Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruvinel, Wilson de Melo [UNIFESP]
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Mesquita Júnior, Danilo [UNIFESP], Araújo, Júlio Antônio Pereira [UNIFESP], Carvalho, Karina Inacio [UNIFESP], Kállas, Esper Georges [UNIFESP], Andrade, Luiz Eduardo Coelho [UNIFESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4648
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042008000600007
Resumo: O sistema imune sadio deve manter o balanço entre a capacidade de responder a agentes infecciosos e de sustentar a autotolerância. A ausência de resposta adequada submete o indivíduo aos efeitos deletérios da invasão por patógenos, ao passo que o sistema respondendo de modo exacerbado pode gerar respostas inflamatórias prejudiciais. Acreditava-se que os mecanismos de deleção clonal e anergia fossem os mecanismos essenciais no controle de clones de linfócitos T auto-reativos. Apesar das evidências funcionais a favor da existência de células T supressoras, por muitos anos a imunologia falhou em identificar suas características fenotípicas e confirmar sua existência, motivo pelo qual o tema passou por longo período de descrédito. A recente demonstração de diferentes fenótipos de células, agora chamadas células T regulatórias, reintroduziu o paradigma de que a auto-reatividade é ativamente regulada também por subtipos particulares de linfócitos. Este tema é de grande interesse contemporâneo e a literatura está repleta de estudos descrevendo novos subtipos de células regulatórias, bem como a função, o fenótipo e a freqüência em condições fisiológicas e patológicas. Nesse universo, destaca-se o subtipo mais importante de células com função imunorregulatória, conhecido como células T regulatórias naturais (T REGS). Representando cerca de 5% dos linfócitos T CD4 do sangue periférico, são células caracterizadas pela expressão constitutiva das moléculas FOXP3, GITR, CTLA-4 e altos níveis de CD25. As alterações deletérias nesta população resultam o desencadeamento de doenças auto-imunes em camundongos, muito semelhantes às doenças auto-imunes humanas. A presente revisão aborda os conhecimentos básicos sobre as T REGS e seu estudo em doenças reumáticas de classificação auto-imune, abrindo perspectivas para o entendimento dos mecanismos de regulação periférica e sobre a fisiopatologia dessas enfermidades. Apresenta, ainda, a perspectiva de futuras abordagens terapêuticas fundamentadas na manipulação dessas células.
id UFSP_63036682d71fa46f225b51318de1e558
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/4648
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Cruvinel, Wilson de Melo [UNIFESP]Mesquita Júnior, Danilo [UNIFESP]Araújo, Júlio Antônio Pereira [UNIFESP]Carvalho, Karina Inacio [UNIFESP]Kállas, Esper Georges [UNIFESP]Andrade, Luiz Eduardo Coelho [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Universidade Católica de GoiásUniversidade de São Paulo (USP)Fleury Medicina Diagnóstica Setor de Imunologia2015-06-14T13:38:49Z2015-06-14T13:38:49Z2008-12-01Revista Brasileira de Reumatologia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, v. 48, n. 6, p. 342-355, 2008.0482-5004http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4648http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042008000600007S0482-50042008000600007.pdfS0482-5004200800060000710.1590/S0482-50042008000600007O sistema imune sadio deve manter o balanço entre a capacidade de responder a agentes infecciosos e de sustentar a autotolerância. A ausência de resposta adequada submete o indivíduo aos efeitos deletérios da invasão por patógenos, ao passo que o sistema respondendo de modo exacerbado pode gerar respostas inflamatórias prejudiciais. Acreditava-se que os mecanismos de deleção clonal e anergia fossem os mecanismos essenciais no controle de clones de linfócitos T auto-reativos. Apesar das evidências funcionais a favor da existência de células T supressoras, por muitos anos a imunologia falhou em identificar suas características fenotípicas e confirmar sua existência, motivo pelo qual o tema passou por longo período de descrédito. A recente demonstração de diferentes fenótipos de células, agora chamadas células T regulatórias, reintroduziu o paradigma de que a auto-reatividade é ativamente regulada também por subtipos particulares de linfócitos. Este tema é de grande interesse contemporâneo e a literatura está repleta de estudos descrevendo novos subtipos de células regulatórias, bem como a função, o fenótipo e a freqüência em condições fisiológicas e patológicas. Nesse universo, destaca-se o subtipo mais importante de células com função imunorregulatória, conhecido como células T regulatórias naturais (T REGS). Representando cerca de 5% dos linfócitos T CD4 do sangue periférico, são células caracterizadas pela expressão