A organização social do povo Akwê-Xerente: uma aproximação na formação em Serviço Social

• Autor(a) principal: Xerente, Dinalice Souza
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/2419
• topic: Formação étnica; Formação em Serviço Social; Organização do povo Akwê-Xerente; Cultura Xerente.; Formação étnica; Formação em Serviço Social; Organização do povo Akwê-Xerente; Cultura Xerente.

Este trabalho é resultado de uma reflexão acerca da graduação em Serviço Social, sobre e a partir de duas bases concretas, minha formação pessoal mediada pela cultura Xerente e pela graduação em Serviço Social na Universidade Federal do Tocantins (UFT), no período de 2013 a 2019. A pergunta de partida que guiou a realização da pesquisa surge do conjunto de inquietações que perpassaram minha permanência na UFT e em um esforço de síntese se expressam na questão: como a formação em serviço social despertou em mim um retorno a cultura do povo Akwẽ ─ da qual faço parte, pertenço, ajudo a reelaborar ─ com um novo olhar e uma capacidade afirmativa dos modos de vida do meu povo, quando em boa parte do meu percurso formativo os modos de vida do meu povo estiveram ausentes das abordagens teóricas e metodológicas. Orientada por essa interrogação procurei entender e aproximar esses percursos, tão importantes para a minha formação, trazendo por meio da pesquisa, categorias ou conceitos com capacidade de aglutinar esses campos temáticos ainda tão distantes do Serviço Social. Uma importante fonte de pesquisa foram os núcleos que a ABESS/96 aponta como fundamentais para a formação em serviço social, e que serviram para fundamentar a pertinência desse trabalho a partir da classificação/localização e história dos Xerente. Na formação histórica do Brasil, busquei encontrar o sujeito indígena, apontado pelo serviço social, como fundante para a compressão da questão social no Brasil, a fim de conhecer a organização sociocultural, com enfoque para os rituais dos Xerente. Diante do apresentado, foi possível compreender que a dialética entre essas duas bases de formação possibilitou a elaboração de questões, como o distanciamento dos temas abordados no serviço social e a questão indígena, ou até mesmo do sujeito indígena nos textos trabalhados nas disciplinas metodológicas do ensino, a exceção foram as disciplinas de Antropologia e Estágio Supervisionado de Campo. Ao tempo em que, mesmo com esse distanciamento, explicado em parte pela hegemonia no Serviço Social da UFT do paradigma racional, distanciado do paradigma originário, é possível encontrar brechas para discussões sobre as questões indígenas, embora careça de maior comprometimento no tratamento desse campo temático.