Dipirona nas crises de cefaléias primárias
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23842 |
Resumo: | Introdução: A dipirona é usada no tratamento de pessoas com cefaléia em muitos países, mas é proibida em outros (especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido) devido a sua associação com discrasias sangüíneas potencialmente fatais, como a agranulocitose. Objetivos: Determinar a efetividade e a segurança da dipirona no tratamento de adultos e crianças com crise de cefaléia primária. Métodos: Realizou-se busca abrangente nas principais bases de dados (The Cochrane Pain, Palliative & Supportive Care Trials Register; Cochrane Central Register of Controlled Trials; MEDLINE; entre outras) e nas referências bibliográficas dos estudos incluídos. Entramos em contato com autores dos estudos para a obtenção de mais informações sobre estudos. Foram incluídos ensaios clínicos controlados randomizados duplocegos sobre dipirona para o alívio sintomático em adultos e crianças com crise de cefaléia primária. Os autores independentemente avaliaram os artigos, extraíram os dados, avaliaram a qualidade do estudo e analisaram os resultados. Calcularam-se, quando possível, riscos relativos, diferenças de risco, diferenças de media ponderada e números necessários para tratar. Resultados: Foram incluídos quatro estudos com um total de 636 adultos. A qualidade metodológica foi, no geral, alta. Um estudo avaliou dipirona oral e outro, dipirona endovenosa, ambos para indivíduos com cefaléia tensional episódica; dois avaliaram dipirona endovenosa para migrânea, mas apenas um descreveu desfechos de dor. Não foram encontrados estudos pediátricos. O estudo com maior amostra (356 pessoas) avaliou duas doses de dipirona oral (0,5 g e 1 g) para pacientes com cefaléia tensional episódica, sendo que a dipirona foi significativamente superior ao placebo para o alívio da dor. A dose de 1g foi, também significativamente, melhor do que o ácido acetilsalicílico 1g . Um estudo menor (60 pacientes) comparou dipirona 1g endovenosa com placebo para indivíduos com cefaléia tensional episódica. Os riscos relativos foram estatisticamente significantes e favoreceram a dipirona para os desfechos “não alívio completo da dor” e “não melhora da cefaléia”. Um outro estudo (134 pacientes) avaliou desfechos de dor para dipirona 1g endovenosa em pacientes com migrânea. Os riscos relativos foram estatisticamente significantes a favor da dipirona em relação ao placebo para os desfechos “não alívio completo da dor” e “não melhora da cefaléia”. Dois dos quatro estudos apresentaram dados sobre efeitos colaterais. Não foram relatados efeitos colaterais graves, e não se detectou diferença estatisticamente significante entre a dipirona e os controles placebo e ácido acetilsalicílico. Conclusões: Evidências de um pequeno número de estudos sugerem que a dipirona é efetiva na cefaléia tensional episódica e na migrânea. Não se registraram efeitos colaterais sérios nos estudos incluídos, mas a agranulocitose é rara e provavelmente não seria observada no tamanho da amostra encontrado. Um estudo em andamento está avaliando a incidência de anemia aplástica e agranulocitose na América Latina. Se ele não determinar o risco de agranulocitose relacionado à dipirona, deve-se realizar busca de estudos observacionais sobre os efeitos colaterais dessa droga. |
id |
UFSP_c8f1bb295cb4a46c0b234508628b60fd |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unifesp.br/:11600/23842 |
network_acronym_str |
UFSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNIFESP |
repository_id_str |
3465 |
spelling |
Dipirona nas crises de cefaléias primáriasDipyrone for acute primary headachesDipironaCefaléiaRevisãoIntrodução: A dipirona é usada no tratamento de pessoas com cefaléia em muitos países, mas é proibida em outros (especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido) devido a sua associação com discrasias sangüíneas potencialmente fatais, como a agranulocitose. Objetivos: Determinar a efetividade e a segurança da dipirona no tratamento de adultos e crianças com crise de cefaléia primária. Métodos: Realizou-se busca abrangente nas principais bases de dados (The Cochrane Pain, Palliative & Supportive Care Trials Register; Cochrane Central Register of Controlled Trials; MEDLINE; entre outras) e nas referências bibliográficas dos estudos incluídos. Entramos em contato com autores dos estudos para a obtenção de mais informações sobre estudos. Foram incluídos ensaios clínicos controlados randomizados duplocegos sobre dipirona para o alívio sintomático em adultos e crianças com crise de cefaléia primária. Os autores independentemente avaliaram os artigos, extraíram os dados, avaliaram a qualidade do estudo e analisaram os resultados. Calcularam-se, quando possível, riscos relativos, diferenças de risco, diferenças de media ponderada e números necessários para tratar. Resultados: Foram incluídos quatro estudos com um total de 636 adultos. A qualidade metodológica foi, no geral, alta. Um estudo avaliou dipirona oral e outro, dipirona endovenosa, ambos para indivíduos com cefaléia tensional episódica; dois avaliaram dipirona endovenosa para migrânea, mas apenas um descreveu desfechos