Imagens como Instrumento de Poder: O Evangelismo High-Tech e a Nova Estética Neopentecostal

• Autor(a) principal: Barbosa, Ana Beatriz Tavares [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70518
• topic: Religião; Poder; Estética; Intolerância; Polarização

O artigo problematiza imagem, poder e política a partir da relação entre o movimento Neopentecostal e o fenômeno das megaigrejas. Tem como hipótese que esta relação evidencia a complexa interação entre a interpretação teológica, a prática eclesiástica, a ação política e construções estéticas e imagéticas como instrumento de poder. Neste fenômeno, os discursos norteadores desse movimento moldam suas visões sobre autoridade, prosperidade, e a relação entre a fé e o sucesso material, desempenhando um papel crucial para entender a atuação dessas instituições. Essa interpretação pode influenciar as estratégias de captação de recursos e as mensagens pregadas, destacando a ideia de que o domínio das principais esferas estratégicas da sociedade (família, religião, artes e entretenimento, mídia, governo, educação e empresas) é parte de um "plano divino". Neste contexto, destaca-se, em influência nacional e internacional, a Igreja Lagoinha, liderada pela família Valadão, e atualmente presidida por André Valadão, como uma das pioneiras em implantar a visão expansionista e dominionista na era do engajamento digital, explorando e utilizando a imagem como ferramenta política, ideológica, e financeira. O artigo apresenta uma breve definição de conceitos e origens do Neopentecostalismo e os discursos teológicos que o perpassam (como a teologia da prosperidade e a teologia do domínio), analisa a estética caracterizada pela ideia de expansão e espetáculo estudando o caso da Igreja Lagoinha e suas repercussões, e busca, verificando os pontos em que se convergem esses fatores, propor uma reflexão sobre a tradição vigente que sustenta a mercantilização e politização do Evangelho, e usam a imagem e a comunicação midiática como instrumento de captação de fiéis, promovendo comportamentos e discursos transgressores e de ódio, em projetos particulares de poder, intolerância e polarização social.