Violência por parceiro íntimo e qualidade de vida em idosos residentes em Florianópolis, Santa Catarina: estudo de base populacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Warmling, Deise
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/198859
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2018.
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spelling Violência por parceiro íntimo e qualidade de vida em idosos residentes em Florianópolis, Santa Catarina: estudo de base populacionalSaúde públicaViolência conjugalQualidade de vidaIdososTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2018.Este estudo aborda a violência por parceiro íntimo (VPI) e sua associação com a qualidade de vida (QV) na população idosa. A VPI é definida por qualquer ato de agressão física, abuso psicológico, comportamento controlador e abuso econômico, ocorrido na relação íntima entre parceiros. A exposição desta violência pode desencadear impactos na saúde física, mental e nas relações sociais, que influenciam na perda de QV. Para idosos, a QV se define pela satisfação em quatro domínios: controle; autonomia, realização pessoal e prazer. Nesta tese se buscou-se investigar a prevalência da VPI e sua associação entre características sociodemográficas, condições de saúde e o nível de QV em mulheres e homens idosos. Para tanto, realizou-se estudo transversal de base populacional e domiciliar, parte da segunda onda do estudo longitudinal EpiFloripa Idoso que analisou idosos (>60 anos) residentes da área urbana de Florianópolis, Santa Catarina. A seleção da amostra ocorreu em dois estágios (setores censitários e domicílios). A VPI foi mensurada por meio do instrumento Conflict Tatics Scales Form R (CTS-1), adaptado transculturalmente para o português e a QV foi analisada pelo instrumento validado CASP-19 (Control, Autonomy, Self- Realization, Pleasure). As variáveis utilizadas foram: VPI (sofrida, perpetrada e bidirecional), QV (escore total; controle e autonomia; realização pessoal e prazer), sociodemográficas (sexo, idade, cor da pele, situação conjugal), econômicas (escolaridade, renda familiar), de condição de saúde (autopercepção em saúde, morbidades, déficit cognitivo, sintomas depressivos, dependência em atividades de vida diária). A população de estudo consistiu em 651 idosos, correspondente a 54,4% do total de entrevistados (n=1.197) na segunda onda do estudo EpiFloripa 2013/2014. A prevalência de sofrer VPI em homens foi alta (48,3%), tal como nas mulheres (46,4%). A maioria das agressões correspondeu à violência psicológica sofrida (44,8% e 44,5%) e perpetrada (48,3% e 44,8%), enquanto a violência física, sofrida (2,2% e 3,9%) e perpetrada (2,0% e 3,6%) ocorreu em proporções inferiores, em homens e mulheres respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos nas prevalências de VPI analisadas, mostrando uma simetria de gênero na ocorrência desta forma de violência. A violência bidirecional apresentou-se elevada em ambos os sexos, reforçando a perspectiva relacional da VPI. Encontrou-se associação entre perpetrar violência e autopercepção de saúde ruim/ muito ruim em homens. Nas mulheres, estar separada/ divorciada e ter autopercepção de saúde regular associou-se a perpetrar VPI. Ao analisar o impacto da VPI sobre a QV das pessoas idosas, as mulheres que perpetraram violência foram as mais afetadas, apresentando menores escores de QV (-3,15; IC95%: -4,84; -1,45), seguidas pelas envolvidas na violência bidirecional (-2,59; IC95%: -4,10; -1,09) e as que sofreram violência (-1,62; IC95%: -3,06; -0,17). As mulheres perpetradoras (-1,62; IC95%: -2,70; -0,55) e aquelas em situação de violência bidirecional (-1,36; IC95%: -2,41; -0,31), apresentaram menores escores de controle e autonomia, comparadas às mulheres não expostas à VPI. Os escores de realização pessoal e prazer foi menor para as idosas envolvidas em situações de violência, em qualquer direcionalidade. Nos homens, os escores totais de QV e seus domínios, permaneceram inalterados, quando vivenciaram situações de violência no relacionamento íntimo. Nesta tese, conclui-se que houve simetria de gênero na prevelância de VPI entre mulheres e homens idosos residentes em Florianópolis-SC, sendo que ambos podem sofrer, perpetrar ou estar em situação de violência bidirecional. Porém, ao analisar-se os efeitos desta violência em ambos os sexos, verifica-se que somente as mulheres tiveram sua QV comprometida devido à violência no relacionamento, enquanto os homens não foram