constitutiva das moléculas FOXP3, GITR, CTLA-4 e altos níveis de CD25. As alterações deletérias nesta população resultam o desencadeamento de doenças auto-imunes em camundongos, muito semelhantes às doenças auto-imunes humanas. A presente revisão aborda os conhecimentos básicos sobre as T REGS e seu estudo em doenças reumáticas de classificação auto-imune, abrindo perspectivas para o entendimento dos mecanismos de regulação periférica e sobre a fisiopatologia dessas enfermidades. Apresenta, ainda, a perspectiva de futuras abordagens terapêuticas fundamentadas na manipulação dessas células.The healthy immune system must keep the delicate balance between the capacity to respond to exogenous antigens and to keep the tolerance to endogenous antigens. In the absence of an adequate response to exogenous agents the individual is subjected to the deleterious effect of the invasion for pathogens. On the other hand, if the immune system responds in an unwary exacerbated way harmful inflammatory consequences may result. Well-established mechanisms of maintaining self-tolerance include clonal deletion and anergy. Despite the functional evidence in favor of the existence of suppressor T cells, for many years immunologists failed to identify the phenotypic characteristics and to confirm the existence of these lymphocytes. The recent demonstration of different phenotypes of cells, now designated regulatory T cells, reintroduced the paradigm of active regulation of auto-reactivity by particular subtypes of lymphocytes. This subject is of great interest in the contemporary literature. It has been shown that excess regulatory function may be associated with increased susceptibility to infectious and neoplastic diseases. On the other hand decreased regulatory function may cause autoimmunity. In fact, several experimental models of diverse autoimmune conditions have been developed by decreasing or abolishing regulatory T cells. Counterpart of this phenomenon has been sought for in several human autoimmune diseases. At this moment it seems that the most important subtype of regulatory cells are the natural regulatory T cells (TREGS), which represent about 5% of peripheral blood CD4 T lymphocytes. These cells are characterized by the constitutive expression of FOXP3, GITR, CTLA-4 and high levels of CD25. The present article reviews the basic knowledge on the TREGS and the several studies describing the status and function of these cells in autoimmune rheumatic diseased.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Universidade Católica de GoiásUNIFESP Divisão de Doenças InfecciosasUniversidade de São Paulo Departamento de Alergia e ImunologiaUNIFESPFleury Medicina Diagnóstica Setor de ImunologiaUNIFESP, Divisão de Doenças InfecciosasUNIFESPSciELO342-355porSociedade Brasileira de ReumatologiaRevista Brasileira de Reumatologiacélulas T regulatóriasT REGSCD4+CD25+Foxp3doenças auto-imunestolerância imunológicaregulatory T cellsTREGSCD4+CD25+Foxp3autoimmune diseaseimmunologic toleranceCélulas T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticasNatural regulatory T cells in rheumatic diseasesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0482-50042008000600007.pdfapplication/pdf477666${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4648/1/S0482-50042008000600007.pdf3eab959a5f01c37e1ee86da16c22835bMD51open accessTEXTS0482-50042008000600007.pdf.txtS0482-50042008000600007.pdf.txtExtracted texttext/plain71774${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4648/2/S0482-50042008000600007.pdf.txt4badcf339fb531eeff5641573e4c1ca5MD52open access11600/46482021-10-05 21:51:32.394open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/4648Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-25T12:13:18.394062Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Natural regulatory T cells in rheumatic diseases
title Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
spellingShingle Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
Cruvinel, Wilson de Melo [UNIFESP]
células T regulatórias
T REGS
CD4+CD25+
Foxp3
doenças auto-imunes
tolerância imunológica
regulatory T cells
TREGS
CD4+CD25+Foxp3
autoimmune disease
immunologic tolerance
title_short Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
title_full Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
title_fullStr Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
title_full_unstemmed Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
title_sort Células T regulatórias naturais (T REGS) em doenças reumáticas
author Cruvinel, Wilson de Melo [UNIFESP]
author_facet Cruvinel, Wilson de Melo [UNIFESP]
Mesquita Júnior, Danilo [UNIFESP]
Araújo, Júlio Antônio Pereira [UNIFESP]
Carvalho, Karina Inacio [UNIFESP]
Kállas, Esper Georges [UNIFESP]
Andrade, Luiz Eduardo Coelho [UNIFESP]
author_role author
