Usos linguísticos de lésbicas e de gays: questões de identidade e estilo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Ana Beatriz Oliveira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216006
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2020.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaRibeiro, Ana Beatriz OliveiraGörski, Edair MariaValle, Carla Regina Martins2020-10-21T21:24:35Z2020-10-21T21:24:35Z2020370298https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216006Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2020.Os estudos variacionistas de terceira onda (ECKERT, 2012, 2016) se instauram no âmbito da pós-modernidade ? que tem por marca a fluidez dos sujeitos (RAMPTON, 2006) ? e apresentam uma abordagem diferenciada, em que a) o significado social das variáveis é priorizado e redimensionado, propondo que os sujeitos e suas práticas discursivas sejam deslocados das margens e situados como locus de análise; b) inverte-se a perspectiva da variação como reflexo do lugar social, para a variação como recurso para a construção de significado social; c) as metodologias emergem das práticas estilísticas em que os sujeitos estão envolvidos. Assim, as metodologias não devem ser tomadas como fixas e não podem ser apenas replicadas sem uma relativização acerca da multiplicidade dos sujeitos e das singularidades de cada pesquisa. No Brasil, destacam-se os estudos sobre fala de homens gays, como o de Mendes (2012) e o de Santana (2018). Dada à relativa escassez de estudos que focalizem e reflitam sobre a fala de lésbicas e gays, especificamente e conjuntamente, este trabalho se justifica por trazer à tona essas discussões, buscando investigar as percepções dos sujeitos de pesquisa acerca da(s) possível(is) identidade(s) lésbica(s) e gay(s) e também acerca da fala como marcador dessa(s) identidade(s), bem como se há e quais seriam os usos linguísticos associados a lésbicas e gays. Nossa amostra é constituída a partir de quatro entrevistas realizadas em duplas com um total de oito sujeitos (quatro mulheres autodeclaradas lésbicas e quatro homens autodeclarados gays), selecionados de acordo com os seguintes critérios: ser natural do Rio Grande do Sul, com faixa etária entre 20 e 40 anos e nível de escolaridade entre superior incompleto e completo. Para gerar material e analisar os usos linguísticos desse grupo, propomos um instrumental metodológico para a composição do nosso corpus de análise, levando em conta: interação, intimidade e informalidade. O conteúdo das entrevistas é analisado de forma qualitativa e discutido à luz dos objetivos norteadores e de pressupostos teóricos de estudos de terceira onda, identidade, gênero e sexualidade. Ao longo da análise, pudemos observar que: i) nossos sujeitos de pesquisa possuem a percepção de que não há apenas uma identidade relacionada a lésbicas e gays, o que aponta para a existência de uma pluralidade de identidade(s); ii) a maioria das duplas apontou que se sentem confortáveis para demonstrar sua(s) identidade(s) perto de outros sujeitos LGBT ou de pessoas com as quais eles tenham bastante intimidade e em lugares conhecidos ou LGBT friendly; iii) todos eles consideram que a fala pode funcionar como um marcador de estilo e identidade(s) lésbica(s) e gay(s); iv) e todos os sujeitos de pesquisa concordam com a existência de usos linguísticos característicos de lésbicas e gays.Abstract: Third wave variationist studies (ECKERT, 2012, 2016) are established in the context of postmodernity - which is characterized by the fluidity of subjects (RAMPTON, 2006) - and presents a differentiated approach, in which a) the social meaning of variables are prioritized and resized, proposing that the subjects and their discursive practices be moved from the margins and placed as locus of analysis; b) the perspective of variation is reversed as a reflection of the social place, for variation as a resource for the social meaning construction; c) the methodologies emerge from the stylistic practices in which the subjects are involved. Thus, the methodologies should not be taken for granted and cannot be replicated without relativizing the multiplicity of subjects and the singularities of each research. In Brazil, studies as it concerns the speech of gay men, such as Mendes (2012) and Santana (2018), stand out. Given the relative scarcity of studies that focus and reflect on lesbians and gays speech, specifically and jointly, this work is justified for bringing up these discussions, seeking to investigate the perceptions of our research subjects about the possible lesbian (s) and gay identity (ies) and also in relation to speech as a marker of this (these) identity (ies), whether there are linguistic uses and what they would be associated with lesbians and gays. Our sample includes four interviews with a total of eight subjects (four self-declared lesbian women and four self-declared gay men), selected according to the following criteria: being a native person from the state of Rio Grande do Sul, aged between 20 and 40 years old and possessing an educational graduation degree or not. To generate material and analyze the linguistic uses of this group, we propose a methodological tool for the composition of our analysis corpus, taking into account: interaction, intimacy and informality. The interviews content is analyzed in a qualitative way and discussed in the light of the guiding objectives and theoretical assumptions of third wave studies, identity, gender and sexuality. Throughout the analysis, we could observe that: i) our research subjects have the perception that there is not only one identity related to lesbians and gays, which points to the existence of a plurality of identity (ies); ii) the majority of the pairs pointed out that they feel comfortable to demonstrate their identity (ies) close to other LGBT subjects or people with whom they have a lot of intimacy and familiarity or LGBT friendly places; iii) all research subjects consider that speech can act as a marker of lesbian and gay style and identity (ies); iv) and all research subjects agree on the existence of linguistic uses characteristic of lesbians and gays.157 p.| il.porLinguísticaLésbicasHomossexuaisIdentidade socialSociolinguísticaUsos linguísticos de lésbicas e de gays: questões de identidade e estiloinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPLLG0802-D.pdfPLLG0802-D.pdfapplication/pdf2766257https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/216006/-1/PLLG0802-D.pdf2413e6886f1e91a69c536899d85006c3MD5-1123456789/2160062020-10-21 18:24:35.42oai:repositorio.ufsc.br:123456789/216006Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:24:35Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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