Asma grave: características clínicas e inflamatórias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Cristiane Cinara
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215310
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2019.
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spelling Asma grave: características clínicas e inflamatóriasCiências médicasAsmaEscarroInflamaçãoQualidade de vidaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2019.Introdução: A asma grave é uma doença complexa, multifatorial e heterogênea que constitui um importante problema mundial de saúde por estar associada à elevada morbidade e ser responsável por grande parte dos custos do sistema de saúde relacionados à asma. Objetivo: Caracterizar asma grave de pacientes adultos sob a perspectiva clínica e inflamatória local e sistêmica comparando-os com portadores de asma moderada. Métodos: Estudo transversal consistindo de uma única visita realizada no Núcleo de Pesquisa em Asma e Inflamação das Vias Aéreas, Hospital Universitário, Universidade Federal de Santa Catarina (NUPAIVA/HU/UFSC). Foram incluídos consecutivamente asmáticos adultos em tratamento ambulatorial. Foram considerados como portadores de asma grave os pacientes recebendo tratamento das etapas IV e V da GINA e que atenderam aos critérios diagnósticos de asma grave da força tarefa da ERS/ATS. Também foram incluídos pacientes com asma moderada (em tratamento na etapa III da GINA). Os marcadores inflamatórios foram avaliados no escarro (eosinófilos e neutrófilos) e no sangue (eosinófilos, fibrinogênio e PCRas). A qualidade de vida foi estabelecida pelo questionário doença-específico AQLQ(S) e o nível de controle da asma foi definido pelo ACQ6. Resultados: Cento e seis pacientes com asma moderada (n=55) ou grave (n=51) participaram do presente estudo. Comparados com portadores de asma moderada, uma proporção significativamente maior de participantes com asma grave relatou internação hospitalar anterior (78,4 vs. 25,5%, p<0,001) e em UTI (25,5 vs. 7,3%, p=0,01). Participantes com asma grave apresentaram maior comprometimento da função pulmonar [média e IC de 95% do VEF1 pré-BD% 70,4 (65,5- 75,3) vs. 54,6 (48,4-60,7), p<0,001 e VEF1/CVF pré-BD% 0,67 (0,64-0,70) vs. 0,59 (0,55-0,62), p<0,001], tiveram IMC mais elevado [média e IC de 95% do IMC kg/m2 27,1 (25,7-28,5) vs. 30,2 (28,2-32,1),p=0,01] e pior controle da asma [média e IC 95%: 1,9 (1,6?2,3) vs. 1,2 (1,5-2,3), p=0,001, respectivamente]. Adicionalmente os participantes com asma grave tiveram maior prevalência de comorbidades relacionadas ao tratamento da asma incluindo osteoporose (13,7 vs. 1,8%, p=0,02) e cataratas (17,3 vs. 5,5%, p=0,05). A proporção de asma eosinofílica (43,5 vs. 44,9%, p=0,1) e de asma neutrofílica (45,7 vs. 30,6% p=0,1) foi similar entre os dois grupos do estudo (asma grave e asma moderada, respectivamente). Os níveis de PCRas [média e IC 95%: 4,2 (2,5?6,0) mg/L vs. 13,0 (0,4?26,0) mg/L, p=0,06] foram similares entre os dois grupos do estudo ao contrário dos níveis de fibrinogênio plasmático [média e IC 95%: 261 (247?276) mg/dl vs. 304 (282?326) mg/dl, p=0,001]. Houve correlação significativa entre eosinófilos no escarro e eosinófilos no sangue (rs=751, p<0,001). Entretanto a análise por regressão logística, mostrou que a eosinofilia no escarro explicou apenas 35% da variabilidade dos eosinófilos no sangue (r2=0,35; p<0,001). Não houve associação entre fibrinogênio e eosinófilos ou neutrófilos no escarro induzido, tanto no grupo total de asmáticos quanto nos subgrupos asma moderada e asma grave. Os níveis de fibrinogênio sérico também não estiveram associados ao IMC e parâmetros funcionais. O mesmo foi observado em relação a PCRas. Entretanto houve uma correlação fraca, porém significativa do fibrinogênio com a idade do participante (rs=0,222, p=0,02). Em contraste, a correlação entre PCRas e idade foi mais forte e significativa (rs=0,459, p<0,001). A análise da qualidade de vida mostrou que os portadores de asma grave sofreram maior impacto da doença [escore total AQLQ(S)=4,5; p=0,02] e que este foi predominantemente associado ao controle da asma (r2=0,628; p<0,001). Conclusões: Pacientes com asma grave apresentam níveis significativamente mais elevados de fibrinogênio plasmático do que aqueles com asma moderada. No geral e entre os grupos de pacientes com asma grave e asma moderada, não houve associação entre os marcadores de inflamação sistêmica com a celularidade do escarro. Portadores de asma grave têm maior impacto da asma na qualidade de vida do que portadores de asma moderada o que em grande parte pode ser explicado pela falta de controle da asma. As características clínicas e funcionais de pacientes com asma grave diferem significativamente daqueles com asma moderada, no entanto, essa diferença não foi constatada no padrão inflamatório no escarro induzido e no sangue.