Planejamento de ações manipulativas de crianças com baixa visão e visão normal

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Autor(a) principal: MEDEIROS, Jéssica Cristina
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM
Texto Completo: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/201
Resumo: Planejar uma ação motora envolve a escolha de uma estratégia de movimento mais eficiente levando em consideração o objetivo final dessa ação, um conceito apresentado na literatura como estado de conforto ao final do movimento. Com o intuito de estudar o planejamento de ações motoras em crianças típicas e com baixa visão, foram realizados dois estudos. O primeiro estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre o planejamento de ações motoras em crianças típicas e atípicas. A partir de uma busca nas principais bases de dados foram encontrados dez estudos com crianças típicas (nove meses a 12 anos de idade), e cinco com crianças atípicas (paralisia cerebral, autismo e transtornos de déficit de coordenação), nas idades entre três a 14 anos. Em crianças típicas esses estudos relatam que a capacidade de planejamento motor se encontra totalmente desenvolvida entre nove à dez anos, já nas crianças atípicas os resultados ainda são inconclusivos. O segundo estudo teve como objetivo verificar a influência da deficiência visual na capacidade de planejamento de ações motoras manuais em crianças com baixa visão, dos sete aos doze anos de idade. Participaram desse estudo 29 crianças com baixa visão e 75 com visão normal. Foi solicitada as crianças que realizassem uma tarefa manual de encaixe de uma barra de madeira. Analisou-se a porcentagem de acertos compatíveis ao estado de conforto ao final do movimento. Não houve diferença significativa entre os grupos na tarefa de planejamento manual em todas as idades, e a capacidade de planejamento em ambos os grupos não estava totalmente desenvolvida até os doze anos. Conclui-se que por ser o primeiro estudo com crianças brasileiras com diagnóstico de baixa visão, os resultados podem ser considerados positivos, visto que não houve diferença significativa na capacidade de planejamento motor dessas crianças quando comparado com as crianças com visão normal. No entanto, ao observar o planejamento motor dessas crianças nota-se desempenho inferior ao das crianças de outros estudos da literatura, na mesma faixa etária, mas com nacionalidades diferentes. Com base nessas informações, ressalta-se a importância de realizar mais estudos com crianças brasileiras a partir dos sete anos de idade e com crianças atípicas, principalmente as com baixa visão.
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Em crianças típicas esses estudos relatam que a capacidade de planejamento motor se encontra totalmente desenvolvida entre nove à dez anos, já nas crianças atípicas os resultados ainda são inconclusivos. O segundo estudo teve como objetivo verificar a influência da deficiência visual na capacidade de planejamento de ações motoras manuais em crianças com baixa visão, dos sete aos doze anos de idade. Participaram desse estudo 29 crianças com baixa visão e 75 com visão normal. Foi solicitada as crianças que realizassem uma tarefa manual de encaixe de uma barra de madeira. Analisou-se a porcentagem de acertos compatíveis ao estado de conforto ao final do movimento. Não houve diferença significativa entre os grupos na tarefa de planejamento manual em todas as idades, e a capacidade de planejamento em ambos os grupos não estava totalmente desenvolvida até os doze anos. Conclui-se que por ser o primeiro estudo com crianças brasileiras com diagnóstico de baixa visão, os resultados podem ser considerados positivos, visto que não houve diferença significativa na capacidade de planejamento motor dessas crianças quando comparado com as crianças com visão normal. No entanto, ao observar o planejamento motor dessas crianças nota-se desempenho inferior ao das crianças de outros estudos da literatura, na mesma faixa etária, mas com nacionalidades diferentes. Com base nessas informações, ressalta-se a importância de realizar mais estudos com crianças brasileiras a partir dos sete anos de idade e com crianças atípicas, principalmente as com baixa visão.Planning a motor action involves the choice of the most efficient movement strategy considering the final objective of this action, a concept presented in the literature as end-state comfort effect. With the aim of studying the planning of motor actions of typical children and with low vision two studies were carried out. The first study aimed at making a systematic review of the planning of motor actions of typical and atypical children. From a search on the main databases it was found ten studies with typical children (nine months to 12 years old), and five with atypical children (cerebral palsy, autism and developmental coordination disorders) between 3 and 14 years old. In typical children these studies report that the ability of motor planning is totally developed between nine to ten years old, however in atypical children the results are not conclusive yet. The aim of the second study was to verify the influence of visual impairment in the ability of planning of motor actions in children with low vision from seven to twelve years old. 29 children with low vision and 75 children with normal vision participated in this study. Children were requested to perform a manual task to fit a wooden bar. It was analyzed the percentage of correct responses consistent to end-state comfort. There were no significant differences between the groups for this task for all ages; and the capacity of planning in both groups was not entirely developed until twelve years old. It was concluded that, for being the first study with Brazilian children with low vision diagnosis, the results could be considered positive, whereas there was no significant difference in the capacity of motor planning of these children when compared to children with normal vision. However, observing the motor planning of these children it can be noticed lower performance than other children’s in the literature, at the same age but from different nationalities. Based on this information, it is highlighted the importance of doing more studies with Brazilian children from seven years old and with atypical children, mainly those with low vision.Universidade Federal do Triângulo MineiroInstituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Educação FísicaBrasilUFTMPrograma de Pós-Graduação em Educação FísicaPEREIRA, Karina30335733808http://lattes.cnpq.br/9046236610636727SOUZA, Luciane Aparecida Pascucci Sande de25966071829http://lattes.cnpq.br/7897091763745373MEDEIROS, Jéssica Cristina2015-12-21T16:34:48Z2014-02-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfMEDEIROS, Jéssica Cristina. Planejamento de ações manipulativas de crianças com baixa visão e visão normal. 2014. 73f. Dissertação(Mestrado em Educação Física) - Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2014.http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/201porADALBJORNSSON, C. 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