O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Mário Costa [UNIFESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5762602
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50624
Resumo: Metabólitos da fermentação bacteriana estão cada dia mais sendo associados com respostas imuno-inflamatórias sistêmicas, assim como sua participação em doenças como câncer, obesidade, diabetes e lesões renais. Recentemente, uma relação entre os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) e as lesões renais foi revelada sugerindo diferentes papéis dos SCFAs como estratégias terapêuticas para a injúria renal, entretanto o papel destas moléculas na lesão renal aguda (LRA) induzida pela cisplatina não foi determinado. A cisplatina (CDDP) é uma droga antineoplásica utilizada em mais de 500 protocolos de tratamento para diferentes tipos de câncer e seu efeito colateral mais comum é a nefrotoxicidade e apesar de muitos esforços, nenhum protocolo definitivo de tratamento parece prevenir a LRA induzida por cisplatina sem afetar suas propriedades antitumorais. Neste contexto o efeito dos SCFAs, em particular, o papel do acetato foi avaliado como possível protetor da nefrotoxicidade induzida pela cisplatina. O tratamento com acetato foi capaz de prevenir os danos renais e melhorar as taxas de ureia, creatinina sérica e os níveis de Kim-1 induzidos pela cisplatina. A microscopia eletrônica de transmissão do tecido renal mostrou que o acetato foi capaz de prevenir os danos às mitocondriais de células tubulares induzidos pela cisplatina no tecido renal. Em células de cultura o acetato preservou a função mitocondrial, a taxa de acidificação extracelular e a indução de espécies reativas de oxigênio resultando na inibição da morte celular e da LRA induzida pela cisplatina. O sistema imune tem papel fundamental na progressão e desfecho da LRA induzida pela cisplatina, foi demonstrado que tratamento com acetato frente à LRA induzida pela cisplatina previne o infiltrado de neutrófilos e macrófagos Ly6C+Ly6G- no rim e que os macrófagos CCR2 e CX3CR1 participam da LRA induzida pela cisplatina enquanto o tratamento com acetato modulou estas populações durante a lesão renal para um perfil menos inflamatório. Estes resultados sugerem que o acetato foi capaz de atenuar parcialmente a lesão renal aguda induzida pela cisplatina tanto in vitro como in vivo, talvez pela sua capacidade em prevenir a morte de células tubulares, mas também pelo papel mediador/polarizador da resposta inflamatória mediada por macrófagos durante a injúria renal induzida pela cisplatina.
id UFSP_46af751228392c930979b84e9ba158d7
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br/:11600/50624
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Cruz, Mário Costa [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Câmara, Niels Olsen Saraiva [UNIFESP]São Paulo2019-06-19T14:58:10Z2019-06-19T14:58:10Z2017-12-20Metabólitos da fermentação bacteriana estão cada dia mais sendo associados com respostas imuno-inflamatórias sistêmicas, assim como sua participação em doenças como câncer, obesidade, diabetes e lesões renais. Recentemente, uma relação entre os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) e as lesões renais foi revelada sugerindo diferentes papéis dos SCFAs como estratégias terapêuticas para a injúria renal, entretanto o papel destas moléculas na lesão renal aguda (LRA) induzida pela cisplatina não foi determinado. A cisplatina (CDDP) é uma droga antineoplásica utilizada em mais de 500 protocolos de tratamento para diferentes tipos de câncer e seu efeito colateral mais comum é a nefrotoxicidade e apesar de muitos esforços, nenhum protocolo definitivo de tratamento parece prevenir a LRA induzida por cisplatina sem afetar suas propriedades antitumorais. Neste contexto o efeito dos SCFAs, em particular, o papel do acetato foi avaliado como possível protetor da nefrotoxicidade induzida pela cisplatina. O tratamento com acetato foi capaz de prevenir os danos renais e melhorar as taxas de ureia, creatinina sérica e os níveis de Kim-1 induzidos pela cisplatina. A microscopia eletrônica de transmissão do tecido renal mostrou que o acetato foi capaz de prevenir os danos às mitocondriais de células tubulares induzidos pela cisplatina no tecido renal. Em células de cultura o acetato preservou a função mitocondrial, a taxa de acidificação extracelular e a indução de espécies reativas de oxigênio