de dor. Não foram encontrados estudos pediátricos. O estudo com maior amostra (356 pessoas) avaliou duas doses de dipirona oral (0,5 g e 1 g) para pacientes com cefaléia tensional episódica, sendo que a dipirona foi significativamente superior ao placebo para o alívio da dor. A dose de 1g foi, também significativamente, melhor do que o ácido acetilsalicílico 1g . Um estudo menor (60 pacientes) comparou dipirona 1g endovenosa com placebo para indivíduos com cefaléia tensional episódica. Os riscos relativos foram estatisticamente significantes e favoreceram a dipirona para os desfechos “não alívio completo da dor” e “não melhora da cefaléia”. Um outro estudo (134 pacientes) avaliou desfechos de dor para dipirona 1g endovenosa em pacientes com migrânea. Os riscos relativos foram estatisticamente significantes a favor da dipirona em relação ao placebo para os desfechos “não alívio completo da dor” e “não melhora da cefaléia”. Dois dos quatro estudos apresentaram dados sobre efeitos colaterais. Não foram relatados efeitos colaterais graves, e não se detectou diferença estatisticamente significante entre a dipirona e os controles placebo e ácido acetilsalicílico. Conclusões: Evidências de um pequeno número de estudos sugerem que a dipirona é efetiva na cefaléia tensional episódica e na migrânea. Não se registraram efeitos colaterais sérios nos estudos incluídos, mas a agranulocitose é rara e provavelmente não seria observada no tamanho da amostra encontrado. Um estudo em andamento está avaliando a incidência de anemia aplástica e agranulocitose na América Latina. Se ele não determinar o risco de agranulocitose relacionado à dipirona, deve-se realizar busca de estudos observacionais sobre os efeitos colaterais dessa droga.Background: Dipyrone is used to treat headaches in many countries, but is banned in others (particularly the USA and UK) because of its association with potentially lifethreatening blood dyscrasias such as agranulocytosis. Objetives: To determine the effectiveness and safety of dipyrone for acute primary headaches in adults and children. Search strategy: We searched comprehensively the main databases (the Cochrane Pain, Palliative & Supportive Care Trials Register; Cochrane Central Register of Controlled Trials; MEDLINE; among othes); and the reference lists of included studies. We requested additional information from study authors. Selection criteria: Double-blind randomised controlled trials of dipyrone for the symptomatic relief of acute primary headaches in adults and children. Data collection & analysis: Three authors independently screened articles, extracted data, assessed trial quality and analysed results. Relative risks, risk differences, weighted mean differences and numbers-needed-to-treat were calculated when possible. Results: Four trials involving a total of 636 adult subjects were included. Methodological quality was generally high. One study each evaluated oral and intravenous dipyrone for episodic tension-type headache; two trials evaluated intravenous dipyrone for migraine, but only one of these described pain outcomes. No pediatric trials were identified. The largest trial (n = 356) evaluated two dosis (0.5 g, 1 g) of oral dipyrone for ETTH, which were significantly better than placebo for pain relief. The 1-g dose was also significantly better than acetylsalicylic acid 1 g . A smaller trial (n = 60) evaluated intravenous dipyrone 1 g versus placebo for ETTH. Relative risks were statistically significant favouring dipyrone for 'no pain-free response' and 'no improvement in headache'. Finally, one trial (n = 134) evaluated intravenous dipyrone 1 g for pain outcomes in migraine patients. Relative risks were statistically significant favouring dipyrone versus placebo for the outcomes 'no pain-free response' and 'no improvement in headache'.Two of the four trials assessed adverse events. No serious adverse events were reported, and no significant differences in adverse events were detected between dipyrone and comparators (placebo and acetylsalicylic acid). Conclusions: Evidence from a small number of trials suggests dipyrone is effective for ETT and migraine headaches. No serious adverse events were observed in the included trials, but sample. An ongoing study is assessing the incidence of aplastic anaemia and agranulocytosis in Latin America. If it does not determine agranulocytosis risk related to dipyrone, data from observational studies on dipyrone side-effects should be searched.BV UNIFESP: Teses e dissertaçõesCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Atallah, Álvaro Nagib [UNIFESP]Universidade Federal de São PauloRamacciotti, Adriana de Souza [UNIFESP]2015-12-06T23:47:19Z2015-12-06T23:47:19Z2007info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion94 p.application/pdfSão Paulo: [s.n.], 2007. 94 p.Publico-23842.pdfhttp://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23842porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-05T19:14:28Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/23842Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-05T19:14:28Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias Dipyrone for acute primary headaches |
