Efeito in vitro do soro urêmico sobre a função de barreira, inflamação e apoptose de colonócitos humanos

• Autor(a) principal: Andrade, Laila Santos de [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2479462; http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48424
• topic: Epitélio intestinal; Uremia; Doença renal crônica; Inflamação; Mucosa intestinal; Insuficiência renal crônica

Introdução: O trato gastrintestinal funciona como uma barreira entre o meio externo e o meio interno do organismo. O revestimento epitelial do intestino forma uma barreira seletivamente permeável, permitindo a passagem de nutrientes, íons e água, e impedindo a entrada de patógenos. Além disso, as células epiteliais do intestino expressam inúmeros receptores e mediadores pró-inflamatórios, que permitem que estas células se comuniquem com o sistema imune. Na doença renal crônica (DRC) tem sido sugerido que a uremia pode causar alterações intestinais, tais como modificações na microbiota e danos à barreira intestinal, e que estas possíveis alterações podem ter uma relação importante com o estado inflamatório e com a toxicidade urêmica apresentadas por pacientes com DRC. Objetivos: Avaliar o efeito in vitro do soro urêmico sobre a permeabilidade da monocamada de células epiteliais do intestino, inflamação e apoptose. Materiais e métodos: Foram coletadas amostras de sangue de indivíduos saudáveis, pacientes com DRC estágio 4 (taxa de filtração glomerular entre 30 e 15 ml/min) e de pacientes em hemodiálise (antes e após a sessão de HD) para formar um pool de soro ?controle (saudável)?, ?urêmico conservador? e ?hemodiálise (pré e pós-HD)?, respectivamente. As células T84 utilizadas neste estudo foram obtidas a partir do American Type Culture Collection (ATCC) e cultivadas em meio de cultura apropriado. A fim de determinar qualitativamente se as células haviam atingido a confluência, formado as junções ocludentes e estabelecido a polaridade celular, monitorou-se regularmente a resistência elétrica transepitelial (TER) apresentada pela monocamada de células. Quando a TER ultrapassou 1.000 ?/ cm² as células T84 foram incubadas por 24 horas com os diferentes pools. Após o período de incubação a TER foi medida novamente e as células foram submetidas as seguintes análises: apoptose, produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e expressão de receptores toll-like (TLR) por citometria de fluxo e detecção de IL-6 no sobrenadante da cultura por ELISA. Resultados: Não foram encontradas diferenças, entre os grupos, com relação a TER pós-incubação (p= 0,424), apoptose (p= 0,751), EROs (p= 0,999) e expressão de TLR-2 (p= 0,493), TLR-4 (p= 0,418) e TLR-9 (p= 0,937). Já a secreção de IL-6 foi maior (p<0,01) pelas células incubadas com soro pré-HD (2,27±0,46 pg/mL) e pós-HD (2,85±0,93 pg/mL) quando comparadas com as células incubadas com soro saudável (0,76±0,35 pg/mL) e soro conservador (1,14±0,53 pg/mL). Conclusões: Os resultados obtidos a partir deste modelo sugerem que a uremia per se parece não comprometer a integridade de células epiteliais do intestino. O aumento da secreção de IL-6 pelas células incubadas com soro HD (pré e pós) sugere um potencial efeito da uremia sobre a resposta inflamatória intestinal.