Cloroquinas para o tratamento de osteoartrite: revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Civile, Vinicius Tassoni [UNIFESP]
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=11170142
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68304
Resumo: Objetivos: Avaliar a efetividade e segurança dos sais de cloroquina para o tratamento da osteoartrite. Métodos: Foram pesquisadas as bases de dados CENTRAL, MEDLINE, Embase, Lilacs e Ibecs, e plataformas de registros de ensaios clínicos (clinicaltrials.gov e apps.who.int/trialsearch) até janeiro de 2021. Também foram pesquisados resumos de congressos em reumatologia (EULAR e ACR meetings) e listas de referência de estudos incluídos, assim como contato com especialistas da área e indústria farmacêutica. Foram incluídos todos os ensaios controlados randomizados (ECRs) comparando cloroquinas (difosfato de cloroquina ou hidroxicloroquina), em qualquer dose, a outra intervenção farmacológica ativa ou placebo, em pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, com diagnóstico de osteoartrite primária. Dois autores selecionaram de forma independente os ensaios, avaliaram a qualidade metodológica, extraíram dados e avaliaram a certeza das evidências utilizando procedimentos metodológicos recomendados pela Cochrane. Também foram realizadas sínteses qualitativas e, quando possível, sínteses quantitativas (meta-análises) dos estudos incluídos. Resultados: Foram incluídos nove ECRs (1087 participantes). Oito ECRs compararam hidroxicloroquina com placebo (comparação principal), um comparou hidroxicloroquina ao acetaminofeno (ensaio com três braços), e um comparou hidroxicloroquina ao clodronato. Não foram encontrados estudos utilizando difosfato de cloroquina. A maioria dos ensaios foram multicêntricos com duração entre 16 e 52 semanas. Os participantes foram predominantemente mulheres com osteoartrite de joelhos ou mãos, idade média entre 48 e 64 anos, na maioria dos casos com doença moderada a grave, recebendo doses de hidroxicloroquina entre 200 e 400 mg/dia. Evidências de certeza baixa sugerem que a hidroxicloroquina apresenta uma leve melhora clinicamente sem importância na dor (WOMAC dor; DM = - 3,6 pontos; IC 95% - 5,8 a - 1,5; participantes = 336; estudos = 4) e função física (WOMAC função; DM = - 9,7 pontos; IC 95% - 16,6 a - 3,2; participantes = 336; estudos = 4) em comparação com placebo em participantes com osteoartrite de joelhos. Evidências de certeza alta sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença na dor (NRS; - 0,12 ponto; IC 95% - 0,6 a 0,33; participantes = 656; estudos = 4) e função física (AUSCAN função; DM = - 0,2 ponto; IC 95% - 1,6 a 1,1; participantes = 579; estudos = 3) em comparação com placebo em participantes com osteoartrite de mãos. Evidências de certeza baixa viii sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença na avaliação global pelo paciente (DM -0,70; IC 95% -1,53 a 0,13; participantes = 153; estudos = 1) e avaliação global pelo investigador (DM -0,30; IC 95% -0,93 a 0,33; participantes = 153; estudos = 1) em comparação com placebo (escala = 0 a 10). Evidências de certeza moderada sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença em eventos adversos em comparação com o placebo (RR 0,83; IC 95% 0,60 a 1,13; participantes = 732; estudos = 6). Evidências de certeza baixa sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença em perdas ou retiradas em comparação com placebo (RR 1,24, IC 95% 0,91 a 1,69; participantes = 748; estudos = 6). Conclusões: A hidroxicloroquina pode resultar em uma leve melhora clinicamente sem importância da dor e da função quando comparada ao placebo para osteoartrite de joelhos, e pouca ou nenhuma diferença para osteoartrite de mãos, com pouca ou nenhuma diferença nas avaliações globais pelo paciente e investigador, eventos adversos e perdas ou retiradas.