resultando na inibição da morte celular e da LRA induzida pela cisplatina. O sistema imune tem papel fundamental na progressão e desfecho da LRA induzida pela cisplatina, foi demonstrado que tratamento com acetato frente à LRA induzida pela cisplatina previne o infiltrado de neutrófilos e macrófagos Ly6C+Ly6G- no rim e que os macrófagos CCR2 e CX3CR1 participam da LRA induzida pela cisplatina enquanto o tratamento com acetato modulou estas populações durante a lesão renal para um perfil menos inflamatório. Estes resultados sugerem que o acetato foi capaz de atenuar parcialmente a lesão renal aguda induzida pela cisplatina tanto in vitro como in vivo, talvez pela sua capacidade em prevenir a morte de células tubulares, mas também pelo papel mediador/polarizador da resposta inflamatória mediada por macrófagos durante a injúria renal induzida pela cisplatina.Bacterial fermentation metabolites have increasingly been associated with systemic immune-inflammatory responses, besides their involvement in diseases such as cancer, obesity, diabetes and kidney damage. Recent evidence of a relationship between short chain fatty acids (SCFAs) and renal lesions suggests different roles of SCFAs as a therapeutic strategy for renal injury; however, their role in cisplatin-induced acute kidney injury (AKI) has not been determined. Cisplatin (CDDP) is an antineoplastic drug used in more than 500 treatment protocols for different types of cancer and its most common side effect is nephrotoxicity. Despite many efforts, no definitive treatment protocol can prevent cisplatin-induced AKI without affecting its antitumor properties. In this study, we evaluated the effect of acetate, a SCFA, as a possible protector of cisplatin-induced nephrotoxicity. We observed that acetate treatment reverses cisplatin-induced effects by preventing renal damage and decrease the level of urea, creatinine and Kim-1 in the serum. Transmission electron microscopy and Seahorse Analyzer showed that acetate prevents cisplatin-induced mitochondrial damage of renal tubule cells, restores the mitochondrial function by increasing the oxygen consumption rate (OCR), decreasing the extracellular acidification rate (ECAR) and the induction of reactive oxygen species (ROS) which results in the inhibition of cisplatin-induced cell death and AKI. The immune system plays a key role in the outcome and progression of cisplatin-induced AKI, we showed that acetate treatment prevents cisplatin-induced AKI infiltration of neutrophils and macrophages Ly6C+Ly6G- in the kidney. The macrophages CCR2 and CX3CR1 participate in the cisplatin-induced AKI while acetate treatment modulated these populations to a less inflammatory profile during renal injury. Our findings indicate that acetate ameliorates cisplatin-induced AKI both in vitro and in vivo, by a combinatory effect of preventing tubular cell death, and polarizing the macrophage-mediated inflammatory response.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2017)98 f.https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5762602http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50624porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Lesão renal agudaCisplatinaÁcidos graxos de cadeia curtaAcetatoInflamaçãoAcute kidney injuryCisplatinShort chain fatty acidsAcetateInflammationO papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatinaThe role of acetate as a modulator of acute kidney injury induced by cisplatininfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de MedicinaMedicina (Nefrologia)Insuficiência RenalInsuficiência Renal AgudaORIGINALMario Costa Cruz PDF A.pdfMario Costa Cruz PDF A.pdfTese de doutoradoapplication/pdf2731537https://repositorio.unifesp.br/bitstreams/a7514fe0-52a3-40af-b37f-92fca29d25ee/download62d5fb59b344f6bace9529de5e323712MD5111600/506242024-02-08 14:47:24.213oai:repositorio.unifesp.br/:11600/50624https://repositorio.unifesp.brRepositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652024-02-08T14:47:24Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
dc.title.alternative.en.fl_str_mv The role of acetate as a modulator of acute kidney injury induced by cisplatin
title O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
spellingShingle O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
Cruz, Mário Costa [UNIFESP]
Lesão renal aguda
Cisplatina
Ácidos graxos de cadeia curta
Acetato
Inflamação
Acute kidney injury
Cisplatin
