Aldeamento de São João Batista da Faxina: indígenas na província de São Paulo Século XIX

• Autor(a) principal: Spinelli, Natália [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/11600/69129
• topic: aldeamento de São João Batista da Faxina - São Paulo - Resistência - Decreto n° 426/1845 - século XIX.

Esta dissertação analisa o contexto das ações indigenistas no século XIX na Província de São Paulo, Brasil. O trabalho prioriza as interações, diretas ou indiretas, dos distintos agentes envolvidos com as medidas indigenistas oitocentistas, tratando da reconstrução da vida dos indígenas reunidos no Aldeamento de São João Baptista da Faxina, localizado no atual Município de Itapeva. A partir dos ofícios relacionados ao decreto n° 425 de 1845 que regulamentou a civilização e catequese dos índios, foi possível sublinhar o difícil e conflitante processo de manutenção e criação de novos aldeamentos indígenas na Província de São Paulo na segunda metade do século XIX. Na maioria dos casos o argumento que apontava o estado de decadência desses estabelecimentos, era usado para a extinção dos aldeamentos. A análise destaca as estratégias dos povos originários diante da espoliação de suas terras. A pesquisa também permitiu relacionar outras medidas que visavam a colonização e civilização aos indígenas da província de São Paulo. Entre elas a instalação de colônias militares como a de Itapura, que permitiu a análise sobre complexas formas de trabalho impostas aos indígenas e africanos livres.Tanto os aldeamentos criados a partir de 1845 quanto as colônias militares estavam em consonância com as ideias liberais que tentavam eliminar o acesso coletivo à terra. Com o estudo do Aldeamento de São João Batista da Faxina a dissertação contribui para mostrar a complexidade desse processo se somando a outros trabalhos que ao longo dos anos vem consolidando a importância da História Indígena em oposição a antigas abordagens historiográficas que relegavam os indígenas como um segmento social em vias de desaparecimento, ou como simples espectador de sua história.