Papel das células iNKT sobre o efeito imunomodulador da Propionibacterium acnes na resposta alérgica experimental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Gabriela Martins Costa [UNIFESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5081553
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50710
Resumo: O uso de adjuvantes para modular a resposta imune tem sido empregado há décadas, dentre estes podemos citar a Propionibacterium acnes antes classificada como Corynebacterium parvum, um bacilo anaeróbio, Grampositivo pertencente à microbiota cutânea humana. Estudos clínicos e experimentais demonstraram que esta bactéria quando morta pelo calor ou pelo fenol, em forma de suspensão, tem a capacidade de modular várias funções da resposta imune inata e adaptativa. Nestes estudos ficou evidente a sua capacidade em modular a resposta imune induzindo um perfil Th1. Porém em nosso laboratório, em um modelo murino de hipersensibilidade tipo I induzida por ovoalbumina (OVA), foi demonstrado que a bactéria era capaz de exacerbar a reação Th2 a OVA quando administrada simultaneamente a sensibilização dos animais ou suprimi-la induzindo um perfil Th1 quando administrada uma semana antes da sensibilização com OVA. Dessa maneira, a modulação feita pela bactéria nos diferentes tratamentos induzia diferenças no momento da apresentação de antígeno, agindo direta ou indiretamente sobre células apresentadoras de antígenos profissionais. Além de APCs, também pôde ser demonstrado em nosso laboratório que a bactéria modula as funções de células NKT em um modelo de melanoma murino. Com base nestes trabalhos e nas evidências crescentes, principalmente em modelos de asma experimental, de que as células iNKT promovem e são necessárias para o desenvolvimento da hiper-reatividade e inflamação das vias aéreas, o presente estudo teve como objetivo avaliar o papel dessas células sobre a resposta alérgica a OVA modulada pela suspensão de P. acnes morta pelo calor. Avaliamos a reação de exacerbação ou supressão induzida pela P. acnes em reposta a OVA em modelo murino modificado por nós. Foram utilizados camundongos C57BL/6 selvagens e deficientes na população de células NKT (CD1d-/-), iNKT (J!18-/-), ou no receptor CXCR6-/-.Esses animais receberam duas injeções subcutâneas, uma por semana, de suspensão de P. acnes morta pelo calor simultaneamente com a OVA para exacerbação da resposta alérgica. Em contrapartida, para avaliarmos a supressão desta mesma reação, estes animais receberam duas doses, via subcutânea com intervalo de 7 dias entre elas, de suspensão de P. acnes morta pelo calor, e uma semana após a última dose, receberam duas injeções via subcutânea de OVA sendo uma por semana. Em todos os protocolos 7 dias após a última dose, os animais foram desafiados com OVA, via intraperitoneal. Após 24 horas analisamos além da população de células iNKT, as populações de mastócitos, basófilos e eosinófilos presentes no exsudato peritoneal, baço e linfonodos dos animais. Foi possível verificar que em camundongos C57Bl/6 selvagens, no protocolo de exacerbação a população de células iNKT que aumentou significantemente foi a iNKT NK1.1- acompanhado do aumento significativo do número absoluto das populações de mastócitos, basófilos e eosinófilos nos órgãos avaliados. Em contrapartida, no protocolo de supressão a população de células iNKT aumentada foi iNKT NK1.1+ enquanto todas as outras populações analisadas estavam significativamente reduzidas. Além dessas diferenças na população de iNKT em cada protocolo, demonstramos que na ausência dessas células o efeito de exacerbação da reação Th2 induzido pela P. acnes era fortemente reduzido em animais J!18-/- e CD1d-/-. Porém, a reconstituição destes animais submetidos aos mesmos protocolos, com timócitos de animais selvagens no protocolo de exacerbação a população de células iNKT que aumentou significantemente foi a iNKT NK1.1- acompanhado do aumento significativo do número absoluto das populações de mastócitos, basófilos e eosinófilos nos órgãos avaliados. Em contrapartida, no protocolo de supressão a população de células iNKT aumentada foi iNKT NK1.1+ enquanto todas as outras populações analisadas estavam significativamente reduzidas. Além dessas diferenças na população de iNKT em cada protocolo, demonstramos que na ausência dessas células o efeito de exacerbação da reação Th2 induzido pela P. acnes era fortemente reduzido em animais J!18-/- e CD1d-/-. Porém, a reconstituição destes animais submetidos aos mesmos protocolos, com timócitos de animais selvagens a reação de exacerbação a OVA induzida pela bactéria foi parcialmente recuperada. Dessa maneira demonstramos que neste modelo as células iNKT tem papel majoritário na modulação exercida pela P. acnes na exacerbação da reação de hipersensibilidade tipo I a OVA e em especial o subtipo que não expressa a molécula NK1.1.
