Paisagem e anacronismo em A rainha dos cárceres da Grécia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Marina dos Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176698
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2016.
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spelling Paisagem e anacronismo em A rainha dos cárceres da GréciaLiteraturaErros e disparates literariosTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2016.O presente trabalho busca realizar uma leitura do romance A Rainha dos Cárceres da Grécia (1976) de Osman Lins sob a perspectiva das paisagens tendo em vista seu aspecto anacrônico. O espaço criado na obra reivindica o momento da Ocupação Holandesa no nordeste brasileiro do século XVII sobreposto ao contexto do então corrente século XX. Considerando o projeto de colonização flamenga bem como o seu legado iconográfico a partir das pinturas de paisagens do primeiro paisagista das Américas, Frans Post, procura-se uma leitura crítica da concepção histórica e literária na obra de Lins. Para isso, parte-se do olhar sobre o romance como forma e conteúdo, com suas raízes em obras prévias do autor, como Avalovara (1973) em que tempo e espaço são dimensões altamente elaboradas e problematizadas a partir da correlação estabelecida com formas geométricas e as noções de finito e infinito. Esta relação, por sua vez, propicia uma abordagem histórica dialética e anacrônica à maneira benjaminiana, ou seja, a contrapelo da oficialidade histórica e da progressão meramente cronológica. Além disso, a preocupação metaliterária bem como a constante transgressão que mistura o passado e o presente, o real e o ficcional também proporciona uma leitura sobre a "literatura" como via de mão dupla no que tange à relação com a "realidade" histórica. Desta forma, a produção de "imagens" no texto torna-se fundamental para a presente proposta de leitura ao ser abordada sob o aspecto paisagístico. Para entender a "paisagem" parte-se do "espaço" clássico até a sua "autonomia" na Idade Média quando a paisagem parece assumir o protagonismo para além da submissão à retórica. Os conceitos relacionados à mimese e alguns de seus desdobramentos - como nas leituras de Erich Auerbach, Luiz Costa Lima, Jacques Ranciére e Anne Cauquelin - a partir da afirmação aristotélica de que "a arte é a imitação da natureza" contribuíram para a reflexão proposta de modo a evidenciar a relação paisagem/natureza observada por Georg Simmel em A filosofia da paisagem. Paralelamente às grandes navegações, a paisagem surge com força nas artes e se torna, entre outras coisas, instrumento de discurso e "testemunho" sobre os novos territórios. No Brasil, a permanência dos holandeses por vinte e quatro anos no Nordeste (1630-1654) contou, durante os últimos sete anos, com a administração do Conde Maurício de Nassau e sua comitiva, da qual participaram artistas, dentre os quais Frans Post, "pintor de paisagens" cuja incumbência era "fundar? a paisagem brasileira. Deste modo, o legado imagético e principalmente paisagístico é nota dominante quanto a este período da história brasileira. Por fim, busca-se observar os efeitos críticos de leituras possíveis dada a combinação dos tempos e discursos que resultam no anacronismo instaurado no romance.<br>Abstract : The present study aims at a reading of the novel A Rainha dos Cáreceres da Grécia [The Queen of Prisons of Greece] (1976) by Osman Lins under the perspective of landscapes within their anachronistic aspect. The literary space in the novel brings up the Dutch Colonization in the Brazilian Northeast region during the early seventeenth century superposed to what was then the current twentieth century. Taking into consideration the project of the Dutch colonization as well as its iconographical legacy based on landscapes paintings by Frans Post, the first America?s landscapes painter, we intend to perform a critical reading of the literary and historic comprehension within Osman Lins? work. In order to do that, the novel is considered under its form and content, with its roots in previous works by the author, just as Avalovara (1973) in which time and space are dimensions highly elaborated and questioned once there is an established relation with geometrical forms and either finite or infinite notions. This relation allows both a dialetic and an anachronistic historical approach as suggested by Walter Benjamin in the idea of ?brushing history against the grain? and against its merely chronological progress. Besides that, the attention given to meta literary procedure as well as the constant transgression that mixes past and present, reality and fiction also leads to a reading about ?literature? as a double track relation to the historical ?reality?. Therefore the production of ?images? within the text is imperative to present proposal of reading when approached under the aspects of landscaping. In order to understand the ?landscape? we go from the conception of classical ?space? until its ?autonomy? in the Middle Age when landscape seemed to assume protagonism beyond its submission to rethoric. The concepts related to mimesis and some of its unfoldings ? as the works done by Erich Auerbach, Luiz Costa Lima, Jacques Ranciére and Anne Cauquelin ? from the aristotelic affirmation that ?art imitates nature? contributed to the present study as it shows the relation landscape/nature observed by Georg Simmel in Philosophy of landscape. As the great navigations came along the presence of landscape becomes stronger in arts field as it turned into, among other things, instrument of discourse and ?testimonial? of the ?new? lands. In Brazil, the Dutch colony lasted for twenty-four years in the Northeast region (1630 ? 1654), and for the remaining seven years it was managed by Mauricio de Nassau and his selected group of men, among whom some artists who became very well known as Frans Post, ?landscape painter? whose chore was to ?lay the foundation? of Brazilian landscape. Thus the landscaping legacy is a keynote of this period of Brazilian history. Finally, the critical effects of reading have also been persued when considering the combination of times and discourses that create the anachronism within the novel was considered.Andrade, Ana Luiza Britto Cezar deUniversidade Federal de Santa CatarinaFerreira, Marina dos Santos2017-06-27T04:11:23Z2017-06-27T04:11:23Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis158 p.| il.application/pdf345990https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176698porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-06-27T04:11:23Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/176698Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-06-27T04:11:23Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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