No longo traço que fabula mundos: poéticas da paisagem em escritas como experiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Michele Fernandes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/230899
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2021.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaGonçalves, Michele FernandesGuimarães, Leandro Belinaso2022-02-14T13:29:14Z2022-02-14T13:29:14Z2021374125https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/230899Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2021.Este trabalho empenha um conjunto de esforços. O primeiro é o de se constituir como experiência e fabulação, o que o faz compor-se tanto do desejo de exercer uma função fabuladora quanto da tarefa de produzir a experiência no ato mesmo que o coloca em palavras. Para dar contorno a esse desejo e a essa tarefa, cria-se uma peça ficcional composta por uma personagem e alguns materiais com os quais ela se acopla ao longo de uma série de cenas em que estão colocadas, por meio de sua voz, algumas questões. O segundo esforço é o de problematizar, partindo dos conceitos de experiência e fabulação, a subjetivação patriarcal-ocidental-moderna-neoliberal que, aqui se considera, produz um tipo de pobreza de experiência no corpo e na palavra ao impor ao ?mundo? uma série de ?separações fundamentais?, a mais problemática delas, a divisão sujeito-objeto. Para alicerçar essa problematização, apoia-se na articulação entre os pensamentos de Walter Benjamin, Michel Foucault e Gilles Deleuze, bem como na de um grupo reduzido de outros autores. O terceiro esforço é o de questionar o funcionamento dessa divisão, tanto nos modos de pensar, ver, fazer, perceber, sentir e dizer que conformam essa subjetivação quanto na sua necessidade de delinear um ?sujeito da consciência? para a experiência, principalmente no tocante ao campo da Educação. O quarto e último esforço é o de permitir nascer e dar consistência ao que se nomeia escrita como experiência, a qual, para o que se deseja defender, estabelece suas bases na fabulação e na relação imanente corpo-vida-mundo(s). Para concretizar essa investida, realiza-se uma articulação teórico-conceitual que coloca em jogo a matéria sobre a qual o trabalho se debruça, a escrita, mesclando-se a ela imagens de pensamento que se deslocam por entre literatura e filosofia e às quais se classifica como da paisagem ou na paisagem, considerando esta última como vetor de força a integrar corpo e pensamento. Argumenta-se que as distâncias entre as coisas são produzidas, sobretudo, na linguagem, especificamente na palavra, de maneira que sua cisão precisa realizar-se também nela, principalmente na escrita que a faz perdurar. E defende-se, por fim, que a relação corpo-vida-mundo(s) se delineia pela interligação entre uma estética da palavra, uma poética da paisagem, uma ética da experiência e uma política da escrita. A primeira está arquitetada no uso da palavra e da vida a partir de um lugar preposicional e da alteridade radical comportada na fusão eu-Outro e representada pelo pronome \"nós\", bem como na dobra do sujeito sobre si mesmo e em direção ao fora de si. A segunda se esboça na implicação entre corpo, palavra e meio. A terceira é pautada na dissolução entre sujeito, linguagem e paisagem. E a última se desenha na afirmação de que o longo traço que fabula e escreve mundos é aquele a percorrer e conectar as distâncias entre o ver e o tocar, o pensar e o sentir e os tantos outros ?polos opostos? que possamos eleger, sendo um espaço de disputas, fissuras, potências, resistências, sensibilidades e pulsações ?daquilo que existe?.Abstract: This work involves a set of efforts. The first is to be itself an experience and a fabulation, which comprises both the desire of exercising a fabulating function and the effort to produce the experience in the very act of giving it existence, that is, putting the work into words. To outline these intentions, a fictional piece composed by a character and some material to which she couples herself along a series of scenes in which a few questions are raised through her voice is created. The second effort is the one of problematizing, through the concepts of experience and fabulation, the patriarchal-western-modern-neoliberal subjectivation, here considered the responsible for a type of poverty of experience in both body and word by imposing to the \"world\" a series of ?fundamental separations? on which the most problematic one is the subject-object division. To support this, an intermingling of Walter Benjamin, Michel Foucault, and Gilles Deleuze thoughts, as well as of a small group of other authors, is proposed. The third effort is to question the functioning of this subject-object division in the ways of thinking, seeing, doing, perceiving, feeling, and saying that shape this subjectivation and in its necessity on delineating a ?subject of conscience? for the experience, mainly when regarding the Education field. The fourth and last effort is to allow the birth and the consistency gain of what is hence called writing as an experience, which is based on fabulation and the body-life-world(s) immanent relation. To materialize this, a theoretical-conceptual articulation that places on the line the matter of the work, namely the writing, is asserted, mixing it with images of thought moving between literature and philosophy and classified as of landscape or in the landscape, considering the latter as a force vector integrating body and thought. It is argued that the distances between things are produced in language and, specifically, in words, so that its demerger needs also to take place in it, especially in the writing that makes it last. Finally, it is defended that the body-life-world(s) relation is shaped by the interconnection between an aesthetics of the word, a poetics of landscape, an ethics of experience, and a politics of writing. The first is supported in the use of both word and life from a prepositional place and radical alterity comprised in the I-Other fusion and represented by the \"we\" pronoun, as well as in the folding of the subject over itself and towards the outside. The second is outlined in the implication between body, word, and medium. The third is based on the dissolution between subject, language, and landscape. And the last draws itself towards the statement that the long line that fabulates (and writes) worlds is the one to cover and connect the distances between seeing and touching, thinking and feeling, and the many other \"opposite poles\" we can find, being a place of disputes, fissures, powers, resistances, sensibilities, and the beats ?of what exists.?349 p.| il.porEducaçãoComunicação escritaExperiênciaNo longo traço que fabula mundos: poéticas da paisagem em escritas como experiênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPEED1609-T.pdfPEED1609-T.pdfapplication/pdf18280111https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/230899/-1/PEED1609-T.pdfb9cf6c49dd89b24dbda0bcbbe9160d83MD5-1123456789/2308992022-02-14 10:29:14.239oai:repositorio.ufsc.br:123456789/230899Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-02-14T13:29:14Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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