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Nestes estudos ficou evidente a sua capacidade em modular a resposta imune induzindo um perfil Th1. Porém em nosso laboratório, em um modelo murino de hipersensibilidade tipo I induzida por ovoalbumina (OVA), foi demonstrado que a bactéria era capaz de exacerbar a reação Th2 a OVA quando administrada simultaneamente a sensibilização dos animais ou suprimi-la induzindo um perfil Th1 quando administrada uma semana antes da sensibilização com OVA. Dessa maneira, a modulação feita pela bactéria nos diferentes tratamentos induzia diferenças no momento da apresentação de antígeno, agindo direta ou indiretamente sobre células apresentadoras de antígenos profissionais. Além de APCs, também pôde ser demonstrado em nosso laboratório que a bactéria modula as funções de células NKT em um modelo de melanoma murino. Com base nestes trabalhos e nas evidências crescentes, principalmente em modelos de asma experimental, de que as células iNKT promovem e são necessárias para o desenvolvimento da hiper-reatividade e inflamação das vias aéreas, o presente estudo teve como objetivo avaliar o papel dessas células sobre a resposta alérgica a OVA modulada pela suspensão de P. acnes morta pelo calor. Avaliamos a reação de exacerbação ou supressão induzida pela P. acnes em reposta a OVA em modelo murino modificado por nós. Foram utilizados camundongos C57BL/6 selvagens e deficientes na população de células NKT (CD1d-/-), iNKT (J!18-/-), ou no receptor CXCR6-/-.Esses animais receberam duas injeções subcutâneas, uma por semana, de suspensão de P. acnes morta pelo calor simultaneamente com a OVA para exacerbação da resposta alérgica. Em contrapartida, para avaliarmos a supressão desta mesma reação, estes animais receberam duas doses, via subcutânea com intervalo de 7 dias entre elas, de suspensão de P. acnes morta pelo calor, e uma semana após a última dose, receberam duas injeções via subcutânea de OVA sendo uma por semana. Em todos os protocolos 7 dias após a última dose, os animais foram desafiados com OVA, via intraperitoneal. Após 24 horas analisamos além da população de células iNKT, as populações de mastócitos, basófilos e eosinófilos presentes no exsudato peritoneal, baço e linfonodos dos animais. Foi possível verificar que em camundongos C57Bl/6 selvagens, no protocolo de exacerbação a população de células iNKT que aumentou significantemente foi a iNKT NK1.1- acompanhado do aumento significativo do número absoluto das populações de mastócitos, basófilos e eosinófilos nos órgãos avaliados. Em contrapartida, no protocolo de supressão a população de células iNKT aumentada foi iNKT NK1.1+ enquanto todas as outras populações analisadas estavam significativamente reduzidas. Além dessas diferenças na população de iNKT em cada protocolo, demonstramos que na ausência dessas células o efeito de exacerbação da reação Th2 induzido pela P. acnes era fortemente reduzido em animais J!18-/- e CD1d-/-. Porém, a reconstituição destes animais submetidos aos mesmos protocolos, com timócitos de animais selvagens no protocolo de exacerbação a população de células iNKT que aumentou significantemente foi a iNKT NK1.1- acompanhado do aumento significativo do número absoluto das populações de mastócitos, basófilos e eosinófilos nos órgãos avaliados. Em contrapartida, no protocolo de supressão a população de células iNKT aumentada foi iNKT NK1.1+ enquanto todas as outras populações analisadas estavam significativamente reduzidas. Além dessas diferenças na população de iNKT em cada protocolo, demonstramos que na ausência dessas células o efeito de exacerbação da reação Th2 induzido pela P. acnes era fortemente reduzido em animais J!18-/- e CD1d-/-. Porém, a reconstituição destes animais submetidos aos mesmos protocolos, com timócitos de animais selvagens a reação de exacerbação a OVA induzida pela bactéria foi parcialmente recuperada. Dessa maneira demonstramos que neste modelo as células iNKT tem papel majoritário na modulação exercida pela P. acnes na exacerbação da reação de hipersensibilidade tipo I a OVA e em especial o subtipo que não expressa a molécula NK1.1.The use of adjuvants to modulate the immune response has been used for decades, among which we can mention Propionibacterium acnes previously classified as Corynebacterium parvum, a Gram-positive anaerobic bacillus belonging to the human cutaneous microbiota. The bacterium suspension heatkilled or phenol-killed has the ability to modulate various functions of the innate and adaptive immune response demonstrated in clinical and experimental studies. In these studies the bacterium's ability