discourses: in relation to the expectations of prevention and medicalization of suicidal behaviors, it is necessary to show that they constitute discourses that produce life and care while, at the same time, aim to generate productive and docile subjects. This documentary study addresses the most frequent risk factors in the literature, namely, mental disorders and drug abuse, as well as the strategies to socially legitimize the psychiatric delimitation of suicide: the expectation of treatment with psychotropic drugs and the production of evidence by psychological autopsy research. Two manuals edited by the Brazilian Ministry of Health and the World Health Organization for the prevention of suicide were analyzed. The document analysis showed the coercive-compassionate nature of the prescriptions to health professionals. Considering that despite the efforts, the overall suicide death rates are not reduced, it is necessary to verify the effects of the discourses about the subjects (suicidal or those who support them) - here narrated in four clinical cases with different characteristics and outcomes. Finally, it has been identified that, although it is considered a taboo in the 21st century, still remains an imperative to talk about suicide, but to talk about under a certain regime - involving medical knowledge, prohibition and the label of mental patient, creating an impossibility of frank dialogue.Caponi, Sandra Noemi Cucurullo deUniversidade Federal de Santa CatarinaBoccardi, Diogo de Oliveira2020-03-31T15:02:24Z2020-03-31T15:02:24Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis120 p.| il.application/pdf359828https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/206223porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-03-31T15:02:25Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/206223Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-03-31T15:02:25Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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