Short chain fatty acids
Acetate
Inflammation
title_short O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
title_full O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
title_fullStr O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
title_full_unstemmed O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
title_sort O papel do acetato como modulador da lesão renal aguda induzida por cisplatina
author Cruz, Mário Costa [UNIFESP]
author_facet Cruz, Mário Costa [UNIFESP]
author_role author
dc.contributor.institution.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.author.fl_str_mv Cruz, Mário Costa [UNIFESP]
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Câmara, Niels Olsen Saraiva [UNIFESP]
contributor_str_mv Câmara, Niels Olsen Saraiva [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Lesão renal aguda
Cisplatina
Ácidos graxos de cadeia curta
Acetato
Inflamação
topic Lesão renal aguda
Cisplatina
Ácidos graxos de cadeia curta
Acetato
Inflamação
Acute kidney injury
Cisplatin
Short chain fatty acids
Acetate
Inflammation
dc.subject.eng.fl_str_mv Acute kidney injury
Cisplatin
Short chain fatty acids
Acetate
Inflammation
description Metabólitos da fermentação bacteriana estão cada dia mais sendo associados com respostas imuno-inflamatórias sistêmicas, assim como sua participação em doenças como câncer, obesidade, diabetes e lesões renais. Recentemente, uma relação entre os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) e as lesões renais foi revelada sugerindo diferentes papéis dos SCFAs como estratégias terapêuticas para a injúria renal, entretanto o papel destas moléculas na lesão renal aguda (LRA) induzida pela cisplatina não foi determinado. A cisplatina (CDDP) é uma droga antineoplásica utilizada em mais de 500 protocolos de tratamento para diferentes tipos de câncer e seu efeito colateral mais comum é a nefrotoxicidade e apesar de muitos esforços, nenhum protocolo definitivo de tratamento parece prevenir a LRA induzida por cisplatina sem afetar suas propriedades antitumorais. Neste contexto o efeito dos SCFAs, em particular, o papel do acetato foi avaliado como possível protetor da nefrotoxicidade induzida pela cisplatina. O tratamento com acetato foi capaz de prevenir os danos renais e melhorar as taxas de ureia, creatinina sérica e os níveis de Kim-1 induzidos pela cisplatina. A microscopia eletrônica de transmissão do tecido renal mostrou que o acetato foi capaz de prevenir os danos às mitocondriais de células tubulares induzidos pela cisplatina no tecido renal. Em células de cultura o acetato preservou a função mitocondrial, a taxa de acidificação extracelular e a indução de espécies reativas de oxigênio resultando na inibição da morte celular e da LRA induzida pela cisplatina. O sistema imune tem papel fundamental na progressão e desfecho da LRA induzida pela cisplatina, foi demonstrado que tratamento com acetato frente à LRA induzida pela cisplatina previne o infiltrado de neutrófilos e macrófagos Ly6C+Ly6G- no rim e que os macrófagos CCR2 e CX3CR1 participam da LRA induzida pela cisplatina enquanto o tratamento com acetato modulou estas populações durante a lesão renal para um perfil menos inflamatório. Estes resultados sugerem que o acetato foi capaz de atenuar parcialmente a lesão renal aguda induzida pela cisplatina tanto in vitro como in vivo, talvez pela sua capacidade em prevenir a morte de células tubulares, mas também pelo papel mediador/polarizador da resposta inflamatória mediada por macrófagos durante a injúria renal induzida pela cisplatina.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-12-20
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-06-19T14:58:10Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-06-19T14:58:10Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.pt_BR.fl_str_mv https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5762602
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50624
url https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5762602
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50624
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 98 f.
dc.coverage.spatial.none.fl_str_mv São Paulo
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.unifesp.br/bitstreams/a7514fe0-52a3-40af-b37f-92fca29d25ee/download
bitstream.checksum.fl_str_mv 62d5fb59b344f6bace9529de5e323712
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802764095777144832