Por uma bioética antirracista: análise da literatura bioética brasileira e estadunidense sobre racismo
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/227163 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2021. |
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Por uma bioética antirracista: análise da literatura bioética brasileira e estadunidense sobre racismoSaúde coletivaBioéticaRacismoDireitos humanosPesquisaNegrosDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2021.Racismo é um discurso e uma prática social que classifica, hierarquiza e pretende normatizar seres humanos a partir de fenótipos, como cor da pele, e hereditariedade. Como tecnologia biopolítica, o racismo tenta dominar corpos e subjetividades de determinados grupos, definindo padrões de acesso aos direitos humanos e produzindo desigualdades e prejuízos. A bioética, como campo de ciência que busca a reflexão ética sobre o uso da ciência, da tecnologia e do governo da vida e saúde, tem o racismo como um objeto importante, por ser um problema persistente e cotidiano. O objetivo deste estudo é analisar os sentidos que autoras e autores de periódicos de bioética do Brasil e dos Estados Unidos atribuem ao racismo. Para tal, foi realizada uma revisão da literatura, lançando-se mão do método Critical Interpretive Synthesis. A coleta das referências foi realizada em bases de dados e nos sites de periódicos de bioéticas escolhidos. A análise dos dados se deu a partir da análise de práticas discursivas, com o auxílio do software Atlas.ti 8 para a codificação e elaboração das categorias de análise. Ao total, foram incluídas 17 referências na pesquisa e criadas quatro categorias: Sentidos de raça e de racismo; Racismo na pesquisa; Racismo e saúde e Deveres da bioética. Sentidos de raça e racismo: engloba a compreensão dos autores de raça, entendida como construção social. O racismo é compreendido como um problema contemporâneo, com resquícios do chamado ?racismo científico?, que permeia as ciências da vida e produz desigualdades. Racismo na pesquisa: mostra os efeitos do racismo na seleção de participantes de pesquisa, o debate sobre o uso da variável ?raça? nas pesquisas com seres humanos e os casos de racismo científico que marcaram a história da bioética. Racismo e saúde: foram incluídas discussões sobre o acesso a saúde, os determinantes sociais de saúde, incluindo aí raça e o racismo no diagnóstico de doenças específicas. Também é debatida a representatividade racial na medicina e o racismo dentro da própria categoria. Deveres da bioética: traz as conclusões dos autores diante do problema do racismo, entendendo a necessidade de a bioética se colocar politicamente como antirracista, participar de debates sobre racismo estrutural e fazer enfrentamentos com seus pares e disciplinas relacionadas, como áreas da saúde e do direito. O estudo conclui que se vê a necessidade de se ampliar a discussão sobre o tema nas ciências da saúde, entendendo o racismo como importante estruturador de desigualdades sociais. Ademais, uma prática importante da educação em saúde seria o de desmitificar continuamente o mito da democracia racial, entendendo que a sociedade brasileira é cheia de conflitos e o silêncio sobre violências e abusos apenas os perpetuam.Abstract: Racism is a discourse and a social practice that classifies, hierarchizes and intends to normalize human beings based on phenotypes, such as skin color and heredity. As a biopolitical technology, racism tries to dominate bodies and subjectivities of certain groups, defining patterns of access to human rights and producing inequalities and losses. Bioethics, as a field of science that seeks ethical reflection on the use of science, technology and the governance of life and health, has racism as an important object, as it is a persistent and everyday problem. The aim of this study is to analyze the meanings that authors of bioethics journals in Brazil and the United States attribute to racism. To this end, a literature review was carried out, using the critical interpretive synthesis method. The collection of references was carried out in databases and on the websites of chosen bioethics journals. Data analysis was based on the analysis of discursive practices, with the help of the Atlas.ti 8 software for coding and elaboration of the analysis categories. In total, 17 references were included in the research and four categories were created: Meanings of race and racism; Racism in research; Racism and health and Duties of bioethics. Meanings of race and racism: encompasses the authors' understanding of race as a social construction. Racism is understood as a contemporary problem, with remnants of the so-called ?scientific racism?, which permeates the life sciences and produces inequalities. Racism in research: shows the effects of racism in the selection of research participants, the debate on the use of the variable ?race? in research involving human beings and the cases of scientific racism that marked the history of bioethics. Racism and health: discussions on access to health, social determinants of health, including race and racism in the diagnosis of specific diseases were included. Racial representation in medicine and racism within the category itself are also debated. Duties of bioethics: brings the authors' conclusions regarding the problem of racism, understanding the need for bioethics to politically position itself as anti-racist, to participate in debates on structural racism and to confront their peers and related disciplines, such as areas of health and law. The study concludes that there is a need to broaden the discussion on the subject in the health sciences, understanding racism as an important structurer of social inequalities. Furthermore, an important practice in health education would be to continually demystify the myth of racial democracy, understanding that Brazilian society is full of conflicts and the silence about violence and abuse only perpetuates them.Hellmann, FernandoValencia, María Fernanda VásquezUniversidade Federal de Santa CatarinaVerzola, Yuri Eller2021-08-23T14:08:22Z2021-08-23T14:08:22Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis79 p.| il.application/pdf372623https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/227163porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-08-23T14:08:22Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/227163Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-08-23T14:08:22Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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