Fatores associados às disfunções sexuais em mulheres no período pós-parto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Holanda, Juliana Bento de Lima [UNIFESP]
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/9637
Resumo: Introdução: a disfunção sexual feminina apresenta uma alta incidência, sendo considerada um problema de saúde pública que merece atenção dos profissionais de saúde que assistem mulheres no período pós-parto. Este estudo teve como objetivos: Estimar a prevalência de mulheres com disfunção sexual antes e durante a gestação e, no período após o parto, identificar os fatores associados a elas; identificar os tipos de disfunções sexuais e suas frequências. Método: Trata-se de um estudo transversal com mulheres que estavam no período de 3 a 6 meses de pós-parto e que levaram suas crianças para serem atendidas no ambulatório de pediatria de uma maternidade pública da cidade de Maceió-AL. A amostra estudada constituiu-se de 200 mulheres. Os dados foram coletados em um único momento, sem que houvesse seguimento dos indivíduos. Para avaliação das variáveis qualitativas, os testes utilizados foram o Qui-Quadrado ou Exato de Fisher (F); para as variáveis quantitativas, o t-Student. Foi realizada uma análise de Regressão Logística, pelo método de Stepwise foward. Resultados: a idade média das mulheres entrevistadas foi de 24 anos, 101 (50,5%) eram da religião católica, tinham em média 7,85 anos de estudo, a renda familiar era de um ou mais salários mínimos, 172 (86%) trabalhavam apenas no lar, tendo 8,54 em média de horas de trabalho por dia e 184 (92%) residiam com seus respectivos parceiros. Os dados ginecológicos e obstétricos mostraram que 44,5% eram primíparas e a maioria (55,5) havia sido submetida a parto normal, retornando às relações sexuais em média com 6,6 semanas de pós-parto. Quanto à prevalência de mulheres com disfunção sexual, antes e durante a gestação e no período após o parto, foi de 67 (33,5%), 152 (76%) e 87 (43,5%), respectivamente. Outros fatores associados às disfunções sexuais foram identificados. Mulheres de religião católica e evangélica apresentaram um risco quase três vezes maior para disfunção sexual do que aquelas sem religião, assim como as com carga horária média de trabalho que excedia a 8 horas diárias. A cada 1 hora excedente, a chance de apresentar a disfunção sexual aumentava em 12%. Também a presença de dispareunia na gravidez representou um risco três vezes maior para a mulher apresentar disfunção sexual no pós-parto. O parto vaginal com sutura representou um risco três vezes maior para disfunção sexual do que mulheres submetidas à cesariana (Tabela 5). Os tipos de disfunções sexuais identificados nas mulheres no período pós-parto, bem como a frequência com que estas disfunções foram de: disfunção do desejo 25 (12,5%), disfunção na fase de excitação 16(8,0%), dispareunia 57(28,5%), disfunção orgásmica 21(10,5%) e 32 (16%) dificuldade na penetração. Conclusão: As disfunções sexuais femininas são comuns, sobretudo nos períodos da gestação e no pós-parto. Em virtude disso, os profissionais de saúde que atendem mulheres nesses períodos de suas vidas, necessitam ficar atentos para não passarem despercebidas, visando à integralidade do cuidado prestado.
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