Entre grades e cadeados: a condição psicossocial do agente penitenciário em exercício na mesorregião da Grande Florianópolis
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132743 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014. |
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Entre grades e cadeados: a condição psicossocial do agente penitenciário em exercício na mesorregião da Grande FlorianópolisPsicologiaAgentes penitenciáriosSaúde mentalAspectos psicológicosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014.O sistema prisional brasileiro atravessa uma crise histórica, considerando sua baixa competência em cumprir com seu ideal: reintegrar o sujeito que cometeu um ato julgado como legalmente desviante. Neste sistema encontra-se o agente penitenciário que ocupa o espaço hierárquico entre a direção das instituições prisionais e seus detentos. O cotidiano de um agente penitenciário envolve situações interacionais peculiares em um ambiente permeado pela violência. Neste sentido, esta pesquisa objetivou investigar a condição psicossocial do agente penitenciário em exercício na Mesorregião da Grande Florianópolis. Para tal, foram entrevistados quinze agentes penitenciários de duas instituições prisionais, uma de mínima segurança e uma de máxima segurança. A coleta dos dados se deu a partir dos instrumentos WHOQOL-100 e SQR (SRQ-A e SRQ-20) e de uma entrevista semiestruturada.. Os resultados apontam para os fatores de risco no tocante à instituição - as relações institucionais, hierárquicas e condição física da unidade prisional; fatores de risco relacionados ao cotidiano - aquisição de comportamentos, salário, estigmas e opinião de familiares e amigos e por fim, os fatores de risco vinculados à violência - rebeliões de presos, morte e danos a integridade física. Tratando-se dos fatores de proteção, os resultados mostram fatores institucionais ? capacitação profissional, relacionamento interpessoal com colegas, forma de relacionar-se com presos e rotina, referindo-se ao tempo de carreira. Aos fatores de proteção de âmbito social, apontam-se o histórico de familiar ou amigo na carreira, a reação familiar positiva à carreira pública e a estabilidade profissional. O cuidado com a saúde e a moral surgem nos resultados como fatores de proteção de caráter subjetivo. Acerca das formas de enfrentamento, destaca-se as evitativas - não declarar a proteção, portar arma de fogo e evitar lugares e situações; também as de distração - atividades para se desligar da profissão, como o lazer e as práticas religiosas e, por fim, as previdentes ? julgar ambientes e pessoas e considerar deixar a profissão. O sistema prisional expõe todos à vulnerabilidade: presos, agentes penitenciários ea sociedade. Esta sociedade frequentemente nega a existência deste sistema, o invisibiliza. O agente penitenciário surge como um coadjuvante, secundariamente citado em pesquisas cientificas e estigmatizado socialmente. Os resultados dessa pesquisa indicam que pertencer a esta profissão constitui um fator de risco, gerador de impactos em todos os âmbitos de sua condição psicossocial.<br>Abstract : The Brazilian prison system crosses a historical crisis, considering its low ability in fulfilling with its ideal: to reintegrate the citizen that committed an act considered as legally deviant. In this system, there is the penitentiary worker, who occupies the hierarchic space between the direction of the prison institutions and its prisoners. The daily routine of a penitentiary worker involves peculiar interactional situations in an environment permeated by violence. In this sense, the objective of this research is to investigate the psychosocial condition of the penitentiary worker acting in the Mesoregion of Great Florianópolis. Therefore, fifteen penitentiary workers of two prison institutions, one of minimum security and one of maximum security, have been interviewed. The collection of data was through the WHOQOL-100 and SQR (SRQ-A and SRQ-20) instruments and through a semi-structured interview. Results point to factors of risk related to the institution - the institutional and hierarchic relations and the physical condition of the prison unit; factors of risk related to daily life - acquisition of behaviors, wage, stigma, and family and friends' opinions; and, finally, factors of risk related to violence - prisoner rebellions, death, and damages to their physical integrity. Regarding the factors of protection, results point to institutional factors - professional qualification, interpersonal relationship with colleagues, formsof becoming related with prisoners, and routine (referring to time of career). Regarding the factors of protection of social scope, the history of family or friend in the career, the family positive reaction to the public career, and the professional stability are listed. The care with health and the moral appear in the results as factors of protection of subjective character. Concerning the forms of confrontation, the avoidance ones - not to declare the protection, to carry firearm and to avoid places and situations; the distraction ones - activities to disconnect from the profession, as leisure and religious practical; and, finally, the prospective ones - to judge environments and people and to consider leaving the profession are highlighted. The prison system exposes everyone to vulnerability: prisoners, penitentiary workers, and society. Our society frequently denies the existence of this system, making it invisible. The penitentiary worker appears as a coadjuvant, cited only secondarily in scientific researches and being socially stigmatized. The results of this researchindicate that belonging to this profession constitutes a factor of risk, affecting every sphere of one's psychosocial condition.Borges, Lucienne MartinsUniversidade Federal de Santa CatarinaScartazzini, Leticia2015-05-12T04:02:12Z2015-05-12T04:02:12Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis130 p.| il., tabs., grafs.application/pdf333155https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132743porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-03-07T19:02:20Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/132743Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732016-03-07T19:02:20Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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