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Foram incluídos todos os ensaios controlados randomizados (ECRs) comparando cloroquinas (difosfato de cloroquina ou hidroxicloroquina), em qualquer dose, a outra intervenção farmacológica ativa ou placebo, em pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, com diagnóstico de osteoartrite primária. Dois autores selecionaram de forma independente os ensaios, avaliaram a qualidade metodológica, extraíram dados e avaliaram a certeza das evidências utilizando procedimentos metodológicos recomendados pela Cochrane. Também foram realizadas sínteses qualitativas e, quando possível, sínteses quantitativas (meta-análises) dos estudos incluídos. Resultados: Foram incluídos nove ECRs (1087 participantes). Oito ECRs compararam hidroxicloroquina com placebo (comparação principal), um comparou hidroxicloroquina ao acetaminofeno (ensaio com três braços), e um comparou hidroxicloroquina ao clodronato. Não foram encontrados estudos utilizando difosfato de cloroquina. A maioria dos ensaios foram multicêntricos com duração entre 16 e 52 semanas. Os participantes foram predominantemente mulheres com osteoartrite de joelhos ou mãos, idade média entre 48 e 64 anos, na maioria dos casos com doença moderada a grave, recebendo doses de hidroxicloroquina entre 200 e 400 mg/dia. Evidências de certeza baixa sugerem que a hidroxicloroquina apresenta uma leve melhora clinicamente sem importância na dor (WOMAC dor; DM = - 3,6 pontos; IC 95% - 5,8 a - 1,5; participantes = 336; estudos = 4) e função física (WOMAC função; DM = - 9,7 pontos; IC 95% - 16,6 a - 3,2; participantes = 336; estudos = 4) em comparação com placebo em participantes com osteoartrite de joelhos. Evidências de certeza alta sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença na dor (NRS; - 0,12 ponto; IC 95% - 0,6 a 0,33; participantes = 656; estudos = 4) e função física (AUSCAN função; DM = - 0,2 ponto; IC 95% - 1,6 a 1,1; participantes = 579; estudos = 3) em comparação com placebo em participantes com osteoartrite de mãos. Evidências de certeza baixa viii sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença na avaliação global pelo paciente (DM -0,70; IC 95% -1,53 a 0,13; participantes = 153; estudos = 1) e avaliação global pelo investigador (DM -0,30; IC 95% -0,93 a 0,33; participantes = 153; estudos = 1) em comparação com placebo (escala = 0 a 10). Evidências de certeza moderada sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença em eventos adversos em comparação com o placebo (RR 0,83; IC 95% 0,60 a 1,13; participantes = 732; estudos = 6). Evidências de certeza baixa sugerem que a hidroxicloroquina resulta em pouca ou nenhuma diferença em perdas ou retiradas em comparação com placebo (RR 1,24, IC 95% 0,91 a 1,69; participantes = 748; estudos = 6). Conclusões: A hidroxicloroquina pode resultar em uma leve melhora clinicamente sem importância da dor e da função quando comparada ao placebo para osteoartrite de joelhos, e pouca ou nenhuma diferença para osteoartrite de mãos, com pouca ou nenhuma diferença nas avaliações globais pelo paciente e investigador, eventos adversos e perdas ou retiradas. Objectives: To assess the effectiveness and safe of chloroquine salts for the treatment of osteoarthritis. Methods: We searched CENTRAL, MEDLINE, Embase, Lilacs and Ibecs, as well as clinical trials registries platforms (clinicaltrials.gov e apps.who.int/trialsearch) up to January 2021. We also searched reference lists of conference abstracts in rheumatology (EULAR and ACR meetings) and reference lists of included lists, as well as contacting experts in the area and pharmaceutical industry. We included all eligible randomised controlled trials (RCTs) comparing chloroquines (chloroquine di-phosphate or hydroxychloroquine), any dose, to another active pharmacological intervention or placebo in people aging 18 or over, with diagnosis of primary osteoarthritis. Two review authors independently selected trials, assessed trial methodological quality, extracted data, and assessed the certainty of the evidence using standard methodological procedures expected by Cochrane. We also performed qualitative syntheses, and when possible, quantitative syntheses (meta-analyses) of the included studies. Results: We included nine RCTs involving 1087 participants. Eight RCTs compared hydroxychloroquine to placebo (main comparison), one RCT compared hydroxychloroquine to acetaminophen (three-arm trial), and one RCT compared hydroxychloroquine to clodronate. We found no studies comparing chloroquine di-phosphate to another active intervention or placebo. Most trials were multicenter with duration varying from 16 to 52 weeks. Participants were predominantly women with knee or hand osteoarthritis, with a mean age varying from 48 to 64 years and in most cases with moderate to severe disease. The dose of hydroxychloroquine ranged from 200 to 400 mg/day. Low-certainty evidence suggests that hydroxychloroquine had a slight clinically unimportant improvement in pain (WOMAC pain subscale; MD = - 3.6 points; 95% CI - 5.8 to - 1.5; participants = 336; studies = 4) and physical function (WOMAC function subscale; MD = - 9.7 points; 95% CI - 16.6 to - 3.2; participants = 336; studies = 4) compared to placebo in people with knee osteoarthritis. High-certainty evidence suggests that hydroxychloroquine results in little to no difference in pain (NRS; - 0.12 points; 95% CI - 0.6 to 0.33; participants = 656; studies = 4) and physical function (AUSCAN function subscale; MD = - 0.2 points; 95% CI - 1.6 to 1.1; participants = 579; studies = 3) compared to placebo in people with hand osteoarthritis. Low-certainty evidence suggests that hydroxychloroquine may result in little to no difference in patient’s global assessment (MD -0.70; 95% CI -1.53 x to 0.13) and investigator's global assessments (MD -0.30; 95% CI -0.93 to 0.33) compared to placebo (assessed with a scale from 0 to 10). Moderate-certainty evidence suggests that hydroxychloroquine likely results in little to no difference in adverse events compared to placebo (RR 0.83; 95% CI 0.60 to 1.13; participants = 732; studies = 6). Low-certainty evidence suggests that hydroxychloroquine likely results in little to no difference in dropouts or withdrawals compared to placebo (RR 1.24, 95% CI 0.91 to 1.69; participants = 748; studies = 6). Conclusions: Our results indicate that hydroxychloroquine may result in a slight clinically unimportant improvement of pain and function when compared to placebo for knee osteoarthritis, and little to no difference for hand osteoarthritis. In general, we found evidence that hydroxychloroquine results in little to no difference in patient's and investigator's global assessments, adverse events, and dropouts or withdrawals.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Trevisani, Virginia Fernandes Moça [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/9054730236021091https://lattes.cnpq.br/1503314031208595Universidade Federal de São PauloCivile, Vinicius Tassoni [UNIFESP]2023-06-27T12:35:17Z2023-06-27T12:35:17Z2022info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion139 f.application/pdfhttps://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=11170142https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68304porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-12T22:37:20Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/68304Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-12T22:37:20Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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