Potencial de sequestro de carbono em pastagens da Região Sul do Brasil: uma revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fronza, Eduardo Erpen
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/251937
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2023.
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spelling Potencial de sequestro de carbono em pastagens da Região Sul do Brasil: uma revisão sistemáticaAgriculturaMudanças climáticasCarbonoSequestro de carbonoPastagensPastagensSolosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2023.Desde a revolução industrial a atividade humana foi responsável pela emissão de aproximadamente 2500 Gt de CO2, aumentando em 50% a concentração de CO2 na atmosfera em relação aos níveis pré-industriais. O aumento deste e de outros gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera levou ao aquecimento global do planeta provocando o fenômeno da mudança climática, cujos efeitos incluem a desertificação e intensificação de eventos climáticos extremos como ondas de calor, secas e chuvas intensas. Estes refletem-se em perda de produtividade agrícola e piora das condições de vida humana, representando atualmente um dos maiores riscos globais para a sociedade. Em 2021 as emissões anuais do Brasil representaram cerca de 4,5% das emissões globais de GEE, com os setores de florestas, uso da terra e agropecuária responsáveis por aproximadamente 75% deste total, oriundas principalmente de desmatamento, degradação florestal e fermentação entérica. O país conta com mais de 150 milhões de hectares de áreas de pastagem, que representam aproximadamente 18% do uso do solo nacional, e aproximadamente 60% apresentam algum nível de degradação. Panorama semelhante é observado para a região sul do país. Buscando uma melhor compreensão sobre a capacidade de mitigação de emissões de GEE pelo manejo adequado destas áreas, este estudo conduziu uma revisão sistemática de literatura, identificando 23 publicações que reportaram valores de sequestro de carbono por pastagens manejadas em diferentes condições nas regiões sul e sudeste do Brasil. Em posse destes dados, foram selecionadas 17 publicações consideradas aderentes às premissas adotadas pela pesquisa, para estimar o potencial de sequestro de carbono (SEQ) pelo solo através da recuperação de pastagens da região sul do Brasil adotando técnicas conservacionistas e regenerativas de manejo agropecuário. Os resultados encontrados revelam que pastagens manejadas podem sustentar taxas de sequestro de carbono da ordem de 2,50 Mg C ha-1 ano-1 por períodos da ordem de 20 anos. Em razão da grande quantidade de variáveis que influenciam nas taxas de SEQ, da quantidade limitada de publicações encontradas, e da heterogeneidade e a ausência de dados para algumas destas variáveis entre as diferentes publicações, um conjunto maior de publicações e dados precisa ser analisado para ser possível estabelecer relações causais e de preponderância sobre o efeito de cada uma das diferentes variáveis nas taxas de SEQ encontradas. Nas atuais condições de ocupação das pastagens da região sul, é estimado que estas áreas teriam potencial para sequestrar de 0,433 a 1,273 Gt CO2 ao final de um período de 20 anos, caso conduzidas sob práticas de manejo adequadas. Esta grandeza é pouco representativa para reduzir a concentração de CO2 atmosférico de emissões legadas e contribuir significativamente para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, reforçando a importância de priorizar a redução das emissões globais de GEE como principal estratégia de mitigação. Por outro lado, da perspectiva de mitigação das emissões nacionais anuais de GEE do setor agropecuário, este potencial não pode ser considerado desprezível. Por fim, a literatura sugere que o sequestro de carbono por solos sob manejo agropecuário pode desempenhar um papel relevante no combate à mudança do clima, integrando o conjunto de soluções e ações necessárias para uma trajetória compatível com as metas do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento do planeta entre 1,5º e 2ºC até o final do século.Abstract: Since the industrial revolution, human activity has been responsible for the emission of approximately 2500 Gt of CO2, increasing the atmospheric CO2 concentration by 50% compared to pre-industrial levels. The increasing atmospheric concentration of greenhouse gases (GHG) led to planet?s global warming, causing the phenomenon of climate change, whose effects include desertification and intensification of extreme weather events such as heatwaves, droughts and heavy rains. Among other consequences, these reflects in loss of agricultural productivity and worsening of human living conditions, currently representing one of the greatest global risks to society. In 2021 Brazil?s GHG emissions accounted for about 4,5% of global emissions, with the forestry, land use and agricultural sectors being responsible for approximately 75% of total national emissions, mainly due to deforestation, forest degradation and enteric fermentation. The country accounts for more than 150 million hectares of pasture areas, representing nearly 18% of the national land use, with 60% of which presenting some level of degradation, in Brazil?s southern region as well. Seeking for a better understanding of the GHG mitigation capacity through properly managing these areas, a systematic literature review was carried out, finding 23 publications that reported values for soil carbon sequestration (SEQ) by pastures managed under different conditions in the south and southeast regions of Brazil. According to the assumptions of soil SEQ potential considered by this research, 17 of such publications were selected to estimate hypothetical soil SEQ potential through recovery of southern Brazilian grasslands, if conservationist and regenerative cattle grazing management techniques were adopted in these areas. The results show that managed pastures may sustain carbon sequestration rates of about 2.50 Mg C ha-1 year-1 for periods such as 20 years. Due to the large number of variables that influence SEQ rates, the limited number of publications found, the heterogeneity and the lack of data for some of these variables among different publications, a larger set of publications and data needs to be analyzed in order to establish causal and preponderance relationships on the effect of each of those different variables on the SEQ rates found. Under the current pasture occupation conditions in Brazil southern region, it is estimated that these areas would have the potential to sequester from 0.433 to 1.273 Gt CO2 at the end of a 20-year period, if conducted under appropriate management practices. This magnitude is not very representative for reducing the concentration of atmospheric CO2 from legacy emissions and thus contribute significantly to mitigating the effects of climate change, reinforcing the importance of prioritizing the reduction of global GHG emissions as the main mitigation strategy. On the other hand, in the perspective of mitigation of annual national GHG emissions from the agricultural sector, this potential cannot be considered negligible. Finally, the literature suggests that carbon sequestration by soils under agricultural management can play a relevant role in combating climate change, integrating the set of solutions and actions necessary for a trajectory compatible with the goals of the Paris Agreement, of limiting the planet's warming of between 1.5º and 2ºC by the end of the century.Loss, ArcângeloTen Caten, AlexandreUniversidade Federal de Santa CatarinaFronza, Eduardo Erpen2023-11-14T23:28:02Z2023-11-14T23:28:02Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis59 p.| il., tabs.application/pdf384788https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/251937porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-11-14T23:28:18Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/251937Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732023-11-14T23:28:18Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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