A inserção da oftalmologia em escolas médicas brasileiras com currículos disciplinares e não disciplinares
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20580 |
Resumo: | O modelo biomédico prevalente no ensino médico sofre sérios questionamentos a partir da metade do século XX, havendo uma transição paradigmática rumo ao atual, de atenção integral do indivíduo. Estas mudanças, que ocorreram em todo o mundo, tiveram reflexos tardios no Brasil, e somente na década de oitenta surgiram movimentos propondo uma reflexão mais profunda sobre a formação médica, no sentido de reduzir as falhas do ensino e qualificar o profissional para a nova realidade que se apresentava. O perfil contemporâneo de formação, preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, é de um profissional capacitado em todas as dimensões da competência profissional, avançando para além das cognitivas e técnicas e incorporando as dimensões afetivas, relacionais, dentre outras. Hoje precisamos de um profissional humanizado e multicompetente, capaz de trabalhar em equipe e ciente de seu papel transformador da sociedade.Neste contexto situa-se essa pesquisa, voltada para a necessidade de estudar o ensino atual de uma especialidade médica – a oftalmologia – para compreender de que forma a inserção do ensino de uma especialidade (em geral isolada no currículo médico) ocorre, frente à necessidade da formação geral do médico. O objetivo deste trabalho é analisar a inserção da oftalmologia em cursos de medicina com currículo disciplinar e não-disiciplinar, a partir de análise documental e de entrevistas realizadas com coordenadores de graduação e com docentes responsáveis pela oftalmologia. Foram estudadas oito escolas de medicina, localizadas no Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. As entrevistas foram analisadas para apreender as concepções dos sujeitos sobre o ensino, identificando suas características principais. Todos os entrevistados, tanto coordenadores de curso como docentes da especialidade, consideraram que os cursos médicos devem formar um profissional com um perfil geral, em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina, sendo este o contexto no qual a oftalmologia deve ser inserida. Em que pese a oftalmologia, tanto como serviço hospitalar quanto componente curricular, ser relacionada dentre as especialidades cirúrgicas, foi possível depreender que o ensino da mesma no âmbito da formação geral do médico deve considerar essencialmente seus aspectos clínicos. Uma possibilidade de integração da oftalmologia diz respeito à “pulverização” dos conteúdos longitudinalmente no currículo, guardando relação com competências profissionais desenvolvidas por grandes áreas da medicina (clínica, pediatria e medicina comunitária, dentre outras). Os resultados demonstraram a necessidade de reavaliação do espaço da oftalmologia dentro do currículo médico, no sentido de adequar o ensino da especialidade à formação geral do médico. O trabalho finaliza propondo princípios norteadores para a inserção da oftalmologia na graduação médica, numa perspectiva de integração e de atenção integral à saúde. |
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A inserção da oftalmologia em escolas médicas brasileiras com currículos disciplinares e não disciplinaresThe insertion of ophthalmology in brazilian medical schools with disciplinary and non-disciplinary cirriculaOftalmologia/educaçãoEducação médicaCurrículoEducação de pré-graduação em medicinaOphthalmology/educationMedical educationCurriculumUndergraduate medical educationO modelo biomédico prevalente no ensino médico sofre sérios questionamentos a partir da metade do século XX, havendo uma transição paradigmática rumo ao atual, de atenção integral do indivíduo. Estas mudanças, que ocorreram em todo o mundo, tiveram reflexos tardios no Brasil, e somente na década de oitenta surgiram movimentos propondo uma reflexão mais profunda sobre a formação médica, no sentido de reduzir as falhas do ensino e qualificar o profissional para a nova realidade que se apresentava. O perfil contemporâneo de formação, preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, é de um profissional capacitado em todas as dimensões da competência profissional, avançando para além das cognitivas e técnicas e incorporando as dimensões afetivas, relacionais, dentre outras. Hoje precisamos de um profissional humanizado e multicompetente, capaz de trabalhar em equipe e ciente de seu papel transformador da sociedade.Neste contexto situa-se essa pesquisa, voltada para a necessidade de estudar o ensino atual de uma especialidade médica – a oftalmologia – para compreender de que forma a inserção do ensino de uma especialidade (em geral isolada no currículo médico) ocorre, frente à necessidade da formação geral do médico. O objetivo deste