title |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias |
spellingShingle |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias Ramacciotti, Adriana de Souza [UNIFESP] Dipirona Cefaléia Revisão |
title_short |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias |
title_full |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias |
title_fullStr |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias |
title_full_unstemmed |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias |
title_sort |
Dipirona nas crises de cefaléias primárias |
author |
Ramacciotti, Adriana de Souza [UNIFESP] |
author_facet |
Ramacciotti, Adriana de Souza [UNIFESP] |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Atallah, Álvaro Nagib [UNIFESP] Universidade Federal de São Paulo |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ramacciotti, Adriana de Souza [UNIFESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Dipirona Cefaléia Revisão |
topic |
Dipirona Cefaléia Revisão |
description |
Introdução: A dipirona é usada no tratamento de pessoas com cefaléia em muitos países, mas é proibida em outros (especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido) devido a sua associação com discrasias sangüíneas potencialmente fatais, como a agranulocitose. Objetivos: Determinar a efetividade e a segurança da dipirona no tratamento de adultos e crianças com crise de cefaléia primária. Métodos: Realizou-se busca abrangente nas principais bases de dados (The Cochrane Pain, Palliative & Supportive Care Trials Register; Cochrane Central Register of Controlled Trials; MEDLINE; entre outras) e nas referências bibliográficas dos estudos incluídos. Entramos em contato com autores dos estudos para a obtenção de mais informações sobre estudos. Foram incluídos ensaios clínicos controlados randomizados duplocegos sobre dipirona para o alívio sintomático em adultos e crianças com crise de cefaléia primária. Os autores independentemente avaliaram os artigos, extraíram os dados, avaliaram a qualidade do estudo e analisaram os resultados. Calcularam-se, quando possível, riscos relativos, diferenças de risco, diferenças de media ponderada e números necessários para tratar. Resultados: Foram incluídos quatro estudos com um total de 636 adultos. A qualidade metodológica foi, no geral, alta. Um estudo avaliou dipirona oral e outro, dipirona endovenosa, ambos para indivíduos com cefaléia tensional episódica; dois avaliaram dipirona endovenosa para migrânea, mas apenas um descreveu desfechos de dor. Não foram encontrados estudos pediátricos. O estudo com maior amostra (356 pessoas) avaliou duas doses de dipirona oral (0,5 g e 1 g) para pacientes com cefaléia tensional episódica, sendo que a dipirona foi significativamente superior ao placebo para o alívio da dor. A dose de 1g foi, também significativamente, melhor do que o ácido acetilsalicílico 1g . Um estudo menor (60 pacientes) comparou dipirona 1g endovenosa com placebo para indivíduos com cefaléia tensional episódica. Os riscos relativos foram estatisticamente significantes e favoreceram a dipirona para os desfechos “não alívio completo da dor” e “não melhora da cefaléia”. Um outro estudo (134 pacientes) avaliou desfechos de dor para dipirona 1g endovenosa em pacientes com migrânea. Os riscos relativos foram estatisticamente significantes a favor da dipirona em relação ao placebo para os desfechos “não alívio completo da dor” e “não melhora da cefaléia”. Dois dos quatro estudos apresentaram dados sobre efeitos colaterais. Não foram relatados efeitos colaterais graves, e não se detectou diferença estatisticamente significante entre a dipirona e os controles placebo e ácido acetilsalicílico. Conclusões: Evidências de um pequeno número de estudos sugerem que a dipirona é efetiva na cefaléia tensional episódica e na migrânea. Não se registraram efeitos colaterais sérios nos estudos incluídos, mas a agranulocitose é rara e provavelmente não seria observada no tamanho da amostra encontrado. Um estudo em andamento está avaliando a incidência de anemia aplástica e agranulocitose na América Latina. Se ele não determinar o risco de agranulocitose relacionado à dipirona, deve-se realizar busca de estudos observacionais sobre os efeitos colaterais dessa droga. |
publishDate |
2007 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2007 2015-12-06T23:47:19Z 2015-12-06T23:47:19Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
São Paulo: [s.n.], 2007. 94 p. Publico-23842.pdf http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23842 |
identifier_str_mv |
São Paulo: [s.n.], 2007. 94 p. Publico-23842.pdf |
url |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23842 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
94 p. application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNIFESP instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) instacron:UNIFESP |
instname_str |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
instacron_str |
UNIFESP |
institution |
UNIFESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNIFESP |
collection |
Repositório Institucional da UNIFESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
biblioteca.csp@unifesp.br |
_version_ |
1814268449353891840 |