A experiência como mediadora no ensino da antropologia para quem não vai ser antropólogo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sartori, Ari José
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93481
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2010
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spelling A experiência como mediadora no ensino da antropologia para quem não vai ser antropólogoAntropologia socialAntropologiaEstudo e ensinoEtnologiaUniversidades e faculdades particularesAprendizagem de adultosEstudo e ensinoProfessores universitariosTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2010A pesquisa tratou de fazer uma análise antropológica sobre os meandros do ensino da antropologia em cursos de graduação que não formam antropólogos, a partir de uma etnografia com docentes dessa disciplina em Instituições de Ensino Superior (IESs) privadas na cidade de Curitiba, estado do Paraná. Mesmo que o objeto de estudo tenha sido o ensino da antropologia, não é uma tese sobre educação, mas aproxima-se de uma antropologia da educação. Além da observação participante das aulas, foram realizadas entrevistas com os docentes, seus respectivos coordenadores de curso, vários dos seus alunos e também com representantes da Comissão de Ensino (CE) da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). Os dados etnográficos instigaram a reflexão sobre as concepções de sujeito, do ensino e da aprendizagem que operam na formação dos docentes no ensino superior, em geral, e dos antropólogos, em particular, a partir da atuação destes, identificando suas estratégias na transmissão dos conhecimentos antropológicos. Essas estratégias sugerem que os docentes desenvolveram o seu método, através de um processo de bricolagem, para responder à falta de formação para o ensino, pois a grande maioria não reconhece que a formação recebida nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAs), cuja ênfase é a pesquisa, tenha contribuído para o exercício da docência superior. No entanto, pelas observações das aulas, considera-se que, se é verdadeiro que cada docente construiu seu método fora da academia, é também lícito pensar que a academia contribuiu para o método através do habitus professoral. Esse habitus indica que os nativos operam uma separação entre os conteúdos ensinados e os métodos utilizados, ao enfatizarem os primeiros, em detrimento dos segundos, pois a maior preocupação dos docentes é com o que ensinam; enquanto é sugerido na pesquisa que é o como ensinam que faz a diferença. A diferença não está no tipo de aula ministrada (expositiva ou não) e nem nas fontes bibliográficas (autores clássicos ou seus comentadores); e sim na apropriação desses saberes de maneira significativa; e na capacidade dos docentes de relacionar o entorno, as experiências e vivências de seus alunos e alunas com os principais conceitos antropológicos discutidos. Nesse sentido, a experiência tornou-se uma das principais questões nesta pesquisa. Isso levou a dialogar com outras áreas do conhecimento, exigindo um retorno aos pressupostos kantianos, que são hegemônicos, mas não absolutos, conforme se contrapôs Goethe aos limites a priori impostos por Kant para o conhecimento. A partir dessas análises, a pesquisa apresenta indicativos e sugestões para a formação e para o ensino nos PPGAs, discute o porquê da pouca participação dos professores de antropologia das IESs privadas nos eventos científicos da ABA, relacionando essa ausência com a ênfase na pesquisa em detrimento do ensino, o qual, por sua vez, tem sido o principal ofício dos antropólogos nessas IESs privadas.The research carried out an anthropological analysis of the intricacies of the teaching of anthropology at graduate level in courses outside the realm of the Social Sciences. With this in mind, we conducted an ethnographical research with teachers in that discipline at private Higher Education institutions (IESs) in Curitiba, Parana. Even if the object of our study was the teaching of anthropology, this is not a thesis on education, but leans toward anthropology of education. In addition to participant observation of the classes, interviews were applied to teachers, course coordinators, to many of their students, and also to representatives of the Teaching Commission (CE) of the Brazilian Anthropological Association (ABA). The ethnographic data prompted reflections on the concepts of subject, teaching and learning that operate in the training of teachers in higher education in general and of anthropologists, in particular, in respect to their teaching, identifying their strategies in the transmission of anthropological knowledge. These strategies suggest that teachers have developed their own teaching methods through a process of bricolage, to address the lack of teacher training, since the vast majority realized that their training in the ost-Graduate Studies Programs in Anthropology (PPGAs), whose emphasis is on research, has not contributed to develop their teaching skills. However, if it is assumed that every teacher developed his own method outside the academia, it is also reasonable to think that the academy contributed to the method by forming what we call a professorial habitus. This habitus indicates that natives make a separation between the content taught and the methods to be used, emphasizing the former over the latter, since the major concern of teachers is on the "what# to teach, while we suggest in this research that emphasis on the #how# to teach is what makes an important difference. The difference is not on the type of class taught ("expositive" or not), nor on the sources (authors of the #classics# or their "commentators"), but on the appropriation of this knowledge in a meaningful way, and on the teachers´ ability to relate their students´ background knowledge and experiences to key anthropological concepts discussed. In this sense, "experience" has become the main issue in this research. This led us to a dialogue with other areas of knowledge, returning to Kantian assumptions, which are hegemonic, but not absolute, as was counterpointed by Goethe, who was contrary to the a priori limits to knowledge as imposed by Kant. From this analysis, the research brings suggestions for training and teaching in PPGAs, discusses the reasons for the low participation of anthropology teachers from private Higher Education Institutions in scientific events organized by ABA, correlating their absence in such events to the fact that they emphasize research while private institutions place emphasis on teaching.Tassinari, Antonella Maria ImperatrizUniversidade Federal de Santa CatarinaSartori, Ari José2012-10-24T22:56:04Z2012-10-24T22:56:04Z2012-10-24T22:56:04Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis400 p.| il., tabs.application/pdf278537http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93481porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-01T17:38:48Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/93481Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-01T17:38:48Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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