Processamento da morfologia flexional verbal do português brasileiro como língua materna: um estudo com rastreamento ocular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Justino, Julia Sabrina
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/205097
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2018.
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spelling Processamento da morfologia flexional verbal do português brasileiro como língua materna: um estudo com rastreamento ocularLinguísticaLíngua portuguesaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2018.O processamento da morfologia flexional verbal é alvo de um amplo debate na Psicolinguística. Teorias de mecanismo dual (ULLMAN, 1997; PINKER, 1998) sustentam modelos de processamento da morfologia flexional nos quais formas verbais regulares são processadas via computação de regras e formas verbais irregulares são recuperadas na memória declarativa. Em contrapartida, teorias de mecanismo unitário postulam modelos de processamento da morfologia flexional verbal que não fazem distinção de formas regulares e irregulares, seja propondo um mecanismo associativo de acesso às formas flexionadas no léxico mental (RUMELHART; MCCLELLAND, 1986), seja sugerindo um processo de decomposição morfológica dessas formas (STOCKALL; MARANTZ, 2006). Grande parte das evidências até então acumuladas em favor de uma dissociação no processamento de formas regulares e irregulares é proveniente de estudos do processamento do Past Tense em língua inglesa e apontam para propriedades universais do processamento da linguagem. A língua inglesa, no entanto, possui um sistema verbal menos complexo comparativamente ao português brasileiro (PB). Tendo em vista a complexidade do sistema morfológico verbal do PB e suas particularidades flexionais, este trabalho tem como objetivo investigar o papel da classe e do tempo verbal no processamento de verbos flexionados no PB. Para isso, uma tarefa experimental de leitura auto monitorada envolvendo oitenta e uma sentenças experimentais foi conduzida. O processamento de três classes verbais e de três tempos verbais do PB foi analisado a partir do registro da movimentação ocular de noventa e quatro participantes voluntários, falantes do PB como língua materna, durante a leitura das sentenças experimentais. Os resultados mostram que, quanto maior a produtividade da classe à qual o verbo pertence, menor o custo de processamento de sua forma flexionada. Além disso, o tempo verbal também se mostrou relevante para o processamento de formas flexionadas, embora esse resultado tenha sido parcialmente enviesado pela estrutura dos estímulos experimentais em uma das condições analisadas. Com base nos dados fornecidos pelo estudo experimental não é possível afirmar o modelo mais adequado para o processamento da morfologia verbal do PB. No entanto, os resultados da variável classe verbal foram interpretados como evidência inicial de que os verbos em PB sejam processados por um mecanismo unitário decomposicional ou conexionista, no qual a produtividade da classe verbal seria um gradiente que determinaria o custo do processamento.Abstract : The processing of inflectional verbal morphology has been the subject of an extensive debate in Psycholinguistics. Dual-mechanism theories (ULLMAN, 1997; PINKER, 1998) support processing models in which regular verbal forms are processed via rule computation, while irregular verbal forms are retrieved from declarative memory. On the other hand, single-mechanism theories for the processing of inflectional verbal morphology do not distinguish between regular and irregular forms, claiming either that inflected forms can be processed by means of an associative mechanism in the mental lexicon (RUMELHART; MCCLELLAND, 1986) or by a process of morphological decomposition of these forms (STOCKALL; MARANTZ, 2006). Much of the evidence for the dissociation in the processing of regular and irregular forms accumulated so far has been provided by studies of the English Past Tense. Compared to Brazilian Portuguese (BP), however, the English language has a less complex verbal system. In view of the complexity of the morphological verbal system of BP and of its inflectional particularities, this study aims to investigate the role of verbal class and tense in the processing of inflected verbs in BP. Therefore, a self-monitored reading task involving eighty-one experimental sentences was conducted. The processing of three verbal classes and three verbal tenses of BP was analyzed from eye-movement recording of ninety-four BP native speakers during the reading of experimental sentences. The results show that the higher the productivity of the verbal class to which the verb belongs, the lower the processing cost of its inflected form. Besides, verbal tense was also relevant for the processing of inflected forms, although part of this result was biased by the structure of the experimental stimuli in one of the conditions. The results of the present study do not allow for a distinction between models of morphological processing for BP. However, the results related to the processing of verbal class can be interpreted as evidence in favor of a full-decomposition or connectionist single-mechanism for the processing of inflected verbs in BP, in which the productivity of the verbal class is a gradient that determines processing costs.Fortkamp, Mailce Borges MotaUniversidade Federal de Santa CatarinaJustino, Julia Sabrina2020-03-31T13:27:23Z2020-03-31T13:27:23Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis141 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf360427https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/205097porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-03-31T13:27:23Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/205097Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-03-31T13:27:23Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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