author2 Mesquita Júnior, Danilo [UNIFESP]
Araújo, Júlio Antônio Pereira [UNIFESP]
Carvalho, Karina Inacio [UNIFESP]
Kállas, Esper Georges [UNIFESP]
Andrade, Luiz Eduardo Coelho [UNIFESP]
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.institution.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Universidade Católica de Goiás
Universidade de São Paulo (USP)
Fleury Medicina Diagnóstica Setor de Imunologia
dc.contributor.author.fl_str_mv Cruvinel, Wilson de Melo [UNIFESP]
Mesquita Júnior, Danilo [UNIFESP]
Araújo, Júlio Antônio Pereira [UNIFESP]
Carvalho, Karina Inacio [UNIFESP]
Kállas, Esper Georges [UNIFESP]
Andrade, Luiz Eduardo Coelho [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv células T regulatórias
T REGS
CD4+CD25+
Foxp3
doenças auto-imunes
tolerância imunológica
topic células T regulatórias
T REGS
CD4+CD25+
Foxp3
doenças auto-imunes
tolerância imunológica
regulatory T cells
TREGS
CD4+CD25+Foxp3
autoimmune disease
immunologic tolerance
dc.subject.eng.fl_str_mv regulatory T cells
TREGS
CD4+CD25+Foxp3
autoimmune disease
immunologic tolerance
description O sistema imune sadio deve manter o balanço entre a capacidade de responder a agentes infecciosos e de sustentar a autotolerância. A ausência de resposta adequada submete o indivíduo aos efeitos deletérios da invasão por patógenos, ao passo que o sistema respondendo de modo exacerbado pode gerar respostas inflamatórias prejudiciais. Acreditava-se que os mecanismos de deleção clonal e anergia fossem os mecanismos essenciais no controle de clones de linfócitos T auto-reativos. Apesar das evidências funcionais a favor da existência de células T supressoras, por muitos anos a imunologia falhou em identificar suas características fenotípicas e confirmar sua existência, motivo pelo qual o tema passou por longo período de descrédito. A recente demonstração de diferentes fenótipos de células, agora chamadas células T regulatórias, reintroduziu o paradigma de que a auto-reatividade é ativamente regulada também por subtipos particulares de linfócitos. Este tema é de grande interesse contemporâneo e a literatura está repleta de estudos descrevendo novos subtipos de células regulatórias, bem como a função, o fenótipo e a freqüência em condições fisiológicas e patológicas. Nesse universo, destaca-se o subtipo mais importante de células com função imunorregulatória, conhecido como células T regulatórias naturais (T REGS). Representando cerca de 5% dos linfócitos T CD4 do sangue periférico, são células caracterizadas pela expressão constitutiva das moléculas FOXP3, GITR, CTLA-4 e altos níveis de CD25. As alterações deletérias nesta população resultam o desencadeamento de doenças auto-imunes em camundongos, muito semelhantes às doenças auto-imunes humanas. A presente revisão aborda os conhecimentos básicos sobre as T REGS e seu estudo em doenças reumáticas de classificação auto-imune, abrindo perspectivas para o entendimento dos mecanismos de regulação periférica e sobre a fisiopatologia dessas enfermidades. Apresenta, ainda, a perspectiva de futuras abordagens terapêuticas fundamentadas na manipulação dessas células.
publishDate 2008
dc.date.issued.fl_str_mv 2008-12-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-06-14T13:38:49Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-06-14T13:38:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Revista Brasileira de Reumatologia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, v. 48, n. 6, p. 342-355, 2008.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4648
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042008000600007
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 0482-5004
dc.identifier.file.none.fl_str_mv S0482-50042008000600007.pdf
dc.identifier.scielo.none.fl_str_mv S0482-50042008000600007
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.1590/S0482-50042008000600007
identifier_str_mv Revista Brasileira de Reumatologia. Sociedade Brasileira de Reumatologia, v. 48, n. 6, p. 342-355, 2008.
0482-5004
S0482-50042008000600007.pdf
S0482-50042008000600007
10.1590/S0482-50042008000600007
url http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/4648
http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042008000600007
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Reumatologia
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 342-355
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Reumatologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Reumatologia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4648/1/S0482-50042008000600007.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/4648/2/S0482-50042008000600007.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3eab959a5f01c37e1ee86da16c22835b
4badcf339fb531eeff5641573e4c1ca5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1783460264159477760