afetados.Abstract : This study addresses intimate partner violence (IPV) and its association to quality of life (QOL) in the elderly population. IPV is defined by any act of physical aggression, psychological abuse, controlling behavior, and economic abuse, occurring in the intimate relationship between partners. The exposure of this violence can trigger impacts on physical, mental and social health, which influence the loss of QoL. For the elderly, QOL is defined by satisfaction in four domains: control; autonomy, self-realization and pleasure. In this thesis, we sought to investigate the prevalence of IPV and its association between sociodemographic characteristics, health conditions and QOL level in elderly women and men. For that, a cross-sectional study was carried out with a population-based and domiciliary basis, part of the second wave of the longitudinal EpiFloripa Idoso study that analyzed elderly (> 60 years) residents of the urban area of Florianópolis, Santa Catarina. The selection of the sample occurred in two stages (census tracts and households). The IPV was measured using the Conflict Tatics Scales Form R (CTS-1) instrument, transculturally adapted to Portuguese and the QV was measured by the validated instrument CASP-19 (Control, Autonomy, Self-Realization, Pleasure). The variables used were: IPV (suffered, perpetrated and bidirectional), QV (total score, control and autonomy, self-realization and pleasure), sociodemographic (sex, age, skin color, marital status), health status (self-perception in health, morbidities, cognitive deficit, depressive symptoms, dependence on activities of daily living). The study population consisted of 651 elderly people, corresponding to 54.4% of the total interviewees (n = 1,197) in the second wave of the EpiFloripa 2013/2014 study. The prevalence of IPV in men was high (48.3%), as in women (46.4%). Most of the aggressions corresponded to the psychological violence suffered (44.8% and 44.5%) and perpetrated (48.3% and 44.8%), while physical violence suffered (2.2% and 3.9%) and perpetrated (2.0% and 3.6%) occurred in lower proportions, in men and women respectively. There was no statistically significant difference between the sexes in the prevalences of IPV analyzed, showing a gender symmetry in the occurrence of this form of violence. Bidirectional violence was high in both sexes, reinforcing the relational perspective of IPV. There was an association between perpetrating violence and self-perception of health poor / very poor in men. In women, being separated / divorced and having regular self-perception of health was associated with perpetrating IPV. When analyzing the impact of IPV on the QoL of the elderly, women who committed violence were the most affected (-3.15, 95% CI: -4.84, -1.45), followed by those involved in bidirectional violence, (-2,59; IC95%: -4,10; -1,09) and those who suffered violence (-1.62, 95% CI: -3.06, -0.17). and those in situations of bidirectional violence (-1.36; 95% CI: -2.41; -0.31). The women perpetrators (-1.62, 95% CI: -2.70, -0.55) and those in situations of bidirectional violence (-1.36, 95% CI: -2.41, -0.31) presented lower control scores and autonomy, compared to women not exposed to IPV. Self-realization and pleasure was lower for the elderly women involved in situations of violence, in any directionality. In the men, total QOL scores and their domains remained unchanged when they experienced situations of intimate relationship violence. In this thesis, we conclude that there was gender symmetry in the prevalence of IPV among elderly women and men living in Florianópolis SC, both of which may suffer, perpetrate or be in bidirectional violence. However, when analyzing the effects of this violence in both sexes, it is verified that only the women had their QoL compromised due to the violence in the relationship, while the men were not affected.Coelho, Elza Berger SalemaLindner, Sheila RubiaUniversidade Federal de Santa CatarinaWarmling, Deise2019-07-25T12:13:57Z2019-07-25T12:13:57Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis232 p.| il., tabs.application/pdf357047https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/198859porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-07-25T12:13:57Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/198859Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-07-25T12:13:57Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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