Formação e estrutura dos particípios passados: implicações no uso do português do Brasil e de Portugal
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214596 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2019. |
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Formação e estrutura dos particípios passados: implicações no uso do português do Brasil e de PortugalLinguísticaLíngua portuguesaLíngua portuguesaLíngua portuguesaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2019.O particípio passado não apresenta um comportamento constante na história do Português. A existência de duas formas muito semelhantes em Latim, o particípio passado e o supino, bem como a presença de verbos fracos e verbos fortes, dão origem no Português a problemas de rearranjo do sistema verbal e deverbal. O Português, como outras línguas românicas, perde o supino e seus verbos fortes, herdando dois sufixos: (i) -do, invariável, formando tempos compostos ? com ter ou haver, e (ii) -do(s) e -da(s), variável, formando passivas ? com ser (SAID ALI, 2008 [1908], 1969 [1923], 1964[1931]; WILLIAMS, 1961; TEYSSIER, 1980; ROSA; VILLALVA, 1987; PIEL, 1989; BROCARDO, 2002, 2006; GIOMI, 2009). Essas formas participiais mudam seu estatuto categorial, passando a ocorrer em outros contextos sintáticos. Mesmo em latim, particípios arrizotônicos provenientes de verbos fortes oferecem um modelo para a criação de particípios rizotônicos. Se a terminação rizotônica mais comum em décadas anteriores era a alatinada, parece haver atualmente uma preferência pela estrutura morfológica em -o, que tem como base o radical verbal (alomórfico ou não), idêntico à 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, formação essa produtiva no Português Brasileiro (p. ex. chego, trago, ouço) e também no Português Europeu (p. ex. marco, compro). A fim de descrevermos o percurso histórico dos particípios verbais, desde os casos variáveis aos não variáveis, lançamos mão de dois corpora escritos: um constituído por jornais de Florianópolis e de Lisboa (séculos XIX, XX e XXI), e outro formado por dados do Português Brasileiro e do Português Europeu, publicados na web, (século XXI) ? este último contempla apenas usos escritos de particípios rizotônicos. Essas análises levam em conta contextos de tempo composto (ter ou haver) e de passiva (ser). Esta pesquisa está apoiada nos postulados da Teoria da Variação e Mudança, de Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]), de modo a mostrar que as línguas são sistemáticas enquanto variam/mudam. Os resultados das análises empíricas indicam que alguns verbos de duplo particípio tendem a limitar sua forma participial a uma forma única, arrizotônica ou rizotônica, ao passo que outros verbos tornaram-se abundantes, variando as novas formas com as já consagradas pela norma padrão. Além disso, verificou-se também que a variação das formas participiais sempre esteve presente ao longo dos séculos, de maneira que, quando o verbo é abundante, há preferência pelos particípios rizotônicos, especialmente os terminados em sufixo -o (MIARA, 2013; MIARA; COELHO, 2015; VILLALVA; JARDIM, 2018). Apesar de semelhanças estruturais entre o Português Brasileiro e o Português Europeu este estudo permite identificar comportamentos distintos: a variedade brasileira alterna mais comumente o uso de dois particípios para o mesmo verbo, além de apresentar maior formação de particípios com radical alomórfico.</br>Abstract: The past participle, in Portuguese history, does not present a constant behavior. Due to the existence of two similar ways to be expressed in Latin, the past participle could be the supine as well as the presence of weak and strong verbs, which become the trigger of misunderstanding in verbal and deverbal nominalization system. Portuguese, as other romantic languages, lost its supine and its strong verbs. In this language, the participles come by arrizotonic with two suffixes: (i) -do, invariable, which forms composed times ? with ter or haver, and (ii) -do(s) and -da(s), variable, which forms passives ? with ser (SAID ALI, 2008 [1908], 1969 [1923], 1964 [1931]; WILLIAMS, 1961; TEYSSIER, 1980; ROSA; VILLALVA, 1987; PIEL, 1989; BROCARDO, 2002, 2006; GIOMI, 2009). These participles change its category, occurring in different syntactic contexts. Even in Latin, arrizotonic participles, originated from strong verbs, offer a model to create regular rhizotonic participles. The most common rhizotonic endings, in previous decades, was the same as the Latin forms. Nowadays, the most frequent morphological structure is -o. It has the verbal radical as its base (allomorphic or not), similar to the first person singular of the Simple Present, a productive formation from Brazilian Portuguese (e.g. chego, trago, ouço), as well as in European Portuguese (e.g. marco, compro). In order to describe the trajectory of many historical participle verbs, including variable and non-variable ones, we analyze two writing data corpora: one from Florianopolis and Lisbon?s newspapers (XIX, XX and XXI centuries), and the other one from Brazil and Portugal websites (XXI century). This last corpus behold just rhizotonic participles. These analysis takes into to account the compost context time (ter or haver) and the passive form (ser). This research, based on Theory of Variation and Change (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]), shows that languages are systematic while they are changing. The results of our empirical analyses indicate that just one form is chosen in some verbs that presents two double participle, the arrizotonic or the rhizotonic one. On the other hand, other verbs become abundant and vary with its standard participles. Moreover, the variation of participles has always been used along the centuries. It happens in two varieties in certain way that, when the verb is abundant, there is a preference for the rhizotonic participle, especially the ones ending with the suffixe -o (MIARA, 2013; MIARA; COELHO, 2015; VILLALVA; JARDIM, 2018). Despite of the structural similarities between Brazilian Portuguese and European Portuguese, this study allows us to identify distinct behaviors: the Brazilian variety switches commonly the using of the participle for the same verb, besides it presents widely the formation for the participles with the allomorphic radical verb.Villalva, AlinaCoelho, Izete LehmkuhlUniversidade Federal de Santa CatarinaMiara, Fernanda Lima Jardim2020-10-21T21:07:35Z2020-10-21T21:07:35Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis296 p.| il., tabs. grafs.application/pdf368982https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214596porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:07:36Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/214596Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:07:36Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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