HIV/Aids e violência: da opressão que cala à participação que acolhe e potencializa
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/6610 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902011000300010 |
Resumo: | Este estudo exploratório e descritivo visou investigar a aproximação entre violência e vulnerabilidade à infecção ao HIV/Aids, especificamente a contribuição de ONGs/Aids no enfrentamento de situações de violência sofridas por pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA) no decorrer de suas vidas, destacando formas distintas de violência, dentre elas o abuso sexual. Consideramos que vivências de várias formas e graus de violência na infância e adolescência tornam as pessoas mais vulneráveis à infecção a DST/HIV/Aids, principalmente as pessoas que vivem situações de exclusão social. Além disso, é necessário que existam redes de suporte psicossociais mais fortalecidas e preparadas para atender as demandas das pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA). Foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais de uma entidade e entrevistas em profundidade com jovens, além da realização de observação participante. Os resultados indicaram que a história de vida das PVHA, permeada pela violência, traz marcas indeléveis, principalmente pelo esfacelamento de laços familiares e comunitários, difíceis de serem refeitos, tendo o abuso sexual aparecido nos relatos como consequência insofismável de um contexto marcado por diversas formas de opressão social. Por sua vez, a participação em uma ONG/Aids proporcionou um espaço para a elaboração de aspectos da violência sofrida na medida em que o acolhimento possibilitou a troca de experiências entre seus pares e o diálogo com profissionais e voluntários. Dessa forma, em um espaço que pretende a politização da doença, o silêncio, o terror e o isolamento social podem ser substituídos por experiências referenciadas pela autonomia, dignidade e cidadania. |
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Silva, Josicleide Maciel daCastro-Silva, Carlos Roberto de [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)2015-06-14T13:43:15Z2015-06-14T13:43:15Z2011-09-01Saúde e Sociedade. Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.Associação Paulista de Saúde Pública., v. 20, n. 3, p. 635-646, 2011.0104-1290http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/6610http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902011000300010S0104-12902011000300010.pdfS0104-1290201100030001010.1590/S0104-12902011000300010Este estudo exploratório e descritivo visou investigar a aproximação entre violência e vulnerabilidade à infecção ao HIV/Aids, especificamente a contribuição de ONGs/Aids no enfrentamento de situações de violência sofridas por pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA) no decorrer de suas vidas, destacando formas distintas de violência, dentre elas o abuso sexual. Consideramos que vivências de várias formas e graus de violência na infância e adolescência tornam as pessoas mais vulneráveis à infecção a DST/HIV/Aids, principalmente as pessoas que vivem situações de exclusão social. Além disso, é necessário que existam redes de suporte psicossociais mais fortalecidas e preparadas para atender as demandas das pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA). Foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais de uma entidade e entrevistas em profundidade com jovens, além da realização de observação participante. Os resultados indicaram que a história de vida das PVHA, permeada pela violência, traz marcas indeléveis, principalmente pelo esfacelamento de laços familiares e comunitários, difíceis de serem refeitos, tendo o abuso sexual aparecido nos relatos como consequência insofismável de um contexto marcado por diversas formas de opressão social. Por sua vez, a participação em uma ONG/Aids proporcionou um espaço para a elaboração de aspectos da violência sofrida na medida em que o acolhimento possibilitou a troca de experiências entre seus pares e o diálogo com profissionais e voluntários. Dessa forma, em um espaço que pretende a politização da doença, o silêncio, o terror e o isolamento social podem ser substituídos por experiências referenciadas pela autonomia, dignidade e cidadania.This exploratory and descriptive study aimed at investigating the relation between violence and vulnerability to HIV-AIDS infection, specifically, how NGOs/AIDS help individuals infected with HIV-AIDS face situations of violence. Different forms of violence are pointed out, among them, sexual abuse. We consider that the various ways, forms and degrees of violence experienced in infancy and adolescence make people more vulnerable to STD/HIV/AIDS, especially those who experience social exclusion situations. Moreover, there must be strong and well-prepared psychosocial supporting networks to meet the demands of people who live with HIV/AIDS. We conducted semi-directed interviews with professionals of one organization and in-depth interviews with young people, in addition to participant observation. The results indicated that the life history of persons infected with HIV-AIDS is permeated by violence, which leaves indelible consequences, especially to the family and community ties, making the recovering process very difficult. In the interviews, sexual abuse emerged as the consequence of a context marked by various forms of social oppression. On the other hand, the participation of one NGO/AIDS has been instrumental in creating a space to facilitate the understanding of the various aspects of violence. We point out the NGO's welcoming service, which facilitated the exchange of experiences and dialogue among infected people, professionals and volunteers. Thus, in an environment which tries to politicize the problem, silence, terror and social isolation can be replaced by experiences of empowerment, autonomy, dignity and citizenship.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)UNIFESP, ISSSciELO635-646porFaculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.Associação Paulista de Saúde Pública.Saúde e SociedadeOrganizações Não GovernamentaisHIV/AidsViolênciaParticipação PolíticaNon-Governmental Organization (NGO)AIDSViolencePolitical ParticipationHIV/Aids e violência: da opressão que cala à participação que acolhe e potencializaHIV/AIDS and violence: from the oppression that silences to the participation that welcomes and empowersinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0104-12902011000300010.pdfapplication/pdf142639${dspace.ui.url}/bitstream/11600/6610/1/S0104-12902011000300010.pdf1240d2375c5bf674f46d916e950b87c1MD51open accessTEXTS0104-12902011000300010.pdf.txtS0104-12902011000300010.pdf.txtExtracted texttext/plain49075${dspace.ui.url}/bitstream/11600/6610/6/S0104-12902011000300010.pdf.txt7b6658070556922634ff8bbc38538fbeMD56open accessTHUMBNAILS0104-12902011000300010.pdf.jpgS0104-12902011000300010.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg5943${dspace.ui.url}/bitstream/11600/6610/8/S0104-12902011000300010.pdf.jpgc4484eb13af7a8ed3b4ac6d5bc76d378MD58open access11600/66102023-06-05 19:07:58.804open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/6610Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-06-05T22:07:58Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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Este estudo exploratório e descritivo visou investigar a aproximação entre violência e vulnerabilidade à infecção ao HIV/Aids, especificamente a contribuição de ONGs/Aids no enfrentamento de situações de violência sofridas por pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA) no decorrer de suas vidas, destacando formas distintas de violência, dentre elas o abuso sexual. Consideramos que vivências de várias formas e graus de violência na infância e adolescência tornam as pessoas mais vulneráveis à infecção a DST/HIV/Aids, principalmente as pessoas que vivem situações de exclusão social. Além disso, é necessário que existam redes de suporte psicossociais mais fortalecidas e preparadas para atender as demandas das pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA). Foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais de uma entidade e entrevistas em profundidade com jovens, além da realização de observação participante. Os resultados indicaram que a história de vida das PVHA, permeada pela violência, traz marcas indeléveis, principalmente pelo esfacelamento de laços familiares e comunitários, difíceis de serem refeitos, tendo o abuso sexual aparecido nos relatos como consequência insofismável de um contexto marcado por diversas formas de opressão social. Por sua vez, a participação em uma ONG/Aids proporcionou um espaço para a elaboração de aspectos da violência sofrida na medida em que o acolhimento possibilitou a troca de experiências entre seus pares e o diálogo com profissionais e voluntários. Dessa forma, em um espaço que pretende a politização da doença, o silêncio, o terror e o isolamento social podem ser substituídos por experiências referenciadas pela autonomia, dignidade e cidadania. |
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