A organização da atividade de ensino dos professores que ensinam matemática nos anos iniciais para promover a aprendizagem dos alunos em situação de vulnerabilidade social

• Autor(a) principal: Silva, Maria Vanusia De Oliveira [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10255652; https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64836
• topic: Atividade De Ensino De Matemática; Vulnerabilidade Social; Atividade Orientadora De Ensino; Teoria Histórico-Cultural; Math Schooling Activity; Social Vulnerability; Teaching Guiding Activity; Cultural-Historical Theory

A presente pesquisa investigou o movimento dos sentidos atribuídos pelos professores que ensinam matemática nos anos iniciais, à organização da atividade de ensino voltada a promover a aprendizagem do estudante em situação de vulnerabilidade social, partindo dos aportes da Teoria Histórico-Cultural, da Teoria da Atividade e do conceito de Atividade Orientadora de Ensino (AOE), utilizados como fundamentação para o processo de aprendizagem e desenvolvimento da docência. Recorremos ao materialismo histórico-dialético como método de investigação, por meio de um experimento formativo, em um curso de extensão para professores que ensinam matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Nas discussões envolvendo os conceitos de vulnerabilidade social, AOE, elaboração de Situações Desencadeadoras de Aprendizagem (SDAs), relatos de seus desenvolvimentos em sala de aula, ações, intervenções e mediações procurou-se indícios de um movimento de mudança na organização da atividade de ensino, a fim de promover a aprendizagem dos estudantes socialmente vulneráveis. Os resultados da pesquisa indicam que as professoras passaram a conceber a AOE como uma forma de organização das suas atividades e potencializadora da aprendizagem. A SDA emerge como recurso metodológico para o ensino de matemática que traz um problema desencadeador, uma necessidade e um motivo para os estudantes, com potencial para favorecer a aprendizagem, particularmente das crianças que vivem no contexto de vulnerabilidade social. Os dados revelaram que esses estudantes se envolveram nas atividades de aprendizagem, a partir do desenvolvimento das SDAs, o que permitiu concluir que eles podem ter sua aprendizagem favorecida e que sua classe social não determina o êxito ou insucesso no processo de aprendizagem. Ainda que a escola não possua ferramentas para superar a condição social de seus estudantes, é possível um movimento de organização do ensino que ofereça condições plenas de aprendizagem, ao considerarem a especificidade das dificuldades vinculadas à vulnerabilidade social de seus educandos, de maneira que essa condição não seja decisiva em seus processos de aprendizagem.