Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11600/63177
Resumo: A interação do parasito Trypanosoma cruzi (T. cruzi), agente etiológico da doença de Chagas, com o sistema imunológico do indivíduo infectado é um fator determinante no curso da doença. A resposta imune é, em geral, apta para a defesa frente ao parasito, que, por sua vez, dispõe de mecanismos de evasão que visam sua sobrevivência e permanência no ambiente intracelular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi (G e CL) em comparação com as monoinfecções de cada uma, em macrófagos derivados da linhagem tumoral THP-1 e ativados pelas vias clássica e alternativa. Para isso, obtivemos macrófagos a partir da linhagem THP-1 e realizamos as polarizações para os perfis M1 e M2. Esses macrófagos foram infectados com formas tripomastigotas de cultura (TCTs) ou amastigotas extracelulares (AEs) de T. cruzi em mono- ou coinfecção. Nós avaliamos a porcentagem de células infectadas através de citometria de fluxo, produção de óxido nítrico por quimiluminescência, produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) por microscopia de fluorescência, secreção de citocinas por beads magnéticas e ativação dos fatores de transcrição STAT-1, STAT-3 e STAT-6 por citometria de fluxo. Nossos dados demonstraram que ambas as cepas foram capazes de infectar macrófagos não estimulados (M0), os estimulados com IFN-γ + LPS demonstraram resistência à infecção independente da cepa e com IL-4 ou IL-6 houve maior suscetibilidade à infecção com a cepa CL, independente da forma do parasito. A quantidade de citocinas secretadas variou conforme os modelos de infecção, sendo que as infecções com AEs diminuíram os níveis de IL-1β, IFN-γ, TGF-β e TNF-α, e com TCTs algumas diminuíram (TNF-α, IL-6 e IL-10) e outras aumentaram (TGF-β e IL-4). Houve maior produção de ROS em macrófagos estimulados com IFN-γ + LPS, principalmente associadas à presença da cepa G na monoinfecção tanto com AEs como TCTs e na coinfecção apenas com AEs. O padrão de ativação das STATs avaliadas diferiu entre as condições, mas em geral aumentou na coinfecção, apresentando também desfosforilação, especialmente na população de células não infectadas de cada grupo. Essas observações demonstram que embora haja responsividade dos macrófagos frente à infecção, ambas as cepas, isoladas ou não, são capazes de modular o microambiente dos macrófagos, visando sua permanência intracelular.
id UFSP_a16d06be3e2026ded63b93b72ccf1e03
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br/:11600/63177
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2CoinfecçãoEspécies reativas de oxigênioMacrófagosProteínas STATTrypanosoma cruziA interação do parasito Trypanosoma cruzi (T. cruzi), agente etiológico da doença de Chagas, com o sistema imunológico do indivíduo infectado é um fator determinante no curso da doença. A resposta imune é, em geral, apta para a defesa frente ao parasito, que, por sua vez, dispõe de mecanismos de evasão que visam sua sobrevivência e permanência no ambiente intracelular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi (G e CL) em comparação com as monoinfecções de cada uma, em macrófagos derivados da linhagem tumoral THP-1 e ativados pelas vias clássica e alternativa. Para isso, obtivemos macrófagos a partir da linhagem THP-1 e realizamos as polarizações para os perfis M1 e M2. Esses macrófagos foram infectados com formas tripomastigotas de cultura (TCTs) ou amastigotas extracelulares (AEs) de T. cruzi em mono- ou coinfecção. Nós avaliamos a porcentagem de células infectadas através de citometria de fluxo, produção de óxido nítrico por quimiluminescência, produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) por microscopia de fluorescência, secreção de citocinas por beads magnéticas e ativação dos fatores de transcrição STAT-1, STAT-3 e STAT-6 por citometria de fluxo. Nossos dados demonstraram que ambas as cepas foram capazes de infectar macrófagos não estimulados (M0), os estimulados com IFN-γ + LPS demonstraram resistência à infecção independente da cepa e com IL-4 ou IL-6 houve maior suscetibilidade à infecção com a cepa CL, independente da forma do parasito. A quantidade de citocinas secretadas variou conforme os modelos de infecção, sendo que as infecções com AEs diminuíram os níveis de IL-1β, IFN-γ, TGF-β e TNF-α, e com TCTs algumas diminuíram (TNF-α, IL-6 e IL-10) e outras aumentaram (TGF-β e IL-4). Houve maior produção de ROS em macrófagos estimulados com IFN-γ + LPS, principalmente associadas à presença da cepa G na monoinfecção tanto com AEs como TCTs e na coinfecção apenas com AEs. O padrão de ativação das STATs avaliadas diferiu entre as condições, mas em geral aumentou na coinfecção, apresentando também desfosforilação, especialmente na população de células não infectadas de cada grupo. Essas observações demonstram que embora haja responsividade dos macrófagos frente à infecção, ambas as cepas, isoladas ou não, são capazes de modular o microambiente dos macrófagos, visando sua permanência intracelular.The interaction of the parasite Trypanosoma cruzi (T. cruzi), Chagas’ disease aetiological agent, with the immune system of the infected individual is a determining factor in disease course. The immune response is generally able to defend itself against the parasite, which, in turn, has evasion mechanisms that aims its survival and persistence in the intracellular environment. This work’s objective was to evaluate the co-infection with two Trypanosoma cruzi strains (G and CL) in comparison to monoinfections (G or CL), in THP-1 tumor cell line derived macrophages activated either by classical or alternative pathways. Thus, we obtained macrophages from the THP-1 lineage and performed the polarizations for M1 and M2 profiles. These macrophages were infected with T. cruzi cultured trypomastigote forms (TCTs) or extracellular amastigotes (AEs) in mono- or coinfections. We evaluated the infected cells percentage by flow cytometry, nitric oxide production by chemiluminescence, reactive oxygen species (ROS) production by fluorescence microscopy, cytokines secretion by magnetic beads and transcription factors STAT-1, STAT-3 and STAT-6 activation by flow cytometry. Our data showed that both strains were able to infect unstimulated macrophages (M0), and IFN-γ + LPS