Geometria na arte? Cenas de uma colonização do olhar e do pensar em Educação Matemática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kerscher-Franco, Mônica Maria
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Flores, Cláudia Regina
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/245367
Resumo: Contexto: As transformações das obras de arte, ao longo do tempo, não seriam o registro mais convincente de como a geometria foi praticada e transformada historicamente? Ora, parece-nos que a pesquisa sobre geometria, seja como teoria ou disciplina escolar, leva a uma problemática, não menos importante, que é aquela ligada aos seus efeitos e modulações na subjetividade. Na Educação Matemática vê-se o agenciamento da arte para fins bem específicos: o de aprender geometria pela arte. Entretanto, a geometria não é tão somente conjunto de teoremas, conceitos e formas a serem apreendidos, ela é também um dispositivo que, impresso em nosso pensamento, nos faz falar do mundo e das coisas que nele estão, isto é, participa do jogo das relações de poder, de saber, de ser, da vida e da natureza, produzindo verdades que são reiteradas e subordinadas pelos modos de olhar, pensar e representar. Objetivos: Este artigo tem por objetivo analisar aspectos da relação entre geometria e arte que colocam em exercício uma matriz colonial do poder na Educação Matemática. Design: Para tanto, apresentam-se algumas cenas, tais como cena-corpo, cena-espaço e cena-natureza, considerando a geometria junto à arte em suas formas históricas e educacionais. Ambiente e participantes: Apoia-se na arte, na história da arte e em pesquisas que articulam arte e geometria. Coleta e análise de dados: Levantam-se exemplos do uso da geometria na arte analisando, pela visualidade, o funcionamento de uma prática que se produz e reproduz a presença e os efeitos da colonialidade do poder, do saber e do ser. Resultados: Desvela-se uma realidade ficcional geometrizada e condicionada pelos modos de olhar, pensar e representar, em que a geometria, operada com a arte, conforma-se e coloca em exercício um pensamento colonial, fomentando a desestabilização das relações de poder e saber. Conclusões: Por fim, questiona-se: estamos criando em nossas práticas educacionais possibilidades de desterritorializações, de linhas de fuga, de decolonialidade, para nos aventurar com outras atitudes dentro dos dispositivos disciplinares em Educação Matemática? É preciso, pois, pensar mais sobre as verdades colocadas do que afirmá-las: por um novo ethos ético, estético e político em Educação Matemática.
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Entretanto, a geometria não é tão somente conjunto de teoremas, conceitos e formas a serem apreendidos, ela é também um dispositivo que, impresso em nosso pensamento, nos faz falar do mundo e das coisas que nele estão, isto é, participa do jogo das relações de poder, de saber, de ser, da vida e da natureza, produzindo verdades que são reiteradas e subordinadas pelos modos de olhar, pensar e representar. Objetivos: Este artigo tem por objetivo analisar aspectos da relação entre geometria e arte que colocam em exercício uma matriz colonial do poder na Educação Matemática. Design: Para tanto, apresentam-se algumas cenas, tais como cena-corpo, cena-espaço e cena-natureza, considerando a geometria junto à arte em suas formas históricas e educacionais. Ambiente e participantes: Apoia-se na arte, na história da arte e em pesquisas que articulam arte e geometria. Coleta e análise de dados: Levantam-se exemplos do uso da geometria na arte analisando, pela visualidade, o funcionamento de uma prática que se produz e reproduz a presença e os efeitos da colonialidade do poder, do saber e do ser. Resultados: Desvela-se uma realidade ficcional geometrizada e condicionada pelos modos de olhar, pensar e representar, em que a geometria, operada com a arte, conforma-se e coloca em exercício um pensamento colonial, fomentando a desestabilização das relações de poder e saber. Conclusões: Por fim, questiona-se: estamos criando em nossas práticas educacionais possibilidades de desterritorializações, de linhas de fuga, de decolonialidade, para nos aventurar com outras atitudes dentro dos dispositivos disciplinares em Educação Matemática? É preciso, pois, pensar mais sobre as verdades colocadas do que afirmá-las: por um novo ethos ético, estético e político em Educação Matemática.Background: Wouldn't the transformations of artworks over time be the most convincing record of how geometry was historically practiced and transformed? Now, it seems to us that research on geometry, whether as a theory or a school subject, leads to a problem, no less important, which is that linked to its effects and modulations on subjectivity. In Mathematics Education, one sees the agency of art for very specific purposes: that of learning geometry through art. However, geometry is not just a set of theorems, concepts and forms to be apprehended, it is also a device that, imprinted on our thinking, makes us talk about the world and the things that are in it, that is, it participates in the game of relations of power, knowledge, being, life and nature, producing truths that are reiterated and subordinated by the ways of looking, thinking and representing. Objectives: This article aims to analyze aspects of the relationship between geometry and art that put into practice a colonial matrix of power in Mathematics Education. Design: In order to do so, some scenes are presented, such as body-scene, space-scene and nature-scene, considering geometry together with art in its historical and educational forms. Setting and Participants: It is supported by art, art history and research that articulate art and geometry. Data collection and analysis: Examples of the use of geometry in art are raised, analyzing, through visuality, the functioning of a practice that produces and reproduces the presence and effects of the coloniality of power, knowledge and being. Results: A geometrized fictional reality is revealed and conditioned by the ways of looking, thinking and representing, in which geometry, operated with art, conforms and puts into practice a colonial thought, fostering the destabilization of power and knowledge relations. Conclusions: Finally, the question is: are we creating in our educational practices possibilities of deterritorializations, lines of flight, decoloniality, to venture with other attitudes within the disciplinary devices in Mathematics Education? It is therefore necessary to think more about the truths put forward than to affirm them: for a new ethical, aesthetic and political ethos in Mathematics Education.2023-03-28T16:12:00Z2023-03-28T16:12:00Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdf2178-7727https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/245367Kerscher-Franco, Mônica MariaFlores, Cláudia Reginaporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-03-28T16:12:00Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/245367Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-03-28T16:12Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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