Formação em agroecologia: Programa do Contestado da AS-PTA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rego, Thelmely Torres
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/172586
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2016.
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spelling Formação em agroecologia: Programa do Contestado da AS-PTAEducaçãoEcologia agrícolaEstudo e ensinoTrabalhadores ruraisEducaçãoTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2016.A agricultura capitalista se apresenta por meio da produção convencional, introduzida no Brasil, efetivamente, a partir de meados da década de 1960, quando teve início o processo de modernização da agricultura brasileira. Os impactos negativos da produção convencional abrangem aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais e, especificamente para os pequenos agricultores, têm significado a impossibilidade de produção da existência a partir do trabalho agrícola. A partir da década de 1980, esse contexto suscitou o debate e a efetivação de experiências com agricultura alternativa, prenunciando a introdução da agroecologia no país no início dos anos de 1990. A expansão da agroecologia no Brasil resulta da atuação pioneira de ONGs a frente da articulação de sujeitos sociais diversos e da realização de experiências concretas junto aos pequenos agricultores a partir do cotidiano do trabalho em suas unidades produtivas. Ressaltamos que os processos de formação foram e ainda têm sido considerados estratégicos para a disseminação da agroecologia pelas ONGs entre os agricultores. O objetivo desta pesquisa foi analisar as contradições da formação em agroecologia de agricultores familiares no Programa do Contestado da ONG Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA) diante das condições atuais de produção da vida no campo brasileiro. A AS-PTA é uma ONG atuante desde o início da década de 1980 e de referência na promoção da agroecologia no país. Realizamos entrevistas com agricultores e profissionais militantes da AS-PTA e procedemos à observação em atividades de formação em agroecologia realizadas pela instituição. Também realizamos pesquisa documental e bibliográfica abordando influências, concepção, escopo, abrangência e pressupostos metodológicos da agroecologia, que tem por fundamento o restabelecimento da interação metabólica entre homem e natureza, configurando-se como resistência e oposição à agricultura capitalista. Na formação em agroecologia no Programa do Contestado o trabalho é fundamento e sua relação com a educação representa um elemento de novidade, contudo, subsumido ao capital, essa relação não se desenvolve em toda a sua plenitude. A articulação do conhecimento que os agricultores elaboram no decorrer do seu trabalho ao conhecimento científico e tecnológico constitui um princípio para essa formação em agroecologia que, contudo, não tem sido concretizado em função da subsunção do trabalho ao capital que implica na cisão entre trabalho manual e trabalho intelectual, além da própria apropriação da ciência e tecnologia pelo capital. A negação da educação formal pública aossujeitos do campo tem contribuído para essa cisão, uma vez que por seu intermédio o saber sistematizado tem sido socializado na forma social capitalista. Reafirmamos, assim, a luta para que os trabalhadores tenham acesso ao conhecimento científico e tecnológico que possibilita o domínio sobre seu próprio trabalho, que compõe o processo de hominização, além de ser um instrumento necessário à compreensão da realidade e fundamental para o avanço dos trabalhadores enquanto possibilidade da emancipação do trabalho. Não obstante às contradições, a formação em agroecologia no Programa do Contestado da AS-PTA tem contribuído para que os agricultores assumam a agroecologia como base para um sistema agrário sustentável.<br>Abstract : The capitalist agriculture is presented by conventional production, introduced in Brazil, effectively, from the mid-1960s, when it began the process of modernization of Brazilian agriculture. The negative impacts of conventional production includes environmental, social, economic and cultural aspects, and specifically for small farmers, have meant the impossibility of the production of the existence from agriculture worker. From the 1980s, this context has raised the debate and the execution of experiments with alternative agriculture, foreshadowing the introduction of agroecology in the country in early 1990. The expansion of agroecology in Brazil results from the pioneering work of NGOs in the front articulation of different social subjects and the realization of concrete experiences together with small farmers from the work routine in their production units. We emphasize that the formation processes were and still have been considered strategic for the dissemination of agroecology by the NGO among farmers. The purpose of the research was to analyze the contradictions of agroecology formation of the farmers in the Program Contestado of the NGO Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA) under the current production of life conditions in the Brazilian countryside. The AS-PTA is an active NGO since the early 1980s and reference in the promotion of agroecology in the country. We conducted interviews with farmers and activists professionals of the AS-PTA and proceeded to the observation in agroecology formation activities in carried out by the institution. We also carry out documentary and bibliographic research addressing influences, design, scope, comprehensiveness and methodological principles of agroecology, which is based by the restoration of metabolic interaction between man and nature, setting up as resistance and opposition to the capitalist agriculture. The work about agroecology formation in the Program Contestado is the foundation and its relationship to education is an element of novelty, however, subsumed to capital, this relationship does not develop in all its fullness. The articulation of knowledge that farmers prepare in the course of their work to scientific and technological knowledge is a principle for agroecology formations that, however, has not been realized due to the subsumption of labor to capital which implies the division between manual labor and intellectual work, in addition to own appropriation of science and technology by capital. The denial of public formal education to the subjects of the field has contributed to this division, since through it the systematic knowledge has been socialized in the capitalist socialorder. We reaffirm thus, the fight for workers to have access to scientific and technological knowledge that enables control over their own work, which makes up the process of human evolution, besides being an instrument for the understanding of reality and fundamental to the advancement of workers while the possibility of the emancipation of labor. Despite the contradictions, agroecology formations in the Program Contestado of the AS-PTA has helped farmers take agroecology as the basis for a sustainable agricultural system.Vendramini, Célia ReginaUniversidade Federal de Santa CatarinaRego, Thelmely Torres2017-01-24T03:21:44Z2017-01-24T03:21:44Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis311 p.| il.application/pdf343442https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/172586porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-01-24T03:21:44Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/172586Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-01-24T03:21:44Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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