Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2008 |
Outros Autores: | , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4686 http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2008000400013 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A medida da saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) tem sido proposta como alternativa a saturação venosa mista (SvO2), com grau de concordância variável nos dados atualmente disponíveis. Esse estudo objetivou avaliar as possíveis diferenças entre a SvO2 e a SvcO2 ou saturação venosa atrial de oxigênio (SvaO2), com ênfase na interferência do débito cardíaco, e o impacto delas no manejo clínico do paciente séptico. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional em pacientes com choque séptico monitorizados com cateter de artéria pulmonar. Foi obtido sangue simultaneamente para determinação da SvcO2, SvO2 e SvaO2. Realizado testes de correlação linear (significativos se p<0,05) e análise de concordância (Bland-Altman) entre as amostras e nos subgupos de débito cardíaco. Além disso, foi avaliada a concordância entre condutas clínicas baseadas nessas medidas. RESULTADOS: Foram obtidas 61 medidas de 23 pacientes, mediana de idade de 65,0 (49,0-75,0) anos, APACHE II médio de 27,7±6,3. Os valores médios encontrados foram 72,20±8,26%, 74,61±7,60% e 74,64±8,47% para SvO2, SvcO2 e SvaO2. O teste de correlação linear mostrou baixa correlação tanto entre a SvO2 e a SvcO2 (r=0,61, p<0,0001) quanto entre a SvO2 e a SvaO2 (r=0,70, p<0,0001). As concordâncias entre SvcO2/SvO2 e SvaO2/SvO2 foram, respectivamente, de -2,40±1,96 (-16,20 e 11,40) e -2,40±1,96 (-15,10 e 10,20), sem diferença nos subgrupos de débito cardíaco. Não houve concordância na conduta clínica em 27,8% dos casos, tanto entre SvcO2/SvO2 como de SvaO2/SvO2. CONCLUSÃO: Esse estudo mostra que a correlação e a concordância entre SvO2 e SvcO2 é baixa e pode levar a condutas clínicas diferentes. |
id |
UFSP_5f66ff3d396601a7cd11247d54e30c1b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unifesp.br:11600/4686 |
network_acronym_str |
UFSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNIFESP |
repository_id_str |
3465 |
spelling |
Machado, Flávia Ribeiro [UNIFESP]Carvalho, Rosana Borges de [UNIFESP]Freitas, Flavio Geraldo Rezende [UNIFESP]Sanches, Luciana Coelho [UNIFESP]Jackiu, Miriam [UNIFESP]Mazza, Bruno Franco [UNIFESP]Assunção, Murillo [UNIFESP]Guimarães, Hélio Penna [UNIFESP]Amaral, José Luiz Gomes do [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)2015-06-14T13:38:52Z2015-06-14T13:38:52Z2008-12-01Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB, v. 20, n. 4, p. 398-404, 2008.0103-507Xhttp://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4686http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2008000400013S0103-507X2008000400013.pdfS0103-507X200800040001310.1590/S0103-507X2008000400013INTRODUÇÃO: A medida da saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) tem sido proposta como alternativa a saturação venosa mista (SvO2), com grau de concordância variável nos dados atualmente disponíveis. Esse estudo objetivou avaliar as possíveis diferenças entre a SvO2 e a SvcO2 ou saturação venosa atrial de oxigênio (SvaO2), com ênfase na interferência do débito cardíaco, e o impacto delas no manejo clínico do paciente séptico. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional em pacientes com choque séptico monitorizados com cateter de artéria pulmonar. Foi obtido sangue simultaneamente para determinação da SvcO2, SvO2 e SvaO2. Realizado testes de correlação linear (significativos se p<0,05) e análise de concordância (Bland-Altman) entre as amostras e nos subgupos de débito cardíaco. Além disso, foi avaliada a concordância entre condutas clínicas baseadas nessas medidas. RESULTADOS: Foram obtidas 61 medidas de 23 pacientes, mediana de idade de 65,0 (49,0-75,0) anos, APACHE II médio de 27,7±6,3. Os valores médios encontrados foram 72,20±8,26%, 74,61±7,60% e 74,64±8,47% para SvO2, SvcO2 e SvaO2. O teste de correlação linear mostrou baixa correlação tanto entre a SvO2 e a SvcO2 (r=0,61, p<0,0001) quanto entre a SvO2 e a SvaO2 (r=0,70, p<0,0001). As concordâncias entre SvcO2/SvO2 e SvaO2/SvO2 foram, respectivamente, de -2,40±1,96 (-16,20 e 11,40) e -2,40±1,96 (-15,10 e 10,20), sem diferença nos subgrupos de débito cardíaco. Não houve concordância na conduta clínica em 27,8% dos casos, tanto entre SvcO2/SvO2 como de