to modulate the immune response induced a Th1 profile. However, in our laboratory in a murine model ovalbumin-induced type I hypersensitivity it was demonstrated that the bacterium was able to exacerbate the reaction to OVA (Th2 profile) when simultaneously administered with the sensitization of the animals, or suppress it inducing a Th1 profile when administered a week prior the sensitization with OVA. Thus, the modulation made by the bacteria in the different treatments induced differences in the moment of antigen presentation, acting directly or indirectly on professional antigen presenting cells. In addition to APCs, it can also be demonstrated in our laboratory that the bacterium modulates NKT cell functions in a murine melanoma model. Based on these studies and increasing evidence, especially in experimental asthma models, showing that iNKT cells promote and are necessary for the development of hyper reactivity and inflammation of the airways, the present study aimed to evaluate the role of iNKT cells on the allergic response to ovalbumin modulated by heat-killed P. acnes suspension. We evaluated the reaction of exacerbation or suppression induced by P. acnes in response to OVA in murine model modified by nodes. We used wild-type C57BL/6 mice, deficient in the population of NKT cells, J!18/-, CD1d-/-, and mice deficient in the migration of these CXCR6-/-. They received two subcutaneous injections, one per week, of heat-killed suspension of P. acnes simultaneously with OVA to exacerbate the allergic response. In contrast, in order to evaluate the suppression of this same reaction, these animals received two doses of heat-killed suspension of P. acnes subcutaneously with a 7-day interval between them, and one week after the last dose, they received two injections subcutaneously Of OVA being one per week. In all protocols, 7 days after the last dose the animals were challenged with OVA intraperitoneally. After 24 hours, we analyzed, in addition to the iNKT cell population, the populations of mast cells, basophils and eosinophils present in the peritoneal exudate, spleen and lymph node of the animals. It was possible to verify that in the C57B1 / 6 mice, in the exacerbation protocol, the population of iNKT cells that increased significantly was iNKT NK1.1- accompanied by a significant increase in absolute numbers of mast cells, basophils and eosinophils in the evaluated organs. In contrast, in the suppression protocol the population of iNKT cells that increased was iNKT NK1.1+ while all other populations analyzed were significantly reduced. In addition to these differences in the iNKT population in each protocol, we demonstrated that in the absence of these cells the effect of exacerbation of the P. acnes induced Th2 reaction was strongly reduced in J!18-/- and CD1d-/- animals.!However, the reconstitution of these animals submitted to the same protocols, with thymocytes from wild-type animals, the OVA exacerbation reaction induced by the bacterium was partially recovered. In this way we demonstrate that in this model the iNKT cells play a major role in the modulation exerted by P. acnes in the exacerbation of the hypersensitivity type I reaction to OVA and especially the subtype that does not express the molecule NK1.1.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2017)106 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Corynebacterium parvumCélulas iNKTHipersensibilidadeImunomodulaçãoCélulas T matadoras naturaisCorynebacterium parvumHypersensitivityImmunomodulationNatural killer T-cellsPapel das células iNKT sobre o efeito imunomodulador da Propionibacterium acnes na resposta alérgica experimentalRole of iNKT cells on the immunomodulatory effect of the killed- Propionibacterium acnes in the experimental allergic responseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Medicina (EPM)Microbiologia e ImunologiaImunologiaDesenvolvimento ee Alternativas Terapêuticas e Vacinais Anti-Microbianas, Anti-Virais, Anti-Parasíticas e Antitumorais. Avaliação da Resposta Imunológica, Mecanismos de Ação e Biologia CelularORIGINALGabriela Martins Costa Gomes PDF A.pdfGabriela Martins Costa Gomes PDF A.pdfDissertação de mestradoapplication/pdf2590306${dspace.ui.url}/bitstream/11600/50710/1/Gabriela%20Martins%20Costa%20Gomes%20PDF%20A.pdf6c3e8f524e913c307f0591350239695cMD51open access11600/507102023-08-21 14:51:22.689open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/50710Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-08-21T17:51:22Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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