Bases teóricas de documentos curriculares para a educação infantil: um estudo a partir de capitais brasileiras e do Distrito Federal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rebelo, Aline Helena Mafra
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216566
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2020.
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spelling Bases teóricas de documentos curriculares para a educação infantil: um estudo a partir de capitais brasileiras e do Distrito FederalEducaçãoEducação infantilCurrículosInfânciaCriançasTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2020.Esta pesquisa, desenvolvida em nível de doutorado, tem como objetivo investigar as bases teóricas nas quais os currículos para a Educação Infantil se sustentam e as concepções de crianças, infância e Educação Infantil delas decorrentes em documentos curriculares publicados no contexto brasileiro. Dessa maneira, apresenta-se um panorama de documentos curriculares para a Educação Infantil publicados no território nacional, os modos de organização dos processos educativos neles propostos, as tendências teóricas que contribuem para o delineamento da identidade da Educação Infantil brasileira, os saberes e conhecimentos privilegiados e aqueles que se encontram à margem na organização curricular. Para tanto, a pesquisa fundamenta-se em estudos desenvolvidos por curriculistas contemporâneos, em categorias do pensamento de Paulo Freire e Carlos Rodrigues Brandão, e no percurso traçado por uma Pedagogia da Infância nos últimos 20 anos. Como empiria, foram eleitos 14 documentos curriculares oficiais para a Educação Infantil de capitais brasileiras e do Distrito Federal publicados de 2008 a 2016. Metodologicamente, a pesquisa inscreve-se em uma abordagem qualitativa, amparada pela técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977), a qual permitiu a construção, a priori, das seguintes categorias de análise: infância, crianças e Educação Infantil; a posteriori, emergiu a categoria intitulada formas de organização curricular na Educação Infantil, responsável por evidenciar o conjunto de intenções, ações e interações definidoras da ação docente presentes no corpus documental. À luz dos dados gerados, constatou-se que todos os documentos curriculares apresentam concepções prescritas sobre as crianças, a infância e a Educação Infantil, reunidas por uma concepção sócio, histórica e cultural e na definição de crianças enquanto sujeitos de direitos. No que se refere à Educação Infantil, predominaram concepções em torno da sua função social de compartilhar a educação das crianças com as famílias por meio de ações indissociáveis de cuidado e educação, sua função pedagógica de promoção do desenvolvimento integral da criança e sua função social enquanto direito de todas, em alinhamento às defesas estabelecidas pela área nas últimas décadas. Somada a essa tríade, foi também revelada uma concepção prescrita de instituições de Educação Infantil como contextos da diversidade e das diferenças, as quais se ancoram nas bases sociológicas e antropológicas, na filosofia, na psicologia sócio-histórica e na instância política e entram em confronto entre o prescrito e sua viabilidade no currículo. Mesmo que as Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999, 2009) tenham apontado para variadas possibilidades de organização do trabalho pedagógico, este trabalho revela que ainda predomina a lógica por áreas do conhecimento, território fértil para a antecipação de conteúdos escolares. No coletivo de sete documentos curriculares, constatou-se sua forma de organização curricular nas áreas do conhecimento como base de um currículo tradicional. Nesses casos, o currículo é definido a partir de parâmetros de ordenação, sequenciação e linearidade do conhecimento, de modo a definir conteúdos para o trabalho pedagógico com as crianças, desde bebês, predominando um modelo curricular cujas bases se encontram pautadas pela fragmentação do conhecimento em conteúdos e na individualização e responsabilização das crianças pelo processo educativo. Já os Campos de Experiências no currículo: uma alternativa a organização dos conteúdos, emergiu como uma segunda forma de organização curricular, presente em cinco documentos curriculares. Nesses casos, foi evidenciada uma concepção atualizada, polêmica e complexa das áreas de conhecimento e das disciplinas escolares, cujos documentos reunidos se pautam, predominantemente, por Campos de Experiências, mostrando, em algumas propostas, um alinhamento à Base Nacional Comum Curricular anteriormente a sua publicação em caráter de Resolução, em dezembro de 2017. Por fim, reúnem-se na categoria intitulada as crianças e as relações socioeducativas como eixo do currículo propostas cujo eixo curricular reside nas crianças reais e concretas e nas relações socioeducativas. O currículo, nesses formatos, revelados em dois documentos curriculares, vincula-se à realidade social e cultural e a concretude de vida das crianças, desde bebês, sem negar a sistematização de conhecimentos e saberes e prever intencionalmente formas de organização do trabalho pedagógico. Nessa linha, distanciam-se da tradição pedagógica pautada pelas bases instrumentais e técnicas do currículo e por uma didática prescritiva à ação docente, pautando seu eixo na concretude de vida das crianças, desde bebês, e nas relações socioeducativas.Abstract: This research, developed at