Processamento e representação do gênero gramatical do português: um mecanismo associativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Resende, Natália Carolina Alencar de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135518
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2015.
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spelling Processamento e representação do gênero gramatical do português: um mecanismo associativoLinguísticaLingua portuguesa -GramaticaConexionismoPsicolinguisticaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2015.Um dos debates mais acalorados do campo da Psicolinguística e Neurocognição da Linguagem diz respeito ao processamento e representação mental de formas regulares e irregulares. De um lado, modelos de via dual (PINKER, 1991, 1999; ULLMAN, 2001a, 2001b, 2004, 2005) postulam que formas regulares, passíveis de decomposição, são processadas por um mecanismo responsável pela computação de regras. Formas irregulares, por sua vez, são armazenadas em sua forma pronta em um sistema de memória de caráter associativo. Por outro lado, modelos de via única (BYBEE, 1985, 1995) e modelos conexionistas (RUMELHART; McCLELLAND, 1986; PLUNKETT; JUOLA, 1999) preconizam que não há diferenças entre o processamento de itens lexicais regulares e irregulares. Ambas as categorias de forma são processadas por um único sistema de memória de natureza associativa. Esta tese teve como objetivo trazer contribuições empíricas para o debate em torno da dualidade vs. singularidade do processamento morfológico focalizando no processamento do gênero gramatical de substantivos inanimados do português do Brasil. Mais especificamente, investigamos se o processamento de formas regulares quanto ao gênero (substantivos femininos terminados em -a, e masculinos terminados em -o) distingue-se do processamento de formas irregulares (substantivos femininos terminados em -o, e masculinos terminados em -a), transparentes (substantivos com terminações típicas do gênero feminino e masculino como  agem, -ade, -or) e formas opacas quanto ao gênero (outras terminações). Para esse empreendimento, uma série de experimentos foi conduzidausando diferentes métodos de investigação, a saber: experimentos comportamentais,simulações conexionistas e um experimento eletrofisiológico. Os estudos comportamentais mostraram o papel crucial que a memória cumpre no processamento tanto da concordância quanto da atribuição de gênero a nomes substantivos inanimadosindependentemente de sua forma. Os resultados de três simulações computacionais usando um perceptron multicamadas mostraram que umsistema conexionista de via única é capaz de reproduzir certos padrões de processamento do gênero gramatical observados em falantes nativos do português. O estudo eletrofisiológico mostrou que o processamento da concordância de gênero com formas regulares, irregulares, opacas e transparentes recrutam componentes de ERP associados ao processamento automático da concordância morfossintática (LANs) eprocessos de re-análise e reparo da estrutura sintática (P600s). Com base nos resultados obtidos, concluímos que o processamento do gênero gramatical de substantivos inanimados do português é governado por um único sistema neurocognitivo de natureza associativa.<br>Abstract : A hot debate within Psycholinguistics and Neurocognition of Language concerns the processing and mental representation of regular and irregular forms. On one hand, dual-route models (PINKER, 1991, 1999; ULLMAN, 2001a, 2001b, 2004, 2005) claim that regular decomposable forms are processed online by a mechanism responsible for the computation of rules. Irregular forms, however, are stored as whole words in an associative memory. On the other hand, single-route models (BYBEE, 1985, 1995) and connectionist models (RUMELHART; McCLELLAND, 1986; PLUNKETT; JUOLA, 1999) claim that there are no differences between the processing of regular and irregular forms. According to single-route models, all forms are processed by a single associative mechanism. This doctoral dissertation aims at bringing empirical contributions to the debate on the duality vs. singularity of morphological processing focusing on the processing of grammatical gender of inanimate nouns in Brazilian Portuguese. Specifically, we investigate if the processing of gender regular forms (feminine nouns ending in -a, and masculine nouns ending in -o) is distinct from the processing of gender irregular (feminine nouns ending in -o, and masculine forms ending in -a), gender transparent (nouns whose endings are tipical of feminine and masculine gender, such as: -agem, -ade, -or) and gender opaque forms (other endings). To this end, a set of experiments was conducted using different research methods, namely: behavioral experiments, connectionist simulations and an electrophysiological experiment. The results of the behavioral experiments revealed the role that memory plays in the processing of grammatical gender regardless of the noun s form. The results of three computational simulations using a multi-layer perceptron have shown that a single-route connectionist model can reproduce patterns of grammatical gender processing observed in native speaker of portuguese. The electrophysiological experiment indicates that the processing of gender agreement with regular, irregular, opaque and transparent forms recruit ERP components associated with automatic processing of morphosyntactic agreement (LANs) and with re-analysis and repair of the syntact structure (P600s). Based on these results, we conclude that the processing of grammatical gender of inanimate nouns in Brazilian Portuguese is governed by a single associative neurocognitive system.Fortkamp, Mailce Borges MotaManhães, Aline GesualdiUniversidade Federal de Santa CatarinaResende, Natália Carolina Alencar de2015-10-13T04:09:55Z2015-10-13T04:09:55Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis264 p.| il., grafs.application/pdf334860https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135518porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-03-07T19:01:27Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/135518Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732016-03-07T19:01:27Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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