trabalho é analisar a inserção da oftalmologia em cursos de medicina com currículo disciplinar e não-disiciplinar, a partir de análise documental e de entrevistas realizadas com coordenadores de graduação e com docentes responsáveis pela oftalmologia. Foram estudadas oito escolas de medicina, localizadas no Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. As entrevistas foram analisadas para apreender as concepções dos sujeitos sobre o ensino, identificando suas características principais. Todos os entrevistados, tanto coordenadores de curso como docentes da especialidade, consideraram que os cursos médicos devem formar um profissional com um perfil geral, em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina, sendo este o contexto no qual a oftalmologia deve ser inserida. Em que pese a oftalmologia, tanto como serviço hospitalar quanto componente curricular, ser relacionada dentre as especialidades cirúrgicas, foi possível depreender que o ensino da mesma no âmbito da formação geral do médico deve considerar essencialmente seus aspectos clínicos. Uma possibilidade de integração da oftalmologia diz respeito à “pulverização” dos conteúdos longitudinalmente no currículo, guardando relação com competências profissionais desenvolvidas por grandes áreas da medicina (clínica, pediatria e medicina comunitária, dentre outras). Os resultados demonstraram a necessidade de reavaliação do espaço da oftalmologia dentro do currículo médico, no sentido de adequar o ensino da especialidade à formação geral do médico. O trabalho finaliza propondo princípios norteadores para a inserção da oftalmologia na graduação médica, numa perspectiva de integração e de atenção integral à saúde.The biomedical model widely adopted in medical education has been challenged since the second half of 20th.Century. There has been a paradigmatic shift towards a model that aims at integral care of the individual. Those worldwide changes reflected lately in Brazil, and only about 1980 it has been proposed a more deep reflection about medical undergraduation, in order to reduce educational failures and improve the training of professionals towards the new reality. Nowadays, National Curricular Guidelines demand that medical courses graduate doctors with all the dimensions of professional competence, from cognitive and technical to relational and affective, among others. Doctors must be able to work in teams, in a compassionate way, and must be conscious of their social transforming role. This research aims at studying the teaching of a medical specialty – ophthalmology – in order to understand how possible it is to insert a specialty in a generalist curriculum. The objective of the research is to analyze the insertion of ophthalmology in undergraduate medical courses with disciplinary and non-disciplinary curricula, by means of document analyses and interviews with deans and medical teachers responsible for ophthalmology courses. Eight schools in Rio de Janeiro, Sao Paulo and Parana States were investigated. The conceptions of the subject about teaching were apprehended in the interviews. All subjects stated that medical courses must graduate general physicians, according to Curricular Guidelines, and that is the context in which ophthalmology should be taught. Despite being a surgical specialty, emphasis should be put on clinical aspects. Integration with other areas could be attempted by “powdering” its contents longitudinally along the course. Competencies should be developed simultaneously with main fields of medical teaching, such as Internal Medicine, Pediatrics and Community Medicine, among others. The results showed the need of reevaluating the insertion of ophthalmology in medical undergraduate curriculum. Finally the work proposes several principles in order to achieve teaching of the specialty in an integrative perspective.BV UNIFESP: Teses e dissertaçõesUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Maia, José Antonio [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Pachá, Patricia Maciel [UNIFESP]2015-12-06T23:05:33Z2015-12-06T23:05:33Z2005info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion137 f.application/pdfPACHÁ, Patrícia Maciel. A inserção da oftalmologia em escolas médicas brasileiras com currículos disciplinares e não disciplinares. 2005. 137 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde) – Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2005.Publico-20580.pdfhttp://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20580porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-28T19:08:08Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/20580Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-07-28T19:08:08Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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