Sapatões e mídia: produções de identidades a partir de práticas de recepção
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216268 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2020. |
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Sapatões e mídia: produções de identidades a partir de práticas de recepçãoLésbicasComunicação de massaRelações de gêneroSexualidadeTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2020.Esta tese analisa as produções de identidades sapatões a partir de práticas de recepção. Ancorada nos Estudos Culturais, queer e pensamento feminista descolonial, a pesquisa parte do pressuposto de que vivemos em uma sociedade saturada e colonizada pelos produtos da cultura da mídia, sendo a mesma um dos espaços que medeia a produção de identidades. O estudo também é alicerçado no entendimento de que a sexualidade é marcada pela proliferação de discursos e a mídia é uma das tecnologias de gênero, integrante do regime cisheteronormativo, que regula os corpos. Com a compreensão da existência de uma visibilidade lésbica restrita e regulada, interpreta-se os processos de apropriação e negociação realizados pelas interlocutoras da pesquisa. A análise não se restringe apenas às práticas de recepção dos conteúdos produzidos por/para/sobre mulheres homossexuais e reflete as relações de consumo que transbordam masculinidades e feminilidades. A metodologia utilizada é a de entrevistas aprofundadas, com inspiração etnográfica, desenvolvida a partir de encontros com 17 interlocutoras, moradoras de Porto Alegre (RS) e região metropolitana. As sujeitas possuem entre 20 e 35 anos, são oriundas de diferentes classes sociais e possuem distintas identificações étnico/raciais. Na relação com a cultura da mídia, a multidão queer, formada por interlocutoras que se identificam como sapatão, caminhão/caminhoneira, homossexual, lésbica, homoafetiva, mulherzinha, lady, gay, LGBT, ovelha colorida da família ou machorra, apropria-se de múltiplas formas dos sentidos que circulam por estes espaços. Os processos de identificação e diferenciação que atravessam a produção de identidades são analisados a partir da relação com o armário entreaberto, a produção de performatividades e as categorias visibilidade/invisibilidade e representatividade. A partir de contextos distintos, acionando diferentes temporalidades e ressignificando vivências, as interlocutoras explicitaram maneiras diversas de se relacionar com os produtos da cultura da mídia, demonstrando a intertextualidade dos textos e o significativo papel dos mesmos na formação da experiência. Dentre as considerações, está a importância dos produtos midiáticos no processo de identificação e de anúncio público das sexualidades dissidentes. A ocupação de espaços da diferença e a produção de sociabilidades demonstrou o tensionamento da abjeção imposta aos corpos na cidade sexuada. A consolidação da performatividade sapatão também é explicitada e as sujeitas cujos corpos destoam da binariedade de gênero apresentam novas formas de experiências biopolíticas. Ao refletir sobre a circulação de tecnologias e intervenções vividas pelos ciborgues, aventa-se a possibilidade de apropriação de procedimentos cirúrgicos associados aos processos de transição de homens transexuais, como a mastectomia, por sapatões cisgêneros, em uma produção na qual a mídia tem papel significativo. As relações entre performatividade de gênero e jornalismo são exploradas, por exemplo, a partir dos medos e receios que emergem das eleições presidenciáveis de 2018. Por fim, a interpretação das categorias visibilidade/invisibilidade e representatividade demonstra os diferentes processos de negociação do consumo dos produtos da cultura da mídia.Abstract: This thesis analyses the dyke identity productions as of reception practices. Anchored in Cultural Studies, queer and decolonial feminist thought, the research stems from the assumption that we live in a society that is saturated and colonized by media culture products, being it one of the spaces that mediate production of identities. The study is also founded on the understanding that sexuality is marked by proliferation of discourses and the media is one of the gender technologies, constituent of heteronormative cis regimen, that regulates the bodies. Through the comprehension of the existence of a restricted and regulated lesbian visibility, construe the processes of appropriation and negotiation accomplished by the research interlocutors. The analysis is not restricted to practices or receiving contents produced by/for/about homosexual women and reflects the consumption relations that overflow masculinities and femininities. The methodology used is in-depth interviews, with ethnographic inspiration, developed through meetings with 17 interlocutors, residents of Porto Alegre and metropolitan region. The subjects are between 20 and 35 years old, come from different social classes and have different ethnic/racial identifications. Regarding to media culture, the queer crowd, formed by interlocutors who identify themselves as dyke, butch, truck driver, homosexual, lesbian, homo-affective, femme, lady, gay, LGBT, colorful sheep of the family, or machorra1 , appropriates multiple forms of the senses that circulate through these spaces. The (RS) identification and differentiation processes that permeate production of identities are analyzed based on the relationship with the half-open closet, the production of performativities and the categories visibility/invisibility and representativeness. From different contexts, triggering different temporalities and giving new meaning to experiences, the interlocutors explained different ways of relating to the media culture products, demonstrating the intertextuality of the texts and their significant role in the formation of experience. Among the considerations is the importance of media products in the process of identification and public announcement of dissident sexualities. The occupation of spaces of difference and the production of sociabilities demonstrated abjection tensioning imposed on bodies in the sexed city. The consolidation of dyke performativity is also made explicit and the subjects whose bodies clash with gender binarity present new forms of biopolitical experiences. When reflecting on the circulation of technologies and interventions experienced by cyborgs, the possibility of appropriating surgical procedures associated with the transition processes of transsexual men, such as mastectomy, by cisgender dykes, is raised in a production in which the media has a significant role. The relations between gender performance and journalism are explored based on the fears and concerns that emerged in the 2018 presidential elections. Lastly, the interpretation of the visibility/invisibility and representativeness categories demonstrates the different processes of negotiating the consumption of the media culture products.Pedro, Joana MariaBonetti, Alinne de LimaUniversidade Federal de Santa CatarinaSilva, Fernanda Nascimento da2020-10-21T21:27:30Z2020-10-21T21:27:30Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis261 p.application/pdf369818https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216268porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:27:30Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/216268Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:27:30Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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