Influências do gênero nos conhecimentos tradicionais vinculados à biodiversidade: estudo de caso em comunidades quilombolas de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cantelli, Daniele
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/221992
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Florianópolis, 2020.
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spelling Influências do gênero nos conhecimentos tradicionais vinculados à biodiversidade: estudo de caso em comunidades quilombolas de Santa CatarinaBiologiaBiodiversidadeQuilombolaConhecimento tradicional associadoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Florianópolis, 2020.Partindo do pressuposto que parte da nossa existência depende do uso direto da biodiversidade e que as plantas contribuíram e direcionaram grande parte do curso da história da humanidade, o presente projeto teve como objetivo identificar padrões de distribuição de conhecimentos tradicionais de quatro comunidades quilombolas de Santa Catarina (Aldeia, Morro do Fortunato, Santa Cruz e São Roque) sobre as plantas nativas de seus territórios tradicionais. Consideramos como plantas nativas aquelas originárias do bioma Mata Atlântica. Para além das plantas nativas, muitas outras espécies vegetais não nativas também fazem parte do repertório etnobotânico desses grupos, mas que não foram objeto de estudo desta dissertação. Buscamos elucidar como o gênero dos indivíduos pode influenciar na formação dos padrões de distribuição dos conhecimentos tradicionais vinculados às espécies vegetais. Nos fundamentamos na hipótese de que mulheres concebem informações e relatam experiências vinculadas à plantas de menor porte e próximas às áreas residenciais, e homens à espécies arbóreas encontradas em áreas de mata. A identificação de padrões de conhecimentos vinculados à características sócio-culturais, como a de gênero, contribui para a conservação biocultural dos territórios ao preencher lacunas de informações, levando em consideração as informações de todas as partes representativas ? relacionadas ao gênero - das comunidades. As metodologias empregadas para realização dos objetivos permearam as metodologias da etnobotânica e etnoecologia. O capítulo I é baseado em entrevistas e coleta e identificação de material botânico; parte dos dados deste capítulo é baseada em estudos anteriores nas comunidades Aldeia, Morro do Fortunato e Santa Cruz. Exclusivamente para o objetivo do capítulo II, ferramentas participativas foram desenvolvidas, na qual a comunidade, para além de contribuir com as informações ambientais e culturais, participou de forma coletiva da organização e desenvolvimento das atividades. Identificamos 135 plantas nativas citadas nas quatro comunidades e, especificamente para a comunidade São Roque, 14 espécies-chave para planos de conservação. Além disso, identificamos que a família mais proeminente nas listagens livres das quatro comunidades - Myrtaceae - também é a principal família alvo para estratégias de conservação no bioma Mata Atlântica. Concluímos que compreender padrões de distribuição dos conhecimentos tradicionais que envolvem as espécies vegetais do território e as variações socioeconômicos das comunidades é importante para o manejo sustentável dessas espécies, bem como para a conservação do conhecimento tradicional vinculado à elas. Além disso, numa perspectiva de uso e conservação da biodiversidade que compõe os territórios, compreendemos que interações entre sistemas naturais e sociais, e abordagens acadêmicas e baseadas nos saberes locais, possibilitam a retroalimentação de informações sobre a biodiversidade local, empoderando as partes comunitária e institucional atuantes e permitindo a segurança e conservação da sociobiodiversidade.Abstract: Based on the assumption that part of our existence depends on the direct use of biodiversity and that plants have contributed and directed a large part of the course of human history, this project aimed to identify the patterns of traditional knowledge distribution of four quilombola communities in Santa Catarina (Aldeia, Morro do Fortunato, Santa Cruz and São Roque) about the native plants of their traditional territories. We consider native plants to be those native to the Atlantic Forest biome. In addition to native plants, many other non-native plant species are also part of these groups' ethnobotanical repertoire, yet this dissertation did not focus on the non-natives. We seek to elucidate how the gender of the owners can result in the formation of patterns of distribution of traditional knowledge linked to plant species. We hypothesize that women conceive information and report experience linked to smaller and nearby plants as residential areas, and men to tree species found in forest areas. Identifying patterns of knowledge linked to socio-cultural characteristics, such as gender, contributes to the biocultural conservation of territories by filling information gaps, taking into account information from all representative parts - related to gender - of communities. The methodologies used to achieve the objectives permeated the methodologies of ethnobotany and ethnoecology. Chapter I is based on interviews and the collection and identification of botanical material; part of this chapter's data comes from previous studies in the Aldeia, Morro do Fortunato, and Santa Cruz communities. Exclusively for Chapter II, participatory tools were developed, in which the community participated collectively in the organization and development of activities and contributed with environmental and cultural information. We identified 135 native plants cited in the four communities and, specifically for the São Roque community, 14 key-species for conservation plans. Also, we identified that the most prominent family in the free listings of the four communities - Myrtaceae - is also the main target family for conservation in the Atlantic Forest biome. We conclude that understanding the patterns of distribution of traditional knowledge that involve the plant species of the territory and socio-economic variations of the communities is very important for the sustainable management of these species and the conservation of traditional knowledge linked to them. Besides, in a perception of the use and convergence of biodiversity that makes up the territories, we understand that interactions between natural, social and academic systems and studied in local knowledge enable the feedback of information about local biodiversity, empowering both the community and the institutions and it allows the security and conservation of socio-biodiversity.Hanazaki, NatáliaUniversidade Federal de Santa CatarinaCantelli, Daniele2021-04-12T18:32:57Z2021-04-12T18:32:57Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis108 p.| il.application/pdf371502https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/221992porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-04-12T18:32:57Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/221992Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-04-12T18:32:57Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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