Dinâmica de um sistema sócio-ecológico na Ilha de Santa Catarina e percepções sobre mudanças no tempo e no clima
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189159 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2017. |
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Dinâmica de um sistema sócio-ecológico na Ilha de Santa Catarina e percepções sobre mudanças no tempo e no climaEcologiaMudanças climáticasDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2017.As mudanças climáticas, crises políticas e incertezas na economia em diferentes escalas podem levar à mudanças e ao eventual colapso de sistemas naturais e humanos. O conhecimento ecológico local possibilita captar os elementos chave que podem estar relacionados à resiliência do sistema, a qual pode ser definida como a capacidade de um sistema de absorver impactos antes de mudar para um estado alternativo de configuração e funcionamento. No caso de sistemas ecológicos, estados alternativos podem ocorrer a partir de perturbações graduais que causem perda da resiliência, por distúrbios extremos que excedam a resiliência do sistema, ou pela combinação dos dois casos. Por outro lado, a dinâmica de sistemas sócio-ecológicos (SSE) envolve interações não só entre elementos naturais presentes num determinado local, mas também com o ser humano e suas formas de vida. Para caracterizar a dinâmica de uma comunidade de pescadores artesanais e sua interação com mudanças ambientais e socioeconômicas que vêm ocorrendo nas últimas décadas, o objetivo do Capítulo 1 foi utilizar o modelo conceitual de SSE para estudar a comunidade da Costa da Lagoa (CL), estabelecida na costa oeste da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, SC. Esta lagoa compõe um estuário conectado ao oceano através de um canal permanentemente aberto. As alterações mais evidentes devem-se ao desenvolvimento da atividade turística e da pressão na paisagem associada. No entanto, investigaram-se quais outras mudanças econômicas, ecológicas, sociais, estruturais ocorreram nos últimos trinta anos e como estas variáveis poderiam alterar o estado de funcionamento do SSE. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas (N=15) com informantes chave, além de uma ferramenta participativa (N=9 participantes) (listagem das mudanças, linha do tempo e quadro histórico). Complementando as informações obtidas junto aos colaboradores, foram utilizadas séries temporais da cotação do Dólar americano, da população em diferentes escalas espaciais e do número de turistas que visitam mensalmente a CL desde 2013 para avaliar a tendência de mudança percebida pelos moradores. As inovações (e.g., energia elétrica, facilidade de acesso) parecem ter um efeito cascata na geração de novas mudanças, como os crescimentos econômico e populacional. Mesmo assim, a CL mantém sua identidade pelo CEL (conhecimento ecológico local) e pelas práticas tradicionais que permanecem presentes, como a pesca artesanal. Entretanto, as mudanças graduais podem diminuir a resiliência do SSE, pois refletem negativamente na provisão dos recursos pesqueiros e hídricos na região e aumentam a vulnerabilidade frente a dependência de sistemas externos (e.g. necessidade de importação de recursos pesqueiros). Da mesma forma, comunidades em áreas mais vulneráveis percebem as mudanças climáticas ao longo da vida e dão sentido prático ao que é percebido. O conhecimento local a respeito das mudanças climáticas em comunidades costeiras pode aumentar sua capacidade adaptativa e complementar o conhecimento científico sobre a complexidade de SSE. Os efeitos das mudanças climáticas atingem os sistemas socioeconômico e ecológico e trazem prejuízos à qualidade de vida das populações atingidas. Como vários estudos têm detectado mudanças nos regimes de temperatura e precipitação na América do Sul nas últimas décadas, estratégias para lidar e se adaptar são urgentes em muitos níveis e escalas. Neste contexto, o Capítulo 2 tem por objetivo entender como os residentes na CL percebem as mudanças climáticas e os seus efeitos no ambiente. Foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com informantes chave (N=18) e com residentes com mais de 40 anos (N=54, 35 homens e 19 mulheres) e mais um workshop (N=9 participantes, 5 mulheres e 4 homens) (quadro histórico) para registrar a percepção da comunidade. As percepções foram comparadas com as tendências em índices de extremos meteorológicos de temperatura e precipitação desde 1980. As percepções se baseiam, de forma geral, em observações indiretas, como diferenças nos tipos de roupas usadas no passado e no presente e em observações das respostas hidrológicas da paisagem. Nossas análises mostram que a comunidade percebe aumento na temperatura em concordância com a tendência nos extremos de temperatura. Entretanto, não houve concordância a respeito da precipitação. As variações no clima não parecem ter grande importância para a comunidade, pois as condições econômicas e de infraestrutura são suficientes para absorverem as mudanças e as tornarem insignificantes. Junto a isso, as mudanças que ocorreram no SSE da Costa da Lagoa influenciaram a percepção à respeito da precipitação. O aumento da Floresta Atlântica levou à diminuição do escoamento superficial dando a impressão de que diminuiu a quantidade de chuva. Dessa forma, a desconexão das pessoas com as atividades ligadas a terra interfere na percepção e no conhecimento tradicional. Por fim, a acurácia da percepção nas tendências climáticas é um indicativo do aprendizado e memória e do nível de conexão da comunidade com os ecossistemas. A intensa pressão externa dos extremos meteorológicos e do sistema econômico fazem urgente a gestão integrada de SSE em áreas mais vulneráveis. Este esforço de gestão deve priorizar os interesses locais, levar em consideração a percepção e as necessidades da comunidade, assim como respeitar as práticas culturais locais que conferem resiliência ao sistema.Hirota, MarinaHanazaki, NatáliaUniversidade Federal de Santa CatarinaCure, Marcio Baldissera2018-08-18T04:03:00Z2018-08-18T04:03:00Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis121 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf353446https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189159engreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-08-18T04:03:01Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/189159Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-08-18T04:03:01Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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