"Me agrediu de várias formas, só não me bateu": um estudo de representações sociais sobre a violência para pessoas em sofrimento psíquico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vitali, Marieli Mezari
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/234574
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2021.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaVitali, Marieli MezariGiacomozzi, Andréia IsabelBousfield, Andréa Barbará da Silva2022-05-19T14:41:13Z2022-05-19T14:41:13Z2021375843https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/234574Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2021.A violência é um fenômeno global e multifacetado. No âmbito da saúde mental surge desde a institucionalização dos considerados loucos e, apesar do processo de desinstitucionalização, as violências contra esse grupo assumem novas roupagens na sociedade atual. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo compreender as representações sociais da violência para pessoas em sofrimento psíquico que frequentam um Centro de Atenção Psicossocial. A fim de investigar este fenômeno, foram realizados dois estudos qualitativos e descritivos, uma revisão integrativa e um levantamento de dados. Estes dois estudos subdividiram-se em 3 artigos que compõem a dissertação e respondem aos objetivos propostos. A revisão integrativa foi realizada nas bases de dados SciELO, LILACS, PePSIC, SCOPUS e Web of Science com as palavras-chave transtornos mentais AND violência, loucura AND violência, e sofrimento psíquico AND violência, e suas traduções para o inglês. Foram inseridos no estudo 41 artigos que contemplavam a violência sofrida ou dirigida a pessoas em sofrimento psíquico, entre os anos de 2010 e 2020. O estudo de levantamento de dados foi realizado com 20 usuários de um Centro de Atenção Psicossocial do sul catarinense, por meio de entrevista semiestruturada e questionário sociodemográfico. Ambos os estudos foram analisados por análise de conteúdo do tipo categorial, com auxílio do programa Atlas.ti versão 9 e, no estudo de levantamento de dados, também foi realizada a análise estatística descritiva básica com o programa Jamovi 1.2.27. No artigo 1, a análise de estudos realizados em diferentes localidades possibilitou verificar experiências de violências criminais, psicológicas, físicas, sexuais, interpessoais, estruturais, de privação ou negligência, autoinfligida, econômica, institucional e simbólica pelos indivíduos em sofrimento psíquico. Essas experiências estiveram relacionadas a fatores sociodemográficos, clínicos e psicossociais e envolvem diferentes atores sociais e espaços que estes indivíduos frequentam. Estes resultados estão em consonância com os dados do artigo 2, que investigou as experiências de violência dos participantes, que compreende experiências relacionadas ou não ao diagnóstico de saúde mental. Quanto às experiências relativas ao diagnóstico de saúde mental, os participantes indicam violências verbais, de exclusão, preconceito/discriminação, psicológica, uso de poder, privação/negligência, autoinfligida, física, institucional, ameaça e simbólica. Diante desta pluralidade, elas surgem em diferentes espaços e em diferentes relações interpessoais. As múltiplas experiências de violências dos participantes ancoram as representações sociais da violência para os participantes, tema do artigo 3. As dimensões das representações sociais envolvem informações relativas à conceituação do fenômeno, tipologias, origens, formas de proteção e resolução, e associações com saúde mental. A dimensão atitude frente a violência é predominantemente desfavorável; e a dimensão imagem se relaciona com o processo de objetificação e contempla locais e espaços, formas de violência, relações, e pessoas que perpetram ou que sofreram com tal fenômeno. Diante dos estudos realizados foi possível identificar que os estereótipos sociais acerca do sofrimento psíquico interferem nas relações estabelecidas com esses indivíduos, e são marcadas pela exclusão e práticas violentas. Essas relações influenciam nas representações sociais compartilhadas entre os participantes sobre violência, que são múltiplas, assim como suas experiências com o fenômeno. No entanto, as violências dirigidas a esses indivíduos estão associadas ao contexto cultural de estigmatização do louco, homogeneizando essas experiências violentas em diferentes contextos sociais, tais como em casa, instituições de saúde, ambientes ocupacionais e educacionais, espaços de lazer e a comunidade em geral.Abstract: Violence is a global and multifaceted phenomenon. In the context of mental health, it has arisen since the institutionalization of those considered insane and, despite the deinstitutionalization process, violence against this group takes on new guises in today's society. In this sense, the present study aims to understand the social representations of violence for people in psychological distress who attend a Psychosocial Care Center. In order to investigate this phenomenon, two qualitative and descriptive studies were carried out, an integrative review and a data survey. These two studies were subdivided into 3 articles that make up the dissertation and respond to the proposed objectives. The integrative review was carried out in the SciELO, LILACS, PePSIC, SCOPUS and Web of Science databases with the keywords mental disorders AND violence, madness AND violence, and psychological suffering AND violence, and their translations into English. 41 articles were included in the study that contemplated violence suffered or directed at people in psychological distress, between the years 2010 and 2020. The data collection study was carried out with 20 users of a Psychosocial Care Center in southern Santa Catarina, through a semi-structured interview associated with the episodic and sociodemographic questionnaire. Both studies were analyzed by categorical content analysis, with the aid of the Atlas.ti version 9 program and, in the data collection study, the basic descriptive statistical analysis was also performed with the Jamovi 1.2.27 program. In article 1, the analysis of studies carried out in different locations made it possible to verify experiences of criminal, psychological, physical, sexual, interpersonal, structural, deprivation or neglect, self-inflicted, economic, institutional and symbolic violence by individuals in psychological distress. These experiences were related to sociodemographic, clinical and psychosocial factors and involve different social actors and spaces that these individuals attend. These results are in line with the data in article 2, which investigated the participants' experiences of violence, which includes experiences related or not to the mental health diagnosis. As for the experiences related to the diagnosis of mental health, the participants indicate verbal, exclusion, prejudice / discrimination, psychological violence, use of power, deprivation / neglect, self-inflicted, physical, institutional, threat and symbolic. In view of this plurality, they appear in different spaces and in different interpersonal relationships. The participants' multiple experiences of violence anchor the social representations of violence for the participants, the theme of article 3. The dimensions of social representations involve information regarding the conceptualization of the phenomenon, typologies, origins, forms of protection and resolution, and associations with mental health. The attitude towards violence dimension is predominantly unfavorable; and the image dimension is related to the objectification process and includes places and spaces, forms of violence, relationships, and people who perpetrate or have suffered from such a phenomenon. In view of the studies carried out, it was possible to identify that social stereotypes about psychological distress interfere in the relationships established with these individuals, and are marked by exclusion and violent practices. These relationships influence the social representations shared among the participants about violence, which are multiple, as well as their experiences with the phenomenon. However, the violence directed at these individuals is associated with the cultural context of stigmatization of the insane, homogenizing these violent experiences in different social contexts, such as at home, health institutions, occupational and educational environments, leisure spaces and the community in general.126 p.| il.porPsicologiaEstresse psicológicoSaúde mentalRepresentações sociaisViolência"Me agrediu de várias formas, só não me bateu": um estudo de representações sociais sobre a violência para pessoas em sofrimento psíquicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPPSI0938-D.pdfPPSI0938-D.pdfapplication/pdf2855836https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/234574/-1/PPSI0938-D.pdfa3a2bf896c5c766f19558adab3068929MD5-1123456789/2345742022-05-19 11:41:13.523oai:repositorio.ufsc.br:123456789/234574Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-05-19T14:41:13Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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