Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/188351 |
Resumo: | O presente trabalho problematizou, em termos discursivos, o processo de inclusão de alunos surdos, que se apresentou em uma escola regular, analisando os possíveis efeitos que se constituíram para as instâncias: professor, intérprete e surdo, levando em conta como isso acontece na escola. A pesquisa preocupou-se em responder ao seguinte questionamento: como o surdo se constitui ou é constituído aluno de Língua Portuguesa no contexto de uma sala de aula regular? Para tanto, aventamos a hipótese de que os surdos concernidos pela escola regular pesquisada pareciam sofrer os efeitos discursivos de rarefação subjetiva, de modo a não ser promovida uma relação entre eles com o conhecimento em Língua Portuguesa. Em decorrência disso, pareceu-nos que essa rarefação subjetiva do surdo poderia inibir a sua subjetivação como aluno, contrariando o processo dito inclusivo. Teoricamente, filiamo-nos aos estudos da Análise de Discurso de orientação pecheutiana, em sua terceira época (1983), e aos estudos enunciativos sob a perspectiva de Authier-Revuz (1998,2004). Realizamos, ainda, leituras da literatura especializada sobre a surdez e cognição: Fernandes (1990, 2008), Goldfeld (2002), Santana (2007). Metodologicamente, a pesquisa se estabeleceu a partir de um trabalho de campo em que observamos e gravamos as aulas em vídeo em período de quatro meses; além disso, realizamos entrevistas semiestruturadas e produzimos algumas anotações de campo. Nossa análise contou ainda com dois momentos específicos, a saber: no primeiro momento, analisamos algumas sequências discursivas das transcrições das entrevistas para problematizarmos, por meio do dispositivo das Formações Imaginárias, o modo de projeção de imagens que constituem o funcionamento discursivo, o qual se apresenta em sala de sala frente às imagens que cada participante produz sobre si, sobre o outro e sobre a temática em tela. No segundo momento, analisamos a maneira como se estabelece o jogo de endereçamento entre os envolvidos no jogo discursivo de sala de aula, com o intuito de perceber o possível modo como o surdo se constitui ou é constituído como aluno de Língua Portuguesa. A análise indicou que o jogo de endereçamento, em muitos casos, não se sustenta de modo suficiente para que o aluno surdo assuma sua posição discursiva de aluno e, diante disso, produza conhecimento em Língua Portuguesa. |
id |
UFSC_fa2a238a05b7481fc40e12e8ce681a5e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufsc.br:123456789/188351 |
network_acronym_str |
UFSC |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFSC |
repository_id_str |
2373 |
spelling |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escolaInclusãoSurdezLinguagemDiscursoEducaçãoO presente trabalho problematizou, em termos discursivos, o processo de inclusão de alunos surdos, que se apresentou em uma escola regular, analisando os possíveis efeitos que se constituíram para as instâncias: professor, intérprete e surdo, levando em conta como isso acontece na escola. A pesquisa preocupou-se em responder ao seguinte questionamento: como o surdo se constitui ou é constituído aluno de Língua Portuguesa no contexto de uma sala de aula regular? Para tanto, aventamos a hipótese de que os surdos concernidos pela escola regular pesquisada pareciam sofrer os efeitos discursivos de rarefação subjetiva, de modo a não ser promovida uma relação entre eles com o conhecimento em Língua Portuguesa. Em decorrência disso, pareceu-nos que essa rarefação subjetiva do surdo poderia inibir a sua subjetivação como aluno, contrariando o processo dito inclusivo. Teoricamente, filiamo-nos aos estudos da Análise de Discurso de orientação pecheutiana, em sua terceira época (1983), e aos estudos enunciativos sob a perspectiva de Authier-Revuz (1998,2004). Realizamos, ainda, leituras da literatura especializada sobre a surdez e cognição: Fernandes (1990, 2008), Goldfeld (2002), Santana (2007). Metodologicamente, a pesquisa se estabeleceu a partir de um trabalho de campo em que observamos e gravamos as aulas em vídeo em período de quatro meses; além disso, realizamos entrevistas semiestruturadas e produzimos algumas anotações de campo. Nossa análise contou ainda com dois momentos específicos, a saber: no primeiro momento, analisamos algumas sequências discursivas das transcrições das entrevistas para problematizarmos, por meio do dispositivo das Formações Imaginárias, o modo de projeção de imagens que constituem o funcionamento discursivo, o qual se apresenta em sala de sala frente às imagens que cada participante produz sobre si, sobre o outro e sobre a temática em tela. No segundo momento, analisamos a maneira como se estabelece o jogo de endereçamento entre os envolvidos no jogo discursivo de sala de aula, com o intuito de perceber o possível modo como o surdo se constitui ou é constituído como aluno de Língua Portuguesa. A análise indicou que o jogo de endereçamento, em muitos casos, não se sustenta de modo suficiente para que o aluno surdo assuma sua posição discursiva de aluno e, diante disso, produza conhecimento em Língua Portuguesa.UFU2018-07-17T18:26:23Z2018-07-17T18:26:23Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfGONDIM, Onilda Aparecida. Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola. 2015. 248 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos). Universidade Federal de Uberlândia. 2015. Orientador: Dr. Ernesto Sérgio Bertoldohttps://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/188351GONDIM, Onilda Aparecidaporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-07-17T18:33:28Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/188351Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-07-17T18:33:28Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