SvaO2/SvO2. CONCLUSÃO: Esse estudo mostra que a correlação e a concordância entre SvO2 e SvcO2 é baixa e pode levar a condutas clínicas diferentes.INTRODUCTION: Central venous oxygen saturation (SvcO2) has been proposed as an alternative for mixed venous oxygen saturation (SvO2), with a variable level of acceptance according to available data. This study aimed to evaluate possible differences between SvO2 and SvcO2 or atrial venous saturation (SvaO2), with emphasis on the role of cardiac output and their impact on clinical management of the septic patient. METHODS: This is an observational, prospective study of patients with septic shock monitored by pulmonary artery catheter. Blood was obtained simultaneously for SvcO2, SvO2 and SvaO2 determination. Linear correlation (significant if p<0.05) and agreement analysis (Bland-Altman) were performed with samples and subgroups according to cardiac output. Moreover, agreement about clinical management based on these samples was evaluated. RESULTS: Sixty one measurements from 23 patients were obtained, median age of 65.0 (49.0-75.0) years and mean APACHE II of 27.7±6.3. Mean values of SvO2, SvcO2 and SvaO2 were 72.20±8.26%, 74.61±7.60% and 74.64±8.47%. Linear correlation test showed a weak correlation between SvO2 and SvcO2 (r=0.61, p<0.0001) and also between SvO2 and SvaO2 (r=0.70, p<0.0001). Agreements between SvcO2/SvO2 and SvaO2/SvO2 were -2.40±1.96 (-16.20 and 11.40) and -2.40±1.96 (-15.10 and 10.20), respectively, with no difference in the cardiac output subgroups. No agreement was found in clinical management for 27.8% of the cases, both for SvcO2/SvO2 and for SvaO2/SvO2. CONCLUSION: This study showed that the correlation and agreement between SvO2 and SvcO2 is weak and may lead to different clinical management.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Setor de Terapia Intensiva da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia IntensivaUNIFESP, Setor de Terapia Intensiva da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia IntensivaSciELO398-404porAssociação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIBRevista Brasileira de Terapia IntensivaOximetriaOxigênioChoque sépticoOximetryOxigenSept, shockSaturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante?Central and mixed venous oxygen saturation in septic shock: is there a clinically relevant difference?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0103-507X2008000400013.pdfapplication/pdf257945${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4686/1/S0103-507X2008000400013.pdf0dd4ca6f61fa9e045ce85a4c5c62fcd9MD51open accessTEXTS0103-507X2008000400013.pdf.txtS0103-507X2008000400013.pdf.txtExtracted texttext/plain25580${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4686/2/S0103-507X2008000400013.pdf.txt835ff583545ac5120229a4c1a7194a06MD52open access11600/46862022-09-27 11:18:56.729open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/4686Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-25T12:25:15.081185Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
dc.title.pt.fl_str_mv |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Central and mixed venous oxygen saturation in septic shock: is there a clinically relevant difference? |
title |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
spellingShingle |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? Machado, Flávia Ribeiro [UNIFESP] Oximetria Oxigênio Choque séptico Oximetry Oxigen Sept, shock |
title_short |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
title_full |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
title_fullStr |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
title_full_unstemmed |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
title_sort |
Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? |
author |
Machado, Flávia Ribeiro [UNIFESP] |
author_facet |
Machado, Flávia Ribeiro [UNIFESP] Carvalho, Rosana Borges de [UNIFESP] Freitas, Flavio Geraldo Rezende [UNIFESP] Sanches, Luciana Coelho [UNIFESP] Jackiu, Miriam [UNIFESP] Mazza, Bruno Franco [UNIFESP] Assunção, Murillo [UNIFESP] Guimarães, Hélio Penna [UNIFESP] Amaral, José Luiz Gomes do [UNIFESP] |
author_role |
author |
author2 |
Carvalho, Rosana Borges de [UNIFESP] Freitas, Flavio Geraldo Rezende [UNIFESP] Sanches, Luciana Coelho [UNIFESP] Jackiu, Miriam [UNIFESP] Mazza, Bruno Franco [UNIFESP] Assunção, Murillo [UNIFESP] Guimarães, Hélio Penna [UNIFESP] Amaral, José Luiz Gomes do [UNIFESP] |
