A contribuição da graduação em enfermagem para atuação na estratégia saúde da família

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Garcia, Carina Bortolato [UNIFESP]
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/58857
Resumo: Este trabalho tem como objetivos caracterizar o perfil do Enfermeiro que atua na Estratégia Saúde da Família na mesorregião Norte Pioneiro Paranaense, investigar seu processo de formação para atuação nessa estratégia e conhecer as contribuições específicas que a graduação traz para o desenvolvimento da competência profissional exigida nesse nível de atenção. Trata-se de pesquisa exploratória, de caráter descritivo-analítico, a qual utilizou a abordagem quantitativa e qualitativa. Os dados desta pesquisa foram coletados em duas etapas: num primeiro momento, através de um questionário de escala tipo Likert, do qual participaram 72 enfermeiros atuantes na Estratégia Saúde da Família na região investigada e por meio do qual as respostas foram sistematizadas, tabuladas e o grau de concordância com as assertivas ou discordância foi apresentado em percentuais e em formato de gráficos; num segundo momento, objetivando o aprofundamento da primeira etapa, foi realizada entrevista semiestruturada com uma amostragem de 15 enfermeiros, definida por meio da técnica de saturação teórica das informações; os dados da segunda fase foram tratados por meio da técnica de Análise de Conteúdo, segundo referencial de Minayo. Os resultados apontaram que o enfermeiro é predominantemente do sexo feminino, a maioria com idade entre 21 e 30 anos, e egresso de universidades públicas, tendo a Estratégia Saúde da Família como única opção de trabalho. A maioria dos entrevistados apontou como opção de trabalho na Estratégia Saúde da Família a possibilidade de experiência no trabalho em equipe, trabalho multiprofissional e interdisciplinar, vocação e compromisso com a sociedade. Em relação à prática, os enfermeiros apontaram um trabalho diversificado, complexo, gerencial e dinâmico, comprometido com a integralidade no cuidado e permeado por limites e desafios. Quanto à contribuição da graduação para a prática do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família, os participantes demostraram a existência de um paradoxo, ora afirmando que a graduação os preparou para essa prática, ora relatando que não se sentiam seguros para assumir a coordenação de uma Estratégia Saúde da Família logo após a formação na graduação. Nesse sentido, os enfermeiros foram unânimes na proposição de mudanças visando melhorar o ensino/estágio do graduando na ESF e no SUS, o ensino e a experiência do trabalho em equipe, multiprofissional e interdisciplinar, o ensino e a vivência com a integralidade do cuidado e, além disso, incluiriam disciplinas como Saúde Coletiva e Atenção Básica na graduação em enfermagem. Contudo, embora os cursos de graduação pareçam oferecer aspectos relevantes para a prática do enfermeiro na ESF – como preparo para a coordenação, integralidade no cuidado, educação à saúde, educação permanente em saúde e trabalho em equipe – eles não conseguem alcançar a complexidade do preparo do enfermeiro para essa atividade devido à falta de articulação entre a teoria e a prática durante o período da graduação. Evidencia-se, portanto, com esta pesquisa, que a formação apenas se inicia na graduação, sendo necessárias capacitação profissional e especialização na área.
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