title |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
spellingShingle |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola GONDIM, Onilda Aparecida Inclusão Surdez Linguagem Discurso Educação |
title_short |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
title_full |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
title_fullStr |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
title_full_unstemmed |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
title_sort |
Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola |
author |
GONDIM, Onilda Aparecida |
author_facet |
GONDIM, Onilda Aparecida |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
GONDIM, Onilda Aparecida |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Inclusão Surdez Linguagem Discurso Educação |
topic |
Inclusão Surdez Linguagem Discurso Educação |
description |
O presente trabalho problematizou, em termos discursivos, o processo de inclusão de alunos surdos, que se apresentou em uma escola regular, analisando os possíveis efeitos que se constituíram para as instâncias: professor, intérprete e surdo, levando em conta como isso acontece na escola. A pesquisa preocupou-se em responder ao seguinte questionamento: como o surdo se constitui ou é constituído aluno de Língua Portuguesa no contexto de uma sala de aula regular? Para tanto, aventamos a hipótese de que os surdos concernidos pela escola regular pesquisada pareciam sofrer os efeitos discursivos de rarefação subjetiva, de modo a não ser promovida uma relação entre eles com o conhecimento em Língua Portuguesa. Em decorrência disso, pareceu-nos que essa rarefação subjetiva do surdo poderia inibir a sua subjetivação como aluno, contrariando o processo dito inclusivo. Teoricamente, filiamo-nos aos estudos da Análise de Discurso de orientação pecheutiana, em sua terceira época (1983), e aos estudos enunciativos sob a perspectiva de Authier-Revuz (1998,2004). Realizamos, ainda, leituras da literatura especializada sobre a surdez e cognição: Fernandes (1990, 2008), Goldfeld (2002), Santana (2007). Metodologicamente, a pesquisa se estabeleceu a partir de um trabalho de campo em que observamos e gravamos as aulas em vídeo em período de quatro meses; além disso, realizamos entrevistas semiestruturadas e produzimos algumas anotações de campo. Nossa análise contou ainda com dois momentos específicos, a saber: no primeiro momento, analisamos algumas sequências discursivas das transcrições das entrevistas para problematizarmos, por meio do dispositivo das Formações Imaginárias, o modo de projeção de imagens que constituem o funcionamento discursivo, o qual se apresenta em sala de sala frente às imagens que cada participante produz sobre si, sobre o outro e sobre a temática em tela. No segundo momento, analisamos a maneira como se estabelece o jogo de endereçamento entre os envolvidos no jogo discursivo de sala de aula, com o intuito de perceber o possível modo como o surdo se constitui ou é constituído como aluno de Língua Portuguesa. A análise indicou que o jogo de endereçamento, em muitos casos, não se sustenta de modo suficiente para que o aluno surdo assuma sua posição discursiva de aluno e, diante disso, produza conhecimento em Língua Portuguesa. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015 2018-07-17T18:26:23Z 2018-07-17T18:26:23Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
GONDIM, Onilda Aparecida. Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola. 2015. 248 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos). Universidade Federal de Uberlândia. 2015. Orientador: Dr. Ernesto Sérgio Bertoldo https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/188351 |
identifier_str_mv |
GONDIM, Onilda Aparecida. Quando incluir é excluir: um estudo discursivo do surdo na escola. 2015. 248 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos). Universidade Federal de Uberlândia. 2015. Orientador: Dr. Ernesto Sérgio Bertoldo |
url |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/188351 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UFU |
publisher.none.fl_str_mv |
UFU |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instacron:UFSC |
instname_str |
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
instacron_str |
UFSC |
institution |
UFSC |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFSC |
collection |
Repositório Institucional da UFSC |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808652099501686784 |