stimulated macrophages demonstrated resistance to infection independent of the strain and stimuli with IL-4 or IL-6 resulted in higher susceptibility to infection with the CL strain, independent of the parasite’s evolutive form. Cytokines levels varied according to the infection models, whereas AEs infection decreased IL-1β, IFN-γ, TGF-β and TNF-α levels, and TCTs infection led some to decrease (TNF-α, IL-6 and IL-10) and others to increase (TGF-β and IL-4). There was greater production of ROS in IFN-γ + LPS stimulated macrophages, mainly associated with the presence of the G strain in monoinfection with either AEs or TCTs and in coinfection only with AEs. The activation pattern of the evaluated STATs differed between the conditions, but generally it was higher in coinfection, also showing dephosphorylation especially in non-infected population of each group. Thus, although there is a responsiveness of macrophages to infection, both parasite strains, isolated or not, are able to modulate the macrophage microenvironment, in order to achieve their intracellular permanence.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Processo 2016/15000-4Processo 2019/08933-2Universidade Federal de São PauloMortara, Renato Arruda [UNIFESP]Toqueiro, Cristina Mary Orikaza [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/6797056889448052http://lattes.cnpq.br/3754467086294573http://lattes.cnpq.br/5209210816683210Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]2022-02-25T15:23:25Z2022-02-25T15:23:25Z2022-02-08info:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion68 f.application/pdfOLIVEIRA, M. M. de. Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2. São Paulo, 2022. 68 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2022.https://hdl.handle.net/11600/63177porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-26T17:24:05Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/63177Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-07-26T17:24:05Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
title Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
spellingShingle Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]
Coinfecção
Espécies reativas de oxigênio
Macrófagos
Proteínas STAT
Trypanosoma cruzi
title_short Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
title_full Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
title_fullStr Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
title_full_unstemmed Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
title_sort Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2
author Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]
author_facet Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Mortara, Renato Arruda [UNIFESP]
Toqueiro, Cristina Mary Orikaza [UNIFESP]
http://lattes.cnpq.br/6797056889448052
http://lattes.cnpq.br/3754467086294573
http://lattes.cnpq.br/5209210816683210
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Coinfecção
Espécies reativas de oxigênio
Macrófagos
Proteínas STAT
Trypanosoma cruzi
topic Coinfecção
Espécies reativas de oxigênio
Macrófagos
Proteínas STAT
Trypanosoma cruzi
description A interação do parasito Trypanosoma cruzi (T. cruzi), agente etiológico da doença de Chagas, com o sistema imunológico do indivíduo infectado é um fator determinante no curso da doença. A resposta imune é, em geral, apta para a defesa frente ao parasito, que, por sua vez, dispõe de mecanismos de evasão que visam sua sobrevivência e permanência no ambiente intracelular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi (G e CL) em comparação com as monoinfecções de cada uma, em macrófagos derivados da linhagem tumoral THP-1 e ativados pelas vias clássica e alternativa. Para isso, obtivemos macrófagos a partir da linhagem THP-1 e realizamos as polarizações para os perfis M1 e M2. Esses macrófagos foram infectados com formas tripomastigotas de cultura (TCTs) ou amastigotas extracelulares (AEs) de T. cruzi em mono- ou coinfecção. Nós avaliamos a porcentagem de células infectadas através de citometria de fluxo, produção de óxido nítrico por quimiluminescência, produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) por microscopia de fluorescência, secreção de citocinas por beads magnéticas e ativação dos fatores de transcrição STAT-1, STAT-3 e STAT-6 por citometria de fluxo. Nossos dados demonstraram que ambas as cepas foram capazes de infectar macrófagos não estimulados (M0), os estimulados com IFN-γ + LPS demonstraram resistência à infecção independente da cepa e com IL-4 ou IL-6 houve maior suscetibilidade à infecção com a cepa CL, independente da forma do parasito. A quantidade de citocinas secretadas variou conforme os modelos de infecção, sendo que as infecções com AEs diminuíram os níveis de IL-1β, IFN-γ, TGF-β e TNF-α, e com TCTs algumas diminuíram (TNF-α, IL-6 e IL-10) e outras aumentaram (TGF-β e IL-4). Houve maior produção de ROS em macrófagos estimulados com IFN-γ + LPS, principalmente associadas à presença da cepa G na monoinfecção tanto com AEs como TCTs e na coinfecção apenas com AEs. O padrão de ativação das STATs avaliadas diferiu entre as condições, mas em geral aumentou na coinfecção, apresentando também desfosforilação, especialmente na população de células não infectadas de cada grupo. Essas observações demonstram que embora haja responsividade dos macrófagos frente à infecção, ambas as cepas, isoladas ou não, são capazes de modular o microambiente dos macrófagos, visando sua permanência intracelular.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-02-25T15:23:25Z
2022-02-25T15:23:25Z
2022-02-08
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv OLIVEIRA, M. M. de. Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2. São Paulo, 2022. 68 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2022.
https://hdl.handle.net/11600/63177
identifier_str_mv OLIVEIRA, M. M. de. Ativação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2. São Paulo, 2022. 68 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2022.
url https://hdl.handle.net/11600/63177
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 68 f.
application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv São Paulo
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv biblioteca.csp@unifesp.br
_version_ 1824718175239929856