<br>Abstract : Introduction: Severe asthma is a complex, multifactorial and heterogeneous disease. It is an important global health problem and it is associated with high morbidity and responds for a large part of the costs of the health system related to asthma. Objective: To characterize severe asthma in adult patients from a clinical and local and systemic inflammatory perspective, comparing them with patients with moderate asthma. Methods: A cross-sectional study consisting of a single visit to the Asthma and Respiratory Tract Inflammation Research Center, University Hospital, Federal University at Santa Catarina (NUPAIVA/HU/UFSC). Asthmatic adults were consecutively included in outpatient treatment. Patients receiving treatment for GINA stage IV and V and with the diagnostic criteria for severe asthma by the ERS/ATS task force were considered as having severe asthma. Also were included patients with moderate asthma (receiving GINA treatment stage III). Inflammatory markers were measured in the sputum (eosinophils and neutrophils) and in the blood (eosinophils, fibrinogen and hsCPR). Quality of life was determinated by the disease-specific questionnaire AQLQ(S) and the level of asthma control was defined by ACQ6. Results: One hundred six patients with moderate (n=55) or severe (n=51) asthma participated in the present study. A significantly higher proportion of participants with severe asthma reported previous hospital admission (78.4 vs. 25.5%, p<0.001) and at ICU (25.5 vs. 7.3%, p=0.01). Participants with severe asthma presented greater impairment of lung function [mean and 95% CI of FEV1% pre-BD 70.4 (65.5-75.3) vs. 54.6 (48.4-60.7), p<0.001 and FEV1/FVC% pre-BD 0.67 (0.64-0.70) vs. 0.59 (0.55-0.62), p<0.001], had higher BMI [mean and CI 95% of BMI kg/m2 27.1 (25.7-28.5) vs. 30.2 (28.2-32.1), p=0.01) and worse control of asthma [mean and CI 95%: 1.9 (1.6-2.3) vs. 1.2 (1.5-2.3), p=0.001, respectively]. Additionally, participants with severe asthma had a higher prevalence of comorbidities related to asthma treatment including osteoporosis (13.7 vs. 1.8%, p=0.02) and cataracts (17.3 vs. 5.5%, p=0.05). The proportion of eosinophilic asthma (43.5 vs. 44.9%, p=0.1) and neutrophilic asthma (45.7 vs. 30.6% p=0.1) was similar between the two study groups (severe asthma and moderate asthma, respectively). The levels of hsCRP [mean and 95% CI: 4.2 (2.5- 6.0)mg/L vs. 13.0 (0.4-26.0)mg/L, p=0.06] were similar between the two study groups insted to plasma fibrinogen levels [mean and 95% CI: 261 (247-276)mg/dl vs. 304 (282-326)mg/dl, p=0.001]. There was a significant correlation between sputum eosinophils and blood eosinophils (rs=751, p<0.001). However, logistic regression analysis showed that sputum eosinophilia explained only 35% of blood eosinophil variability (r2=0.35, p<0.001). There was no association between fibrinogen and eosinophils or neutrophils in the induced sputum, both in the total asthmatic group and in the subgroups moderate asthma and severe asthma. Serum fibrinogen levels were also not associated with BMI and functional parameters. Same situation was observed about the hsCRP. However, there was a weak but significant correlation of fibrinogen with the age of the participant (rs=0.222, p=0.02). In contrast, the correlation between hsCRP and age was stronger and significant (rs=0.459, p<0.001). Quality of life analysis showed that patients with severe asthma had a greater impact at the disease [total score AQLQ(S)=4.5; p=0.02] and that this was predominantly associated with asthma control (r2=0.628, p<0.001). Conclusions: Patients with severe asthma have significantly higher levels of plasma fibrinogen than those with moderate asthma. In general and among the groups of patients with severe asthma and moderate asthma, there was no association between the markers of systemic inflammation and sputum cellularity. Patients with severe asthma have a greater impact of asthma on quality of life than those with moderate asthma, which can largely be explained by the lack of asthma control. The clinical and functional characteristics of patients with severe asthma differ significantly from those with moderate asthma; however, this difference was not found at the inflammatory pattern in the induced sputum and in the blood.Pizzichini, EmilioPizzichini, Marcia Margaret MenezesUniversidade Federal de Santa CatarinaRocha, Cristiane Cinara2020-10-21T21:15:18Z2020-10-21T21:15:18Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis124 p. | il., gráfs., tabs.application/pdf361563https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215310porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:15:18Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/215310Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:15:18Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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