the doctoral level, assumed the objective of investigating the theoretical bases on which the curricula for Early Childhood Education are sustained and the conceptions of children, childhood and Early Childhood arising from them in curriculum documents published in the Brazilian context. The intention was also to present a panorama of curricular documents for Early Childhood Education published in the national territory, the ways of organizing the educational processes proposed in them, the theoretical trends that contribute to the delineation of the identity of Brazilian Early Childhood Education, the privileged knowledge and knowledge and those who are marginalized in the curricular organization. To this end, the research was based on studies developed by contemporary curriculists, in categories of thought by Paulo Freire and Carlos Rodrigues Brandão and on the path traced by a Pedagogy of Childhood in the last twenty years. As empiricism, fourteen official curriculum documents for Early Childhood Education from Brazilian capitals and the Federal District were published from 2008 to 2016. Methodologically, the research was part of a qualitative approach, supported by the Content Analysis technique (BARDIN, 1977), which allowed the construction a priori of the following categories of analysis: childhood, children and early childhood education. A posteriori, the category entitled forms of curricular organization in Early Childhood Education emerged, responsible for highlighting the set of intentions, actions and interactions that define the teaching action present in the documentary corpus. In light of the data generated, it was found that all curricular documents present prescribed conceptions about children, childhood and early childhood education, brought together by a socio-historical and cultural concept and in the definition of children as subjects of rights. With regard to Early Childhood Education, conceptions around their social function of sharing the education of children with families through inseparable actions of care and education, their pedagogical function of promoting the integral development of the child and their social function as predominant, predominated. everyone's right, in alignment with the defenses established by the area in recent decades. In addition to this triad, a prescribed conception of early childhood education institutions as contexts of diversity and differences was also revealed. These conceptions are anchored in sociological and anthropological bases, in philosophy, in socio-historical psychology and in the political sphere and come into conflict between what is prescribed and its viability in the curriculum. Even though the National Curricular Guidelines (BRASIL, 1999, 2009), pointed to varied possibilities for organizing pedagogical work, the research revealed that logic still prevails by areas of knowledge, fertile territory for the anticipation of school content. In the collective of seven curricular documents, its form of curricular organization in the areas of knowledge was found as the basis of a traditional curriculum. In these cases, the curriculum is defined based on parameters of ordering, sequencing and linearity of knowledge, in order to define content for pedagogical work with children, from babies, with a predominant curriculum model whose bases are guided by the fragmentation of knowledge in content and the individualization and accountability of children for the educational process. The Fields of Experiences in the curriculum: an alternative to content organization emerged as a second form of curricular organization, present in five curricular documents. In these cases, an updated, controversial and complex conception of the areas of knowledge and school subjects had been revealed, whose documents gathered are predominantly guided by Fields of Experiences, revealing, in some proposals, an alignment with the Common National Curricular Base prior to its publication, as a Resolution, in December 2017. Finally, the category entitled children and socio-educational relations come together as the axis of the curriculum, proposals whose curricular axis resides in real and concrete children and in socio-educational relations. The curriculum, in these formats, revealed in two curricular documents, is linked to the social and cultural reality and the concreteness of the lives of children, from babies, without thereby denying the systematization of knowledge and knowledge and intentionally foreseeing ways of organizing pedagogical work. In this line, they distance themselves from the pedagogical tradition guided by the instrumental and technical bases of the curriculum and by a prescriptive didactic to the teaching action, guiding its axis in the concreteness of children's lives, from babies and in socio-educational relationships.2020Rocha, Eloisa Acires CandalSimão, Márcia BussUniversidade Federal de Santa CatarinaRebelo, Aline Helena Mafra2020-10-21T21:31:25Z2020-10-21T21:31:25Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis295 p. | il., tabs.application/pdf370071https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216566porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:31:25Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/216566Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:31:25Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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