author2_role |
author author author author author author author author |
dc.contributor.institution.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Machado, Flávia Ribeiro [UNIFESP] Carvalho, Rosana Borges de [UNIFESP] Freitas, Flavio Geraldo Rezende [UNIFESP] Sanches, Luciana Coelho [UNIFESP] Jackiu, Miriam [UNIFESP] Mazza, Bruno Franco [UNIFESP] Assunção, Murillo [UNIFESP] Guimarães, Hélio Penna [UNIFESP] Amaral, José Luiz Gomes do [UNIFESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Oximetria Oxigênio Choque séptico |
topic |
Oximetria Oxigênio Choque séptico Oximetry Oxigen Sept, shock |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Oximetry Oxigen Sept, shock |
description |
INTRODUÇÃO: A medida da saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) tem sido proposta como alternativa a saturação venosa mista (SvO2), com grau de concordância variável nos dados atualmente disponíveis. Esse estudo objetivou avaliar as possíveis diferenças entre a SvO2 e a SvcO2 ou saturação venosa atrial de oxigênio (SvaO2), com ênfase na interferência do débito cardíaco, e o impacto delas no manejo clínico do paciente séptico. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional em pacientes com choque séptico monitorizados com cateter de artéria pulmonar. Foi obtido sangue simultaneamente para determinação da SvcO2, SvO2 e SvaO2. Realizado testes de correlação linear (significativos se p<0,05) e análise de concordância (Bland-Altman) entre as amostras e nos subgupos de débito cardíaco. Além disso, foi avaliada a concordância entre condutas clínicas baseadas nessas medidas. RESULTADOS: Foram obtidas 61 medidas de 23 pacientes, mediana de idade de 65,0 (49,0-75,0) anos, APACHE II médio de 27,7±6,3. Os valores médios encontrados foram 72,20±8,26%, 74,61±7,60% e 74,64±8,47% para SvO2, SvcO2 e SvaO2. O teste de correlação linear mostrou baixa correlação tanto entre a SvO2 e a SvcO2 (r=0,61, p<0,0001) quanto entre a SvO2 e a SvaO2 (r=0,70, p<0,0001). As concordâncias entre SvcO2/SvO2 e SvaO2/SvO2 foram, respectivamente, de -2,40±1,96 (-16,20 e 11,40) e -2,40±1,96 (-15,10 e 10,20), sem diferença nos subgrupos de débito cardíaco. Não houve concordância na conduta clínica em 27,8% dos casos, tanto entre SvcO2/SvO2 como de SvaO2/SvO2. CONCLUSÃO: Esse estudo mostra que a correlação e a concordância entre SvO2 e SvcO2 é baixa e pode levar a condutas clínicas diferentes. |
publishDate |
2008 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2008-12-01 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2015-06-14T13:38:52Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2015-06-14T13:38:52Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB, v. 20, n. 4, p. 398-404, 2008. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4686 http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2008000400013 |
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv |
0103-507X |
dc.identifier.file.none.fl_str_mv |
S0103-507X2008000400013.pdf |
dc.identifier.scielo.none.fl_str_mv |
S0103-507X2008000400013 |
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv |
10.1590/S0103-507X2008000400013 |
identifier_str_mv |
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB, v. 20, n. 4, p. 398-404, 2008. 0103-507X S0103-507X2008000400013.pdf S0103-507X2008000400013 10.1590/S0103-507X2008000400013 |
url |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4686 http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2008000400013 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.none.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Terapia Intensiva |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
398-404 |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNIFESP instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) instacron:UNIFESP |
instname_str |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
instacron_str |
UNIFESP |
institution |
UNIFESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNIFESP |
collection |
Repositório Institucional da UNIFESP |
bitstream.url.fl_str_mv |
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4686/1/S0103-507X2008000400013.pdf ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4686/2/S0103-507X2008000400013.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
0dd4ca6f61fa9e045ce85a4c5c62fcd9 835ff583545ac5120229a4c1a